Ontem li essa matéria e fiquei fascinado. Uma sonda lançada
no espaço há dez anos, que está desligada há mais de dois anos e meio, captando
apenas 4% da radiação do Sol que chega à Terra, mas viaja a 57 mil quilômetros
por hora, vai ser religada para entrar na órbita de um cometa, para depois
lançar uma segunda sonda que ficará “ancorada” nele. Tudo isso a 673 milhões de
quilômetros da Terra, o que significa que qualquer dado enviado à sonda ou
recebido dela demora 37 minutos e 25 segundos para chegar ao seu destino.
Rosetta e o Sol |
Se tudo der certo, Rosetta fornecerá aos cientistas a chave
para decifrar os mistérios da formação do Sistema Solar, há mais de 4,6 bilhões
de anos, e talvez até da origem da vida na Terra. Isso porque cometas como o
Churyumov-Gerasimenko são verdadeiros fósseis deste processo. Aglomerados de
gelo, poeira, gases e rochas, eles preservam informações sobre a composição e
características da imensa nuvem de material que deu origem ao Sol e aos
planetas e também pode ter sido a fonte de boa parte de água e moléculas
orgânicas que aqui se acumularam bilhões de anos atrás, criando as condições
para o surgimento dos primeiros organismos vivos. Daí também o nome das duas
sondas, referências diretas a como ficou conhecida a pedra e à ilha do Rio Nilo
onde ela foi encontrada em 1799 e que permitiu aos historiadores decifrar os
hieroglifos do Egito Antigo.
O longo sono da Rosetta foi necessário devido às
peculiaridades de sua missão. Diferentemente de outras sondas do tipo enviados
ao espaço distante, como as americanas Voyager 1 e 2, alimentadas por baterias
nucleares, a europeia obtém sua energia de dois enormes painéis solares, com 14
metros de comprimento e área de 32 metros quadrados cada. O problema é que, a
tamanha distância do Sol, eles recebem apenas 4% da radiação que chega à Terra,
gerando só 400 watts de eletricidade, ou o bastante para acender quatro
lâmpadas de 100 W.
Além disso, desde seu encontro com o asteroide gigante
Lutetia, em julho de 2010, Rosetta ficou sozinha, sem ter para o que apontar
seus instrumentos e câmeras. Assim, e para economizar o consumo de energia e
combustível e preservar seus equipamentos, em junho de 2011 a sonda foi quase
toda desligada, com exceção do próprio sistema de geração de eletricidade, os
receptores de rádio e o relógio de seu computador principal, cujo alarme vai
despertá-la às 8h de 20 de janeiro, no horário de Brasília.
Para entrar na órbita do Churyumov-Gerasimenko, Rosetta
também teve que percorrer um longo caminho nos últimos dez anos, já que nenhum
foguete existente teria potência suficiente para levá-la diretamente ao cometa.
A viagem então incluiu três voos rasantes pela Terra, em 2005, 2007 e 2009, e
um por Marte, em 2007. Conhecidas como estilingues gravitacionais, estas
manobras deram à sonda a velocidade e trajetória para interceptar a órbita do
Churyumov-Gerasimenko.
Com tamanho de três por cinco quilômetros de diâmetro, o
cometa é do tipo chamado de curto período. Descoberto em 1969, ele completa uma
volta em torno do Sol a cada 6,45 anos, com uma aproximação máxima (periélio)
de 186 milhões de quilômetros, pouco mais que a distância média da Terra à
nossa estrela, e afastando-se para um afélio (ponto mais distante) de quase 850
milhões de quilômetros, além de Júpiter.
No momento, Rosetta viaja a uma velocidade de cerca de 57
mil quilômetros por hora, aproximando-se do Churyumov-Gerasimenko a uma taxa de
800 metros por segundo. Já totalmente desperta, a partir de janeiro do ano que
vem ela começará a realizar uma série de manobras para diminuir a velocidade
relativa ao cometa para 25 metros por segundo, até chegar a apenas 100 mil
quilômetros dele em maio de 2014. Então, serão mais 90 dias de delicadas
manobras que levarão a sonda a reduzir ainda mais esta velocidade para dois
metros por segundo até que, em agosto, a sonda entre em órbita em torno do
núcleo do Churyumov-Gerasimenko, a uma distância de cerca de 25 quilômetros.
A partir de então, Rosetta dará início à parte científica de
sua missão principal. Além de estudar o cometa com seus 11 instrumentos, a
sonda vai mapear sua superfície em busca de potenciais locais de pouso para a
Philae. Uma vez selecionado o melhor ponto, em novembro de 2014 a segunda sonda
será liberada, aproximando-se do núcleo do Churyumov-Gerasimenko a uma
velocidade de menos de 3,6 quilômetros por hora. Com outros dez instrumentos
agrupados em um pequeno caixote com massa de cerca de 100 quilos, Philae
lançará uma espécie de arpão para se ancorar na superfície do cometa e assim
evitar que escape de sua fraca gravidade. Prevista para durar até dezembro de
2015, a missão Rosetta-Philae tem um custo total estimado em 1 bilhão de euros
(cerca de R$ 3,25 bilhões).
Os europeus sao maus e burros.
ResponderExcluirCom certeza estao planejando ir colonizar, escravizar e destruir civilizacoes galaticas.
Como nao contribuiram nadinha para o avanco da humanidade, estamos a espera dos petistas,boliviarianos, islamicos, e outros seres desenvolvidos para que o mundo pule e avance.