Que coincidência, não é mesmo? E ainda por cima faz uma mudança
contratual que serviu para “apagar” o rastro da existência da filial da empresa
de Dirceu em bancos de dados públicos no Brasil, como cartórios e juntas
comerciais, sem que produzisse efeito no Panamá.
Do Estadão:
José Dirceu abriu no Panamá uma filial de sua empresa de
consultoria. Ela fica no mesmo endereço da Truston International, dona do hotel
que ofereceu a ele emprego de R$ 20 mil no mês passado. A JD Assessoria e
Consultoria registrou a filial em 2008, três anos depois de Dirceu ser apeado
do governo em meio ao escândalo do mensalão, no escritório da Morgan &
Morgan, que disponibiliza testas de ferro para milhares de firmas estrangeiras,
como a Truston, no conhecido paraíso fiscal da América Central.
Na ocasião, Dirceu informou a um cartório brasileiro a
constituição da filial, com endereço no 16.º andar da Torre MMG, na Cidade do
Panamá, onde funciona a Morgan & Morgan. Conforme os registros, ao abrir a
filial no Panamá, o ex-ministro fez um aporte em dinheiro vivo e aumentou o
capital da JD de R$ 5 mil para R$ 100 mil. Metade desse capital foi destacado
para a filial panamenha, cujo objetivo seria “o mesmo desenvolvido pela matriz”,
criada em 1998, em São Paulo.
A Truston - dona do hotel St. Peter - foi aberta no Panamá
apenas três meses depois dessa operação conduzida pelo ex-minsitro, também
declarando o endereço da Morgan & Morgan e tendo um “laranja” como seu
presidente. José Eugenio Silva Ritter, auxiliar administrativo do Morgan &
Morgan, e outros dois representantes do escritório panamenho constam como donos
de nada menos que 30 mil empresas no paraíso fiscal.
No Brasil, o St. Peter é administrado pelo empresário e
ex-deputado Paulo Masci de Abreu, amigo de Dirceu. Ele é irmão do ex-deputado
José Masci de Abreu, presidente nacional do PTN, partido aliado do governo
petista. Os irmãos Masci detêm várias concessões de rádio e TV concedidas pela
União.
A revelação de que o dono da Truston era na verdade um “laranja”,
feita pela TV Globo, levou o ex-ministro da Casa Civil, preso em Brasília por
comandar o mensalão durante o primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da
Silva, a desistir de trabalhar no hotel.
Trâmites. A sucursal da empresa de Dirceu no Panamá existiu
para os órgãos públicos brasileiros por ao menos um ano. Em abril de 2009, numa
alteração contratual, o ex-ministro decidiu “tornar sem efeito” a abertura da
filial no Panamá. Segundo um delegado da Polícia Federal, um servidor do alto
escalão da Receita Federal e um advogado especialista em direito empresarial
ouvidos pelo Estado, o registro, no entanto, só tem valor no Brasil e não
impede que a JD prossiga com eventuais negócios no paraíso fiscal.
A mudança contratual, na opinião desses especialistas,
serviria para “apagar” o rastro da existência da filial da empresa de Dirceu em
bancos de dados públicos no Brasil, como cartórios e juntas comerciais, sem a
que produzisse efeito no Panamá.
A Morgan & Morgan, alegando sigilo, não informou a atual
situação da JD no paraíso fiscal. Segundo a legislação local, empresas podem
ser registradas em nomes de “laranjas” e estampar nomes fantasia que não
guardam relação com a empresa original.
O contrato social da empresa de Dirceu lista diversas
atividades, entre elas facilitar negócios de particulares com o poder público
não só no Brasil.
Cabe à consultoria, por exemplo, trabalhar por “parcerias
empresariais com os países do Mercosul” e viabilizar o “relacionamento
institucional de particulares com os mais variados setores da administração
pública”.
Com a condenação e a prisão de Dirceu, em novembro, o imóvel
da JD em São Paulo foi posto à venda. A empresa passará a funcionar com
estrutura menor, sob o comando de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do
petista.
he he he - "concedeu-se um emprego" (trabalho não!) como patrão do administrador geral, cujo salário é 1800 merrecas (três vivas ao povo de Banãnia desinformado!!!, e obrigado a votar) - quem pode manda, quem não pode pague os impostos e cale-se.
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