segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Panoramas de Ipanema: O cegão e os viados

Ainda há pouco, descendo a rampa da galeria onde eu bebo as minhas cervejinhas religiosamente, aqui em Ipanema, dei de cara com um cego que subia. Notei que ele estava meio confuso em razão dos andaimes, já que a dita cuja está em obras, e tratei de ajudá-lo, segurando seu braço, desviando-o dos obstáculos.

O cara não era um cego, era um cegão de dois metros de altura e muito simpático. Enquanto subíamos ele explicava não era cego de todo, mas que via apenas sombras. Quando o deixei, a salvo, na calçada, ele agradeceu e me disse:

- Meu problema é no Carnaval.

Perguntei por quê. E ele:

- É que vem tanto viado pra cá que eu acabo não sabendo quem é homem e quem é mulher...

Rimos bastante e desejamo-nos um feliz ano novo.

Há testemunhas.

2 comentários:

  1. Ja pensei algumas vezes no terrivel que seria perder a visao, a audicao tambem é vital, alias tudo que temos tirando o apendix e algumas outras coisinhas nao nos condenaria a uma vida sem qualidade.
    Até ja pensei em barganhas, eu trocaria a fala pela visao sem pestanejar. Penso que para um cego de nascenca tudo nao seja horrivel, pois como nunca exergou nao pode ter a mesma avaliacao que alguem que enxergava e deixou de faze-lo. A cegueira é cruel.

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  2. "0nce In A While."
    Right In The Middle Of A Ordinary Life.
    Love Give Us A Fairytale."

    Desejo a todos um Novo Ano carregadinho de saúde, saúde para dar e emprestar.

    Mens Sana In Corpore Sano.



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