Como afirma Juca Chaves, o Brasil é um país tão estranho que
traficante cheira, prostituta goza e cafetão tem ciúmes. Eu acrescentaria mais
uma peculiaridade: cronista esportivo é torcedor fanático.
Senão, como explicar a quase unanimidade em considerar que,
mesmo tendo direito a permanecer na primeira divisão do futebol, caso a
Portuguesa perca os pontos previstos por ter escalado irregularmente um jogador
na última partida, o Fluminense, em nome de uma tal dignidade que só existe na
cabeça deles, deve abrir mão desse direito - que será legítimo, caso a
Portuguesa seja mesmo punida - e disputar a segunda divisão no ano que vem.
Nessas horas é que faz falta um Nelson Rodrigues para cair
de pau nesses lorpas, pascácios e bovinos, tão cegos que não enxergam o óbvio
ululante das regras, que existem para serem obedecidas. Decerto o tricolor
está, pelo que apresentou em campo, no lugar que merece, o 17º. Mais certo
ainda que, nem tanto os jogadores, mas o presidente do clube, Peter Siemsen, e
quem manda nele, Celso Barros o dono da Unimed, foram os responsáveis pelo
fiasco ao se desfazerem de jogadores importantes e de, inexplicavelmente,
demitir Abelão, um senhor técnico, após três ou quatro derrotas que fazem parte
do roteiro de qualquer time subitamente modificado.
Mas nada disso vem ao caso. Não foi o Fluminense quem procurou
a Justiça e sim a Justiça que está procurando dar ao clube uma chance por
motivos totalmente fortuitos. Caso se confirme mesmo a irregularidade da
escalação do atleta da lusa paulista no último jogo, quando entrou aos 32
minutos do segundo tempo, o erro foi exclusivamente dela e, tanto a coisa se
mostra clara, que o advogado do clube, suposto responsável por comunicar a
suspensão do jogador, segundo consta, não o fez e já foi demitido.
Como diria Nelson Rodrigues, se acontecer do Fluminense
permanecer na primeira divisão, é porque já estava escrito há dois mil anos e
não há tricolor vivo ou morto hoje que não esteja confortavelmente calçado com
as sandálias da humildade, reconhecendo os erros de 2013, mas certos que o ano
que vem será de glórias.
Quanto aos jornalistas-torcedores, que vão lamber sabão para
peidar bolhinhas!
Plenamente de acordo. É por culpa da diretoria que o Flu está onde está, e não será por tentativa de virada de mesa que o Flu permanecerá na primeira divisão. Virada de mesa será se o regulamento não for cumprido e a lei esportiva não for respeitada. A propósito: vai ter muita bolinha de sabão subindo; ah vai...
ResponderExcluirEssa consegue ser pior que a do Caetano, esse sim estão festejando uma polêmica que não existe. Se a regra for cumprida então é armação para beneficiar o Flu, deixar de cumprir a regra não é beneficiar a Portuguesa. Se a posição na tabela fosse invertida, as manchetes seriam que se a regra não for cumprida, o Flu estaria sendo beneficiado. A Portuguesa está sendo o "preto pobre" dessa gente.
ResponderExcluirMagu disse:
ResponderExcluirHá que se pensar se o "divogado" demitido não era tricolor e manteve a informação no bolso do colete (ainda se usa isso?) para poder manter o Flu na primeira divisão. Nessa coisa há mundos inexplicáveis...