sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Casas de espetáculos são verdadeiras armadilhas

Hoje no jornal tem a queixa de uma pessoa que comprou ingressos na primeira filada plateia - lugar mais caro do teatro Oi Casa Grande - para assistir ao musical “Elis”, mas só conseguiu ver os atores da cintura para cima e, quando as cenas se passavam no fundo do palco eles sumiam, só as vozes eram ouvidas.

Passei por um problema semelhante em um camarote em um “music hall” desses, na Barra (não lembro o nome) quando fui ver o ballet da Debora Colker: eu só via a metade da direita do palco. Como foi boca-livre, não reclamei.

O mais gaiato, no caso do Oi Casa Grande, foi a resposta da direção do teatro que, diga-se de passagem, foi muito correta e ofereceu um novo ingresso ao reclamante, mas que informou também que no site do teatro há “informações sobre a visibilidade”.

Ora, não seria mais honesto eliminar os lugares que não oferecem boa visibilidade?

Mas os pontos principais da coisa são mesmo a incompetência de quem projeta esses absurdos e a inexistência de fiscalização por parte dos órgãos competentes. Como é que alguém projeta - ou reforma - uma casa de espetáculos sem ter a mais vaga noção do que faz? Como é que a prefeitura dá um alvará de funcionamento a casas cheias de problemas em seus projetos?

E os problemas não se limitam apenas à visibilidade. Pelo que eu já vi por aí, todas têm problemas também de som, iluminação, conforto e segurança, única e exclusivamente por falhas de projetos e, é claro, pela conivência (ou ausência) do poder público. A boate que pegou fogo em Santa Maria é um exemplo trágico disso. O tal Memorial da América Latina é outro, já que a última coisa que passava pela cabeça de Niemeyer era preocupar-se com o objeto de todo projeto arquitetônico, o homem. O único da espécie com o qual ele se preocupava era ele mesmo. Com a sua mania de projetar “estufas” monumentais em homenagem ao seu ego, Niemeyer ignorava solenemente a segurança. Por fora, bela viola (há controvérsias); por dentro, pão bolorento.

O resultado disso tudo é que nem na diversão há mais sossego para o povo.
Teatro Aspendos, Turquia

Um comentário:

  1. Magu disse:

    Puta merda!

    ...já que a última coisa que passava pela cabeça de Niemeyer era preocupar-se com o objeto de todo projeto arquitetônico, o homem. O único da espécie com o qual ele se preocupava era ele mesmo. Com a sua mania de projetar “estufas” monumentais em homenagem ao seu ego, Niemeyer ignorava solenemente a segurança. Por fora, bela viola (há controvérsias); por dentro, pão bolorento.

    BINGO!

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