segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O sincretismo nonsense de Elio Gaspari e dos comunas tupiniquins em geral

Sincretismo entre política e religião: taí uma coisa que eu nunca consegui entender. Presumo que esta seja mais uma invenção tupiniquim, como outras, feitas para não se entender mesmo. Refiro-me mais especificamente aos comunistas daqui, que desde priscas eras conseguem abraçar Marx e Engels sem largar os altares, as hóstias, os tantãs e os atabaques. Um dos pioneiros foi Jorge Amado, que teve uma isquemia quando soube da queda do Muro de Berlim, mas nunca se descuidou das bênçãos à Mãe Menininha do Gantois. Hoje temos como exemplo o sinistro dos Esportes, Aldo Rebelo, do PCdoB, comuna desde a mais tenra idade, apesar de ser conhecido também como o maior “puxador” de novenas de Brasília.

Diga-se de passagem, eu não quero fazer nenhuma crítica à ideologia política comunista e nem estou usando o termo “comunista” pejorativamente.

Mas eis que ontem, o jornalista ítalo-brasileiro Elio Gaspari, comunista, me sai com um texto cujo título garrafal é “O Templo de Salomão é um monumento à fé”, e desanda a dizer asneiras em torno do tema. Senão vejamos:

A Igreja Universal do Reino de Deus inaugurou em São Paulo seu Templo de Salomão. É uma construção monumental, capaz de receber 10 mil pessoas, o dobro da lotação da Basílica de Aparecida. Sua fachada tem 56 metros de altura, 13 metros mais que a de São Pedro, em Roma. Custou zero à Viúva e foi erguida com dinheiro da fé do povo.

O Templo de Salomão haverá de se tornar um símbolo da cidade e da fé dos brasileiros. Esse aspecto supera as tramoias administrativas praticadas na sua construção. (O templo foi erguido como se fosse apenas a reforma de uma edificação demolida.) A fé dos evangélicos costuma ser depreciada, como se fosse produto da ingenuidade do andar de baixo.

É pura demofobia.

Só por aí, já dá para escrever um livro sobre teoria da asneira. É, no mínimo, muita cara de pau dizer que o templo “custou zero à Viúva” e, logo abaixo citar as “tramoias administrativas praticadas na sua construção”. Como é que pode se dizer que uma obra, cujo registro já é uma fraude, não custou nada aos cofres públicos? Quanto terá sido fraudado em grana pelo registro como reforma em vez de construção?

Desde quando “transformar” um galpão de 2.500 metros quadrados em um templo monstruoso de 70.000 metros quadrados é reformar? Macedo usou desse expediente porque, caso o registro fosse de construção, 40% da área construída teria que ser reservada para moradias populares, ou seja, 30.000 metros quadrados. Aliás, sabe-se que o templo foi construído com um inadequado alvará de reforma, concedido em 2008 pelo setor de aprovações da Secretaria Municipal de Habitação, então a cargo de Hussein Aref Saab, afastado em 2012 sob suspeita de enriquecimento ilícito.

Outra coisa: ao falar que a obra “foi erguida com dinheiro da fé do povo”, faltou muito de reflexão ao Elio. Macedo é hoje um dos homens mais ricos do país, cuja fortuna pessoal chega a R$ 2 bilhões, ou seja, cada um dos 2 milhões de “fieis” da Universal foi tungado (termo que Elio adora) em mil reais só para encher os bolsos dessa figura execrável. Isso, sem contar com a construção do templo - erguido a um custo de R$ 680 milhões -, onde cada um “morreu” em mais R$ 340. Falar em fé exige muito cuidado. Se é a fé em um deus que leva crentes a desatinos como o de depositar seu dinheirinho suado nas mãos de um crápula que se diz representante divino na Terra, eles foram enganados, se é a fé nas promessas de enriquecimento e cura do crápula, mediante um pixulé, eles foram extorquidos e, se é a fé adquirida através da hábil manipulação de mentes - a lavagem cerebral -, eles foram roubados.

Quanto a dizer que os críticos de tudo isso padecem de “demofobia”, é mais uma estupidez e falta de raciocínio. Quem procura esse tipo de “igreja” não o faz por necessidade de fé, mas sim por necessidades materiais, porque o Estado não cumpre o seu papel. Ao prometerem mundos e fundos, desde a cura de uma unha encravada ao sucesso financeiro, essas crenças entram nesse buraco deixado pelos governos, notadamente na área da Saúde, digamos, subjetiva: não há tratamentos públicos para alcoolismo, vício em drogas em geral, depressão e distúrbios psíquicos como um todo e, fazendo-se justiça, em muitos casos as “igrejas” obtêm resultados paliativos bastante razoáveis, embora não suficientes em termos individuais e a um custo elevado, para esses problemas que deveriam ter tratamentos oficiais e gratuitos.

Portanto, quando se critica essas arapucas religiosas, faz-se pensando no povo. Demofobia seria não dar a mínima para essa gente que precisa muito mais de um Estado que os liberte de tantos males do que de uma religião que incuta em seus cérebros mais temores, conte mentiras, prometa o impossível, resolva as coisas pela metade e lhes roube dinheiro.

As denominações evangélicas expandiram-se associando fé religiosa e autoestima a um sentido de comunidade. Há bispos evangélicos vigaristas, sem dúvida, mas até hoje o papa Francisco batalha para limpar a Cúria vaticana.

O padre Marcial Maciel, um pedófilo promíscuo, quindim da plutocracia mexicana e figura influente no pontificado de João Paulo 2º, não pode ser usado para para discutir a espiritualidade dos seus fiéis. O bronze das magníficas colunas do baldaquim de São Pedro foi tirado do Pantheon romano. A catedral da Cidade do México foi construída com as pedras coletadas na destruição do templo azteca de Tenochtitlán.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O Templo de Salomão, como a Basílica de São Pedro e a Catedral do México, são símbolos da fé dos povos. Quem não consegue entender a fé alheia pode se habilitar a um pacote turístico de três dias em Gaza.

Para terminar, Elio usa argumentos profundamente ridículos citando podres de outras religiões como se isso justificasse alguma coisa. Quer dizer que porque dez caras enfiam a cabeça debaixo de um trem, eu devo enfiar também? Que raio de moral relativista é essa?

Quem não entende a fé alheia é o próprio Elio, que a confunde, principalmente, com a ostentação de templos e igrejas que não são símbolos de nada além da ambição desmedida dos “representantes” de deuses na Terra.

11 comentários:

  1. Elio Gaspari se superou, só faltou dizer que Dilma errou em trazer médicos cubanos porque deveria ter trazido pastores evangélicos cubanos.

    Mas tem duas falhas suas, Ricardo:

    Primeiro: não é Marx e Hegel, o correto é Marx e Engels. Hegel foi um filósofo que Marx leu e jamais entendeu. Engels foi o filho de um dos caras mais ricos da Europa, o pai deu uma fábrica (acho que de roupas) para ele cuidar, mas ele nunca quis nada com essa coisa de trabalhar, foi ele quem sustentou Marx.

    Segundo: Jorge Amado mandou o comunismo a merda quando foram Nikita Krushev denunciou os crimes do Stalin, que por sinal foram comandados pelo próprio Nikita. Jorge era muito amigo de Mãe Menininha, mas não era membro do Gantois. Jorge Amado sempre se declarou ateu.

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    1. Tem razão. Na pressa eu bolei as trocas. Corrigido e obrigado.

      Quanto a Jorge, eu não abro mão. Tanto que Zelia, sua mulher, foi quem relatou o motivo da isquemia, de tão nervoso que Jorge ficou ao receber a notícia da queda do muro.

      Além disso, Jorge se declarar ateu e um cachorro evacuar, faz o mesmo efeito, até porque ele pode perfeitamente ter sido ateu, mas ter sido o religioso que sempre foi - basta ver as tantas e tantas vezes que ele se valeu de Mãe Menininha -, e o comunismo não combate o teísmo, e sim as religiões.

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  2. Gostei muito, muito do teu texto.
    O Elio é evangélico? Se não é porque não tem um pingo de vergonha. Esse homem é totalmente disfuncional, mental e sofre de "ébolapetista."

    Eu nunca gostei da figura do Joge Amado, não o conheci pessoalmente, somente através da literacia que produziu, não li todos os livros que escreveu, bastaram 3 para que deixasse de lado as chances.
    Não o considero o maior escritor brasileiro, nem de longe, nunca teve nada a ver com a minha cultura excepto o idioma.
    Embora tenha sido outro comunista embrulhado o Saramago a ganhar o primeiro Nobel de literatura em língua portuguesa , fiquei menos decepcionada.

    Um ateu pode ser conservador, um comunista também poderá ser evangélico, etc, etc, etc.
    O bobalhão equatoriano é "beato" vai com a mae na missa todos os domingos e foi ao Vaticano trajando roupa étnica e com a mae a tiracolo quando da missa para celebrar o novo papado.

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  3. 1/ CARLOS DE ASSUMPÇÃO – O maior poeta negro da historia do Brasil autor do poema o PROTESTO Hino Nacional da luta da Consciência Negra Afro-brasileira, em celebração completou 87 anos de vida. CARLOS DE ASSUMPÇÃO nasceu 23 de maio de 1927 em Tiete-SP completando 87 anos de vida com sua família, amigos e nós da ORGANIZAÇÃO NEGRA NACIONAL QUILOMBO O. N. N. Q. FUNDADO 20/11/1970 (E diversas entidades e admiradores parabenizam o aniversario de 87 anos do mestre poeta negro Carlos Assumpção) tivemos a honra orgulho e satisfação de ligar para a histórica pessoa desejando felicidades, saúde e agradecer a Carlos de Assunpção pela sua obra gigante, em especial o poema o Protesto que para muitos é o maior e o mais significante poema dos afros brasileiros o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” é o poema mais emblemático dos Afros Brasileiros e uns das América Negra, a escravidão em sua dor e as cicatrizes contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente perversa no Poema “O Protesto” foi lançado 1958, na alegria do Brasil campeão de futebol, mas havia impropriedades e povo brasileiro era mal condicionado e hoje na Copa Mundial de Futebol no Brasil 2014 o poema “O Protesto” de Carlos de Assunpção está mais vivo com o povo na revolução para (Queda da Bas. Brasil.tilha) as manifestações reivindicatórias por justiça social econômica do povo brasileiro que desperta na reflexão do vivo protesto.
    O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e justiça dos afros americanos. São centenas de jornalistas, críticos e intelectuais do Brasil e de todo mundo que elogia a (O Protesto) (Manifestação que é negra essência poderosa na transformação dos ideais do povo) obra enaltece com eloquência o divisor de águas inquestionável do racismo e cordialidade vigente do Brasil Mas a ditadura e o monopólio da mídia e manipulação das elites que dominam o Brasil censuram o poema Protesto de Carlos de Assunpção que é nosso protesto histórico e renasce e manifesta e congregam os negros e todos os oprimidos, injustiçados desta nação que faz a Copa do Mundo gastando bilhões para uma ilusão de um mês que poderá ser triste ou alegre para o povo brasileiro este mesmo que às vezes não tem ou economiza centavos para as necessidades básicas e até para sua sobrevivência e dos seus. No Brasil
    Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
    quilombonnq@bol.com.br

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    1. Que você me desculpe, mas Hino Nacional, só tem um - "Hino Nacional dos negros" é uma grossa besteira. Ou será que você gostaria que eu compusesse um "Hino Nacional dos bramcos"?

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    2. Ricardo Froes "Hino Nacional dos bramcos"? e porque não a bramcos ( brancos ) e brancas maravilhos que no conjunto de suas obras marecem o valor e o respeito a seren exaltados. a muita gente que acha a Biblia Sagrada uma grossa besteira, bobagens.babaca até uma B? tudo é quetão de ponto de vista, eu respeito.

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  4. 2/ CARLOS DE ASSUMPÇÃO – O maior poeta negro da historia do Brasil autor do poema o
    .
    Poema. Protesto de CARLOS DE ASSUMPÇÃO

    Mesmo que voltem as costas
    Às minhas palavras de fogo
    Não pararei de gritar
    Não pararei
    Não pararei de gritar

    Senhores
    Eu fui enviado ao mundo
    Para protestar
    Mentiras ouropéis nada
    Nada me fará calar

    Senhores
    Atrás do muro da noite
    Sem que ninguém o perceba
    Muitos dos meus ancestrais
    Já mortos há muito tempo
    Reúnem-se em minha casa
    E nos pomos a conversar
    Sobre coisas amargas
    Sobre grilhões e correntes
    Que no passado eram visíveis
    Sobre grilhões e correntes
    Que no presente são invisíveis
    Invisíveis mas existentes
    Nos braços no pensamento
    Nos passos nos sonhos na vida
    De cada um dos que vivem
    Juntos comigo enjeitados da Pátria

    Senhores
    O sangue dos meus avós
    Que corre nas minhas veias
    São gritos de rebeldia

    Um dia talvez alguém perguntará
    Comovido ante meu sofrimento
    Quem é que esta gritando
    Quem é que lamenta assim
    Quem é

    E eu responderei
    Sou eu irmão
    Irmão tu me desconheces
    Sou eu aquele que se tornara
    Vitima dos homens
    Sou eu aquele que sendo homem
    Foi vendido pelos homens
    Em leilões em praça pública
    Que foi vendido ou trocado
    Como instrumento qualquer
    Sou eu aquele que plantara
    Os canaviais e cafezais
    E os regou com suor e sangue
    Aquele que sustentou
    Sobre os ombros negros e fortes
    O progresso do País
    O que sofrera mil torturas
    O que chorara inutilmente
    O que dera tudo o que tinha
    E hoje em dia não tem nada
    Mas hoje grito não é
    Pelo que já se passou
    Que se passou é passado
    Meu coração já perdoou
    Hoje grito meu irmão
    É porque depois de tudo
    A justiça não chegou

    Sou eu quem grita sou eu
    O enganado no passado
    Preterido no presente
    Sou eu quem grita sou eu
    Sou eu meu irmão aquele
    Que viveu na prisão
    Que trabalhou na prisão
    Que sofreu na prisão
    Para que fosse construído
    O alicerce da nação
    O alicerce da nação
    Tem as pedras dos meus braços
    Tem a cal das minhas lágrima
    Por isso a nação é triste
    É muito grande mas triste
    É entre tanta gente triste
    Irmão sou eu o mais triste

    A minha história é contada
    Com tintas de amargura
    Um dia sob ovações e rosas de alegria
    Jogaram-me de repente
    Da prisão em que me achava
    Para uma prisão mais ampla
    Foi um cavalo de Tróia
    A liberdade que me deram
    Havia serpentes futuras
    Sob o manto do entusiasmo
    Um dia jogaram-me de repente
    Como bagaços de cana
    Como palhas de café
    Como coisa imprestável
    Que não servia mais pra nada
    Um dia jogaram-me de repente
    Nas sarjetas da rua do desamparo
    Sob ovações e rosas de alegria

    Sempre sonhara com a liberdade
    Mas a liberdade que me deram
    Foi mais ilusão que liberdade

    Irmão sou eu quem grita
    Eu tenho fortes razões
    Irmão sou eu quem grita
    Tenho mais necessidade
    De gritar que de respirar
    Mas irmão fica sabendo
    Piedade não é o que eu quero
    Piedade não me interessa
    Os fracos pedem piedade
    Eu quero coisa melhor
    Eu não quero mais viver
    No porão da sociedade
    Não quero ser marginal
    Quero entrar em toda parte
    Quero ser bem recebido
    Basta de humilhações
    Minh'alma já está cansada
    Eu quero o sol que é de todos
    Ou alcanço tudo o que eu quero
    Ou gritarei a noite inteira
    Como gritam os vulcões
    Como gritam os vendavais
    Como grita o mar
    E nem a morte terá força
    Para me fazer calar.
    Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
    quilombonnq@bol.com.br

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  5. (argento) ... um lamento oriundo da consciência do sofrimento. Lamento que este BraZiu seja um fruto do Egoísmo e da Ganância. Se tivessem Inteligência, estes gananciosos, estimulariam a expansão socio-econômica, assim, gerariam mais riqueza, aumentando, automaticamente (por consequência natural) Suas próprios riquezas - a Burrice é uma Merda!!! (argento)

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    1. (argento) ... sim, "País Rico é País Sem Pobreza", pena que foi só uma estratégia Marqueteira de Mequetrefes (filhos da puta mesmo!) ... (argento)

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