segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Nem todos os caminhos levam a Roma

Por coincidência, hoje assisti dois vídeos que abordavam mesmo tema com, praticamente, a mesma argumentação. O tema era “porque não devemos votar no PT”. Os vídeos eram da Assembleia de Deus, com Malafaia discursando, e um “genérico” da Igreja Católica, postado no “Mídia Sem Máscara”.

No vídeo da Assembleia de Deus, Malafaia, com sua habitual ênfase, procura espertamente fugir da religiosidade ao falar de coisas mais palpáveis como a desonestidade comum aos petralhas, mas não deixa dúvidas que a sua principal pinimba com o partido é de ordem religiosa, por não apoiar o aborto e o “gayzismo”.

Já no vídeo católico, cujo título no “Mídia” é “Católicos não podem votar num partido pró-aborto e pró-gayzista”, o narrador é mais claro. Para isso ele cita os estatutos do PT, Bíblia, catecismo, compêndio do Vaticano e por aí afora. Gozado que ele cita a liberdade que os católicos têm de ter “opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a organização da realidade temporal”, para logo depois dizer que ao dizer que até o fato de um fiel filiar-se ao PT constitui pecado grave, por causa da cláusula no estatuto petista que defende a “discriminalização (sic) do aborto” - o erro gramatical crasso é do próprio estatuto do PT.

Ora, política e religião são duas coisas que não se misturam - ou, pelo menos não devem - no meu ponto de vista - assunto que já foi discutido aqui por algumas vezes - sob pena de um interferir no outro e o outro no um, tanto que temos até o exemplo mais eloquente disso fervendo em Gaza. Não importa se os nossos valores morais derivam de uma educação religiosa, familiar ou não, principalmente quando tais valores têm importâncias apenas temporais, mas seus defensores insistem em eternizá-los, ignorando solenemente que o mundo não é o mesmo de há dois milênios e o tal livre arbítrio, vulgo inteligência, que supostamente os deuses nos legaram.

Não quero, com isso, dizer que “modernidades” sociológicas sejam como modas a serem seguidas, até porque eu mesmo sou contra o aborto indiscriminado e o gayzismo desvairado, não porque deus ou um dos seus “mensageiros” mandou, mas sim por mero raciocínio que, errado ou não, é próprio. O problema é que quem vai pela cabeça de quem se outorga de caga-regras, passa a ser um títere, uma criatura descerebrada sem a menor importância política ou social, um peso morto que temos que carregar e depois arcar com as consequências dessa pasmaceira.

Muito embora eu esteja “do lado” de quem diz que não se deve votar em petralhas, não são todos os caminhos que levam a Roma e eu jamais escolheria um aberto por homens não muito sérios, com desvios que passam pelas crenças, que são indesejáveis tropeços no caminho da vida de qualquer um.


2 comentários:

  1. (argento) ... alguns Nos - a nós, os Dalits - levam ao Inferno

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  2. Concordo. Nem todos os caminhos levam a Roma. Muitos caminhos deveriam levar ao inferno, pena que o inferno não exista, muita pena.
    Abaixo poderão ver algo simplesmente horrível, abominável.
    Um menino de 7 anos segurando uma cabeça humana na Siria, a foto foi censurada, mas conforme a midia é realmente uma cabeca de um xiita simiano. ISIS, 10 vezes pior que o vírus do Ebola.
    Boots on the ground!!!!!!!!

    http://www.dailymail.co.uk/news/article-2721230/Thats-boy-Australian-jihadists-seven-year-old-son-poses-decapitated-head-Syrian-solider.html

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