sábado, 9 de agosto de 2014

A vida política imita a arte

Especialista em quadrinhos e outras modalidades de arte contemporânea, o britânico James Harvey publicou esta semana em seu Twitter uma espécie de estudo técnico no qual analisa uma fotografia de um dos incidentes do Verkhovna Rada, o Parlamento da Ucrânia, chegando à conclusão de que poderia tratar-se de uma obra renascentista perfeita.

Sobre a imagem selecionada, Harvey aplicou o que os entendidos chamam de “espiral de Fibonacci” – em referência a teoria de matemático italiano de mesmo nome – , um padrão esquemático que os pintores do Renascimento consideravam a “proporção de ouro”. Com o método, eles compunham a ação e o posicionamento de personagens dos seus quadros.

Escrevendo sobre o assunto, Ben Beaumont-Thomas, editor de arte do jornal britânico The Guardian, aprovou o insight de Harvey. “A espiral de Fibonacci foi posicionada sobre a foto para mostrar como os seus elementos são satisfatoriamente coerentes”, disse Beaumont-Thomas. “A violência vai saindo exponencialmente do ponto de foco da briga em direção à face avermelhada do homem na parte superior da imagem”.

Se os deputados ucranianos já gostavam de sair no braço, imaginem agora que seu “desempenho” caiu no gosto do mundo das galerias. Dá até para imaginá-los comparecendo – e brigando, claro – nas vernissages.

Abaixo, a montagem completa publicada por James Harvey:

Um comentário:

  1. Matéria inteligente.

    No Renascentismo a humanidade descobriu a luz no final do túnel, agora estamos na era do "falescentismo", estamos atrás da vela para ascender no final de qualquer túnel e não encontramos, vamos todos cair num buraco negro, mesmo que eles não existam.

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