Parte da entrevista de Manoel Ribeiro dada à revista do Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Manoel Ribeiro, urbanista, consultor da Unesco e Secretaria
de Habitação do Rio e coordenador de oito projetos do Programa Favela-Bairro, tem
criticado abertamente a interferência da pasta de Segurança Pública do Estado
do Rio no planejamento urbano das favelas cariocas. “A solução de um aspecto
muito particular da vida dos favelados (acesso das viaturas policiais) não pode
ser isolada das consequências que essa visão parcial pode gerar sobre o todo da
vida social, cultural e econômica ali existente”.
O planejamento urbano de uma favela deve respeitar que
critérios?
MR: É preciso entender que a favela é um pedaço peculiar da
malha urbana, onde se oculta uma ordem particular atrás da aparente desordem.
As altas densidades, as vielas e escadarias são os padrões de urbanização que
viabilizaram essas ocupações e ainda viabilizam a permanência das populações
mais pobres em localizações privilegiadas na cidade. Alterem-se esses padrões e
serão alteradas as características de suas populações. Melhorias na
acessibilidade e nas condições de saneamento, ao tempo em que se dotam as
favelas de equipamentos sociais, prescindem de alterações nesses padrões. Esse
é o desafio de quem projeta em favelas.
O senhor acha que as medidas que vêm sendo implantadas nas
favelas do Rio podem provocar a gentrificação e a necessidade de ocupação de
outras áreas da cidade?
Se estamos falando de abrir vias nas favelas, nos padrões da
cidade formal, certamente. De um lado a cidade perde suas “alfamas”, suas “ilhas
do egeu”, pedaços criativos de um urbanismo único. De outro lado, a implantação
de padrões de urbanização “consumíveis” pela classe média, aliados a programas
de regularização fundiária, como esclarece o Prof. Pedro Abramo, podem promover
uma “expulsão branca” das populações originais, pressionadas pelas forças de
mercado. Para onde elas irão? Para onde encontrarem terra mais barata ou
propícia a uma ocupação pacífica, provavelmente nas periferias, estendendo
indesejavelmente a nossa cidade/metrópole.
De que forma segurança pública pode contribuir com o
urbanismo?
Urbanismo, “latu censu”, envolve vida social, trocas
culturais e movimento de pessoas pelos espaços públicos. A tarefa de garantir
esses atributos, complementando os bons projetos, é do aparato de segurança
pública.
Fica simplesmente patético para um urbanista dizer que é
contra intervenções nas favelas porque elas vão alterar uma tal “ordem
particular atrás da aparente desordem” e que “melhorias na acessibilidade e nas
condições de saneamento, ao tempo em que se dotam as favelas de equipamentos
sociais, prescindem de alterações nesses padrões”. Que ele informe então - e
não se limite apenas a dizer que é um desafio aos projetistas - como é que se
pode melhorar o saneamento, a mobilidade, o acesso a serviços básicos como
policiamento, retirada de lixo, ambulâncias e bombeiros sem alterar a “arquitetura”
de uma favela. Isso, sem contar que os aglomerados de barracos encarapitados nos
morros correm sérios riscos de desabamento, com ou sem chuva.
Alfamas? Ilhas do Egeu? Pedaços criativos? Urbanismo? Aonde
será que ele viu isso? Chamar favela de “urbanismo único” é a mesma coisa que
dizer que um espírita dando passes está praticando medicina.
Por trás de tudo isso, de todo esse discursinho chulé, é
óbvio que está a esquerdopatia latente do Manoel, o medo insano de um
burguesamento do favelado - ou “gentrificação”, o mais novo eufemismo da
esquerda -, como se melhorar padrões e condições de vida seja um pecado mortal,
mas, fazer o quê, se a padronização socialista é sempre nivelada por baixo. Para
os esquerdopatas, o ideal mesmo seria que toda a classe média passasse a viver
como favelada, sabe-se lá porquê.
Para encerrar, que alguém avise ao Manoel que “latu censu” é
o cacete - o certo é lato sensu. Avisem também que quando ele citou “alfamas”, se muito provavelmente estiver se referindo ao bairro de Lisboa, cujo povoamento se perde
na história lá pelos anos 800 DC, quando Portugal estava sob o domínio
muçulmano - daí seu nome, derivado do árabe al-hamma, significando “fonte de
água quente”, pois lá as há -, que o bairro, até pelas características
medievais, nada tem a ver com favela e que Alfama foi das únicas partes de
Lisboa que ficou de pé após o terremoto de 1755, o que, por si só, já demonstra
que a solidez das suas construções nada têm a ver com os barracos da Rocinha.
Ai minha santa Guenevere!!!!
ResponderExcluirO inguinorante quis mesmo qualificar o bairro da Alfama como favela??? Que horror. Quanta besteira a gentalha coloca na cabeca dos brasileiros que votam como tatus.
Para o sinistro urbanista ilusionista, o bairro judeu em Roma tambem seria uma favela? É maravilhoso, com todas aqueles construcoes medievais entrelacadas com ainda construcoes da Grandiosa Roma antiga.
Será que este ameba nao comprou o diproma como tantos outros o fazem?
Que vergonha!!!!! Ale´m de tudo nao sabe sequer qualificar arte, nao sabe o que é arte e o que é lixo. Que belo urbanista, aliás tenho orgulho de um paranaense o grande Jayme Lerner, esse sim é um sr urbanista, reconhecido mundialmente por tudo de bom que fez em Curitiba e nao só.
Favela é a cabeca do pseudo-urbanista onde tudo vem abaixo sem qualquer razao. O sujeito esta precisando acimentar a metadinha de um neuronio que sobrou desde o ultimo aluviao quando descobriu que poderia fazer fogo com um fosforo e nao batendo duas pedras até surgir uma faisca ou duas.
A não ser que ele queira dizer que alfama tem o significado apontado pelos léxicos, "lugar que serve de asilo ou refúgio", ou "bairro de judeus", o que eu acho improvável, mas que, na verdade, a primeira opção é perfeita: uma favela é, realmente, "lugar que serve de asilo ou refúgio"... de marginais, entre outras coisas.
ExcluirO que me "acende a luz de alarme" é a pergunta, "para onde eles irão?", cuja "resposta", automática, "Para onde encontrarem terra mais barata ou propícia a uma ocupação pacífica, provavelmente nas periferias, estendendo INDESEJAVELMENTE a nossa cidade/metrópole.
ResponderExcluirQual é o Plano? - não existe!
... planejamento metafórico! - mas impressiona.
Excluir... "maqueia" aqui, "maqueia" ali, grana aos ralos, nada se resolve.
ExcluirOs antropornólogos não querem é perder a boquinha: não mexe em favela, não mexe com índios, não mexe com quilombos(?).
ResponderExcluirEu, arquiteto, mexo muito com os quilombos das mulheres, e que lombos!...
ExcluirO Ricardo já nao é mais vegetariano? Deixou de estar sentado no vaso? ahahahahah
ExcluirAcho que o unico lombo que voce mexe é o da sua esposa, voce tambem tem um qui"lombo" de estimacao. ahahahahhha
O Marc Aubert, como foi a operacao??? Voce esta bem? Já esta em casa?
Já perguntei duas vezes e voce nao respondeu. Que feio!!!!!!