A tia black bloc e os dois alemães, o Alz e o Heimer

Como eu já disse muitas vezes aqui, leio qualquer porcaria. Hoje li Caetano, no Globo, que conseguiu, em um só texto, personificar a incoerência absoluta e atemporal. Três trechos mostram bem isso:

“Ali [em 2007] eu me coloco claramente contra a exigência de autorização prévia por parte de biografados. E pergunto: ‘Vão queimar os livros?’ Achei aquilo minha cara.”

“Mudei muito pouco nesse meio-tempo. Mas as pequenas mudanças podem ter resultados gritantes.”

“Sou sim a favor de podermos ter biografias não autorizadas de Sarney ou Roberto Marinho.”

Coerência é um troço que a gente tem que relevar se compararmos diversas épocas das nossas vidas. Normal. Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho foram comunistas e nem por isso alguém lhes cobra coerências comparando suas convicções atuais com  suas posições político-filosóficas de trinta anos atrás.

Mas Caetano, quiuspariu!, começa dizendo que ser contra censurar biografias é a cara dele, para depois, apesar de ter se juntado à turminha da censura, dizer que mudou pouco de 2007 para cá. Cuméquié?!, mudou pouco? O cara, em seis anos, muda de “contra” para “a favor” e ainda diz que mudou pouco?! Ah, já sei, “pequenas mudanças podem ter resultados gritantes”... Ou não... É tudo “lindjo”...

E por que cargas d’água ele é a favor que se escreva biografias não autorizadas de Sarney e Roberto Marinho? Por que será que só os artistas - que, paradoxalmente, já têm seu dia-a-dia sobejamente exposto em revistas de fofocas - têm o direito de proibir que se escrevam livros sobre suas vidas? Se revista pode, por que livro não pode? Será porque os livros não são submetidos a uma censura tão rigorosa e podem revelar que muitos têm o rabo preso porque deram o rabo?

Piadas à parte, Caetano só pode estar sofrendo de senilidade. E de Alzheimer.

Ou não...