Ontem, sexta feira, minha esposa pegou um taxi às oito e
meia da noite para ir de Ipanema à Rodoviária, depois de duas rejeições de
motoristas que informaram ser impossível chegar lá em função dos
engarrafamentos. Como havia uma hora e meia para percorrer treze quilômetros,
ela resolveu embarcar em um que aceitou o desafio.
Às nove e cinquenta, uma hora e vinte depois, ela me liga
dizendo que estava voltando: o taxi tinha conseguido percorrer quatro
quilômetros! Não é fantástico? Uma média de impressionantes três quilômetros
por hora!
Enquanto isso, o site da prefeitura - confuso como ele só -
informava prosaicamente que o trânsito estava lento no caminho que ela deveria
percorrer, e o site do Globo - lançado recentemente com pompa e circunstância -
que se propõe a informar as condições das ruas da cidade, com um bando de
câmeras pifadas, não informava xongas!
Quem vai responder pela perda do compromisso assumido pela
minha esposa em sua terra natal, no interior do estado do Rio de Janeiro? O
bispo? Quem vai ressarcir os cem reais gastos com a passagem - R$ 99,10, um
absurdo, só de ida! - e o dinheiro pago pelo taxi que praticamente não saiu do
lugar? O Papa Chico? E quem perdeu um voo, muito mais caro?
Sobretudo, quem vai curar a tristeza e a decepção da minha
esposa pela perda de um compromisso assumido com as crianças pobres da sua
terra?
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece! Quiuspariu!
Ricardo, hoje, do Santos Dumont até minha casa, em Niterói(próximo à ponte), levei mais tempo do que de Vitória ao RJ. Sem grande trânsito!
ResponderExcluirTá difícil morar por aqui, Pat. Viramos reféns em nossas próprias casas. É Prisão domiciliar.
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