Lendo algumas “antiguidades” que mantenho guardadas em DVDs,
dei com um artigo chamado de “Tabus Linguísticos” que evidencia que o “politicamente
correto” já era paranoia de alguns há mais de meio século. Leiam um trecho:
“O jornalista Fernando Levisky, em meados da década de 50, promoveu
uma campanha, conhecida como “A campanha dos dicionários”, com a finalidade de
banir dos dicionários de língua portuguesa as referências ofensivas aos
israelitas. A campanha envolveu grande parte da intelectualidade da época,
projetando-se até para fora do Brasil, como bem nos informa Queiroz Júnior, em
seu livro Vocábulos no banco dos réus, onde reproduz textos da polêmica que se
desenvolveu na imprensa e nos meios legislativos. Levisky dirigiu um
requerimento ao então Ministro da Educação e Cultura, solicitando o expurgo dos
dicionários das definições ofensivas, depreciativas, humilhantes de
significações encontradas em vários verbetes, não apenas do verbete judeu. A
campanha funcionou parcialmente - já que visava principalmente os dicionários
escolares - e já durante seu desenvolvimento, esses dicionários, os que se
foram publicando, apareceram sem esses significados pejorativos e injuriosos.”
Vejam algumas definições que deveriam ser abolidas:
Judeu - homem mau, negocista, avarento, trocista;
Pernambucana - faca de ponta;
Espanholada - fanfarronada;
Francês - hipócrita, falso;
Brasileira - aguardente, cachaça;
Panamá - administração ruinosa;
Paulista - homem teimoso;
Baiano - homem que não sabe montar a cavalo;
Galego - incivil, grosseiro;
Italianada - linguagem ininteligível;
Paraíba - mulher masculinizada.
O problema é que Levisky não previu àquela época - e nem
poderia prever - que o Maranhão se transformasse em feudo da família Sarney e
também pediu que se censurasse a definição de maranhão, que além significar
maranhense e designar uma espécie de flamingo, também quer dizer uma “grande
mentira” ou “mentira engenhosa”, como consta no Houaiss.
Hoje, maranhão
significar uma “grande mentira” é uma grande verdade.
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