Artista é bicho esquisito mesmo, com algumas exceções. Fazem
de tudo para serem reconhecidos e endeusados, ao mesmo tempo que se escondem do
assédio. Permitem sem chiar que os repórteres de perfumarias e os paparazzi revelem
suas intimidades em revistas de abobrinhas e aceitam invasões de revistas “chiques”
às suas residências, mas não querem ver tudo isso reunido em uma só obra.
Simples mesmo foi o Noca da Portela que disse “depois que eu
morrer, podem até me chamar de viado”, o que não significa nada para a questão
em si, mas apenas a trata com o desprezo que ela deve ser tratada.
Tudo isso é falta do que fazer. Riquíssimos, todos os que
abraçaram a causa da censura não produzem nada que preste há mais de vinte anos,
não sei se por preguiça ou por esgotamento de talento, sé é que isso é possível,
resolveram, juntos, sair do marasmo e, para espantar o tédio e o Alzheimer, arrumaram
sarna para coçar. Errados ou não, eles estão é tirando as teias de aranha dos seus
cérebros que, na maior parte dos casos, nunca funcionaram muito bem quando o
assunto é outro que não seja a música. Ou vão querer me enganar que Roberto,
Erasmo, Gil, Caetano, Chico ou Djavan já produziram algo relevante, à exceção
de belas canções? E já não é o bastante?
Dá pena, mas eu, pelo
menos, não estou conseguindo separar a cagada conjunta dessas toupeiras geriátricas das suas obras.
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