Discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da feira de livros de Frankurt, cujo homenageado esse ano é o Brasil.
O que significa ser escritor num país situado na periferia
do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma
metáfora? Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de
habitar os limiares do século 21, de escrever em português, de viver em um
território chamado Brasil. Fala-se em globalização, mas as fronteiras caíram
para as mercadorias, não para o trânsito das pessoas. Proclamar nossa
singularidade é uma forma de resistir à tentativa autoritária de aplainar as
diferenças.
Nascemos sob a égide do genocídio. Dos quatro milhões de
índios que existiam em 1500, restam hoje cerca de 900 mil, parte deles vivendo
em condições miseráveis em assentamentos de beira de estrada ou até mesmo em
favelas nas grandes cidades. Avoca-se sempre, como signo da tolerância
nacional, a chamada democracia racial brasileira, mito corrente de que não
teria havido dizimação, mas assimilação dos autóctones. Esse eufemismo, no
entanto, serve apenas para acobertar um fato indiscutível: se nossa população é
mestiça, deve-se ao cruzamento de homens europeus com mulheres indígenas ou
africanas – ou seja, a assimilação se deu através do estupro das nativas e
negras pelos colonizadores brancos.
Invisível, acuada por baixos salários e destituída das
prerrogativas primárias da cidadania –moradia, transporte, lazer, educação e
saúde de qualidade -, a maior parte dos brasileiros sempre foi peça descartável
na engrenagem que movimenta a economia: 75% de toda a riqueza encontra-se nas
mãos de 10% da população branca e apenas 46 mil pessoas possuem metade das
terras do país. Historicamente habituados a termos apenas deveres, nunca
direitos, sucumbimos numa estranha sensação de não pertencimento: no Brasil, o
que é de todos não é de ninguém…
Convivendo com uma terrível sensação de impunidade, já que a
cadeia só funciona para quem não tem dinheiro para pagar bons advogados, a
intolerância emerge. Aquele que, no desamparo de uma vida à margem, não tem o
estatuto de ser humano reconhecido pela sociedade, reage com relação ao outro
recusando-lhe também esse estatuto. Como não enxergamos o outro, o outro não
nos vê. E assim acumulamos nossos ódios - o semelhante torna-se o inimigo.
Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel transformador
da literatura. Filho de uma lavadeira analfabeta e um pipoqueiro
semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de
armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu
destino modificado pelo contato, embora fortuito, com os livros. E se a leitura
de um livro pode alterar o rumo da vida de uma pessoa, e sendo a sociedade
feita de pessoas, então a literatura pode mudar a sociedade.
Em nossos tempos, de exacerbado apego ao narcisismo e
extremado culto ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por isso
deveria nos despertar o fascínio pelo reconhecimento mútuo, mais que nunca tem
sido visto como o que nos ameaça. Voltamos as costas ao outro –seja ele o
imigrante, o pobre, o negro, o indígena, a mulher, o homossexual– como
tentativa de nos preservar, esquecendo que assim implodimos a nossa própria
condição de existir.
Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo,
para transformar o mundo. Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de
utopias. Porque penso que o destino último de todo ser humano deveria ser
unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui e agora.
Parece que os torneiros-mecânicos aqui no Brasil, mesmo os
que, como Luiz Ruffato, adquiriram um pouco de cultura, padecem do mesmo mal: são
todos boquirrotos. De cara me vêm dois à cabeça: Lula e Aguinaldo Timóteo.
Lá isso é coisa que se faça? Ir para Frankfurt às expensas do
contribuinte para falar mal dos brasileiros com um discursinho vagabundo e
desgastado onde só faltaram os jargões “burguesia” e “elite branca”, mas
sobraram acusações idiotas, repetitivas e desprovidas de qualquer fundamento ou
bom senso, é um acinte!
E quem é esse tal Luiz Ruffato além de torneiro-mecânico e
pipoqueiro? O que é que ele escreveu que se aproveite? Ah, sim, leio aqui que
ele escreveu um “projeto” chamado Inferno Provisório, composto por cinco livros
sobre o operariado brasileiro. Deve ser uma maravilha, a julgar pela beleza do
seu discurso onde, entre outras coisas, ele insinua que nós, os brancos,
matamos milhões de índios, apesar dos 900 mil que ainda existem serem donos de
13% do território nacional e ainda, de quebra, tem a petulância de dizer que
muitos deles moram na beira de estradas e em favelas, além de culpar os brancos
por alguns deles serem ricos.
Ora, vá lamber sabão e peidar (do latim pedìtum, “traque,
ventosidade”) bolhinhas! Nem Nélida Piñon gostou do babaca: “Não falo mal do
meu país fora de suas fronteiras”.
Escrever é "um pouco" mais do que juntar letrinhas e formar palavras e frases, por isso existe a expressão "analfabeto funcional". Pressupõe-se que escrever seja relatar fatos com um mínimo de precisão e expressar ideias com um mínimo de sentido. O discurso do Ruffato mostra que ele desconhece os fatos e tem ideias de jerico.
ResponderExcluirO estulto esta a referir-se a todos aqueles que nao descendem de índios ou de africanos. Quer dizer, esta a criticar a historia, esta a expor novamente a historia como culpada das mazelas. É um discurso podre e falecido, é usado pela esquerdalha capenga e patológica. Me parece que o sobrenome do "escrevinhador" parvo é europeu, portanto o imbecil nega a sua propria existencia para tentar calgar os degraus da intelectualidade perante uma plateia distinta.
ResponderExcluirA arenga do idiota é um palanque petista, indiológico e outras coisas mais. O nescio nunca pensou que quando os europeus entraram no hoje Brasil, que nao foram somente os brancos a matar os indios? Os europeus que foram devorados pelos índios é historia infantil? Creio que nao faltam factos atuais para serem discutidos e curados, esta gentalha tem o direito de proferir suas opinioes, mesmo que sejam repletas de propaganda ideologica, ideologia que os proprios nada percebem. Muitas geracoes jogadas no lixo. O nacionalismo é fétido.
Parece que para ser idiota nao tem limites geograficos, podem ser idiotas em qualquer rincao do planeta. Acrescentando que o Homo sapiens saiu da Afria há 65 milhoes de anos nao somente para fazer turismo, mas tambem para conquistar territorios, o Neanderthal talvez tenha sido extinto pelos Homo sapiens, esta é a nossa heranca, a nossa trajetoria, os indios que habiram o Brasil nao cairam do céu, vieram da Asia, eles tao pouco eram os donos das terras, sequer sabiam onde estavam. A opcao hoje conforme esta bandalha doentia é devolver as terras de Santa Cruz as tribos existentes. Quem nao for descendente de indios devem ser repatriados. Boa sorte.
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