sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Botando as barbas de molho

“Sinal de que o povo concorda com as práticas que vêm sendo adotadas.”
Luiz Fernando Pacheco, defensor do ex-presidente do PT José Genoino no julgamento do mensalão, ao garantir que é esse o motivo de o PT estar no poder há quase 12 anos.

Eu ia sentar o sarrafo, mas pensei bem e vou esperar até outubro. É bem capaz das urnas confirmarem o que ele disse...

Caiado, Garotinho e os porcos

Duas plataformas afundando: a da reeleição de Dilma - que anunciou “autossuficiência em petróleo” em 2015 - e a da Petrobras

Sobre notícia do Claudio Humberto:

Bastou Dilma anunciar ontem que em 2015 o Brasil será “autossuficiente em petróleo”, para desestabilizar uma das plataformas de extração em Campos. Para piorar, as ações da Petrobras fecharam ontem a 12,90 reais, o menor valor do papel desde 2005. Só este ano, a Petrobras já caiu 18,4%.

Só para lembrar, Lula prometeu exatamente a mesma coisa, na mesma época do ano eleitoral de 2006. Faz oito anos e... nada! E sabem de quem foi a culpa? Nossa! A explicação do governo para a perda da “autossuficiência” supostamente conquistada em 2006 foi “aumento do consumo”.

Celso de Mello também mandou bem, mas, infelizmente, os demais membros da quadrilha têm o que comemorar

Segundo a Folha Poder, os petistas comemoraram ontem a decisão do STF, vista por eles como “o fim de uma farsa”, e centraram críticas no presidente da corte e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa.

Ex-ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi ao plenário do Senado dizer que ao levantar suspeitas contra colegas, Barbosa coloca em dúvida sua própria indicação. “Ele abre mão da argumentação jurídica e técnica para insinuar que o processo de escolha careça de seriedade e responsabilidade. Estaria sua indicação também sujeita à suspeição?”, disse. Os ministros do STF são indicados pelo presidente da República e aprovados ou não pelo Senado. Barbosa entrou no STF por indicação do ex-presidente Lula, em 2003.

Por meio de sua assessoria, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que “caiu a farsa do crime de formação de quadrilha”.

Procurei, mas não achei o vídeo da declaração de voto do ministro Celso de Mello, ontem, no julgamento ganho pela quadrilha, quando tomou a frente da defesa institucional do STF, diante de ataques de advogados e réus. Sem citar nomes, Celso não economizou adjetivos para desqualificar as críticas. O primeiro alvo foi Luiz Fernando Pacheco, defensor do ex-presidente do PT José Genoino. Na sessão de 20 de fevereiro, Pacheco disse que o julgamento foi injusto, representando “a maior farsa da História política brasileira”. Mas vale o escrito, leiam o que Celso de Mello disse (íntegra do voto, por escrito, aqui):

“Absurda, esdrúxula e inaceitável a afirmação de que esta Corte agiu como tribunal de exceção. Importante informar que o Supremo Tribunal Federal decidiu o presente litígio penal com apoio em prova validamente produzida nos autos, respeitando sempre os direitos e garantias fundamentais que a Constituição da República assegura a qualquer acusado.”

“A maior farsa da História política brasileira residiu nos comportamentos moralmente desprezíveis, cinicamente transgressores da ética republicana e desrespeitadores das leis criminais do país, perpetrados por delinquentes travestidos então na condição de altos dirigentes governamentais, políticos e partidários, cuja atuação ludibriou acintosamente o corpo eleitoral, fraudou os cidadãos dignos de nosso país, fingindo cuidar ardilosamente dos interesses políticos quando na verdade buscavam, por meios escusos, mediante condutas criminosamente articuladas, ultrajar a dignidade das instituições republicanas.”

“A conquista e preservação temporária do poder não autorizam quem quer que seja, mesmo quem detenha a direção do Estado, ainda que evocando expressiva manifestação eleitoral, a utilizar meios criminosos ou expedientes juridicamente marginais e repudiados pela legislação do país e pelo sentimento de decência que deve sempre permanecer no trato da coisa pública.”

“Pena inteiramente compatível com a inquestionável gravidade com a pena de quadrilha, legítima, impregnada da fundamentação. Nesse caso registrou-se a existência de um vínculo associativo permanente com o propósito de viabilizar, no contexto delinquencial, a prática de uma série de crimes.”

"Concluo o meu voto, Senhor Presidente, reafirmando a condenação que impus aos ora embargantes pela prática do crime de quadrilha (CP, art. 288, na redação anterior à Lei nº 12.850/2013), por entender, na linha do que já acentuara nas sessões plenárias de 2012, que uma organização estruturada desde o ápice do poder, posicionada na intimidade da esfera governamental, particularmente em um dos mais importantes e sensíveis gabinetes da Presidência da República, que lançou os seus tentáculos e irradiou os seus efeitos perversos sobre o aparelho de Estado, conspurcando a própria legitimidade do conceito de cidadania e da prática democrática de poder, com o objetivo, profundamente escuso, de ilícita apropriação institucional dos mecanismos constitucionais de Governo e de dominação patrimonial do Parlamento brasileiro, mediante perpetração de diversos crimes, especialmente de atos de corrupção, que só fizeram degradar a ordem republicana, em ultrajante desrespeito e ofensa à dignidade da política e às instituições do Estado de Direito: tal organização - visceralmente criminosa em seu aparato funcional e operacional - não pode ser lenientemente qualificada como expressão menor de um simples concurso eventual de delinquentes, mas há de ser considerada em sua real essência e concreta dimensão como quadrilha composta por pessoas, com e sem vinculação governamental e partidária, comprometidas, ao longo de extenso período de tempo (entre 2002 e 2005), com práticas criminosas, disruptivas da paz pública, que merecem a repulsa do ordenamento jurídico e o adequado enquadramento, no art. 288 do Código Penal, de seus transgressores, que nada mais são - é preciso sempre enfatizar - do que meros e ordinários criminosos comuns."

Joaquim Barbosa, encerrando o julgamento da quadrilha que foi absolvida por outra

Cheguei a pensar que Barbosa iria soltar um sonoro palavrão, tal a sua indignação, que faço minha. Só que eu posso: Puta que Pariu!, que bando de canalhas!

Plataforma da Petrobras em Campos está adernando

Segundo notícias do Bom Dia Rio, uma plataforma da Petrobras, na bacia petrolífera de Campos, está adernando e 79 pessoas já foram retiradas de lá. O mar, com ondas de quatro metros, acelera o processo.

E viva o governo do PT: não faz nada e ainda destrói o que estava feito!

Roubei sim, e daí? Liberou geral!

Roubei do Prosa e Política essas charges geniais do Sponholz


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Vergonha!

Pois é, meus caros, como aqui no Brasil ocorre o contrário dos filmes de faroeste americano - são os bandidos que usam estrela no peito, prendem e julgam -, é lógico que os comparsas dos que estão presos os absolveram.

Da Veja:

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira livrar oito réus da condenação por formação de quadrilha. Por 6 votos a 5, a corte aceitou os embargos infringentes e derrubou as condenações por esse crime. Com isso, José Dirceu e Delúbio Soares escaparam do cumprimento de pena em regime fechado. José Genoino, que já estava livre do regime fechado, também teve a pena diminuída. Na prática, o tribunal revisou o que havia decidido na etapa inicial do julgamento. Nessa guinada, foram decisivos os votos dos ministros novatos, que não estavam presentes na primeira fase do processo: Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso, que substituíram César Peluzo e Carlos Ayres Britto. O efeito prático da sentença foi este: a pena de José Dirceu cai de 10 anos e 10 meses de prisão para 7 anos e 11 meses. A de Genoino, de 6 anos e 11 meses para 4 anos e 8 meses. A de Delúbio, de 8 anos e 11 meses para 6 anos e 8 meses.

O publicitário Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz e os ex-banqueiros e Kátia Rabello e José Roberto Salgado também foram beneficiados pela decisão do tribunal. Mas, como haviam recebido penas mais elevadas, continuam em regime fechado de prisão. O STF fez jornada dupla nesta quinta-feira para concluir o julgamento iniciado em 2 de agosto de 2012: a sessão, que normalmente se inicia às 14h, começou pouco depois das 10h e se estenderá pela tarde após uma pausa para almoço.

Votos
Na sessão desta quinta, cinco ministros votaram, quatro deles a favor dos réus. Na abertura da sessão desta quinta, o ministro Teori Zavascki deu mais um voto pela aceitação dos embargos infringentes para o crime de formação de quadrilha. ”É difícil afirmar, por exemplo, que José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, ou José Genoino, dirigente partidário, tivessem se unido a outros agentes com o objetivo e o interesse comum de praticar crimes contra o sistema financeiro nacional ou de lavagem de dinheiro”, disse Zavascki.

 O voto que deu maioria a favor dos mensaleiros foi o de Rosa Weber. Ela argumentou que não há provas suficientes de que os réus associaram-se com a finalidade específica de cometer crimes: “Há diferença marcante entre pessoas que se associam para cometer crimes e pessoas que se associam com outra finalidade, mas que no âmbito dessa associação cometem crimes”, afirmou a ministra. No primeiro caso, complementou, trata-se de formação de quadrilha. No segundo caso, são crimes praticados em concurso de agentes. 

Já com a maioria formada, o ministro Gilmar Mendes apresentou um voto enfático em defesa da condenação por formação de quadrilha: “Houve a formatação de uma engrenagem ilícita que atendeu a todos e a cada um”.

O ministro Marco Aurélio Mello também apresentou um voto contrário aos embargos: ele também destacou a guinada dada pela corte em relação à fase inicial do julgamento, quando Peluzo e Ayres Britto ainda compunham a corte: “Cabe indagar: julgamos segundo o critério de plantão? O pronunciamento anterior se mostrou um pronunciamento à margem dos elementos coligidos a cargo do Ministério Público ao processo? A resposta, e devemos honrar os dois colegas que já não integram o colegiado, é desenganadamente negativa”.

O decano Celso de Mello acompanhou: “Os membros dessa quadrilha agiram com dolo de planejamento, divisão de trabalho e organicidade. Uma sofisticada organização criminosa, como a ela se referiu o procurador-geral da República”. Em um voto memorável, Celso de Mello respondeu aos constantes ataques dos mensaleiros condenados, que tratam o julgamento como uma farsa. “É nessa sucessão organizada de golpes criminosos que reside a maior farsa da história política brasileira. E isso, para vergonha de todos nós e grave ofensa ao sentimento de decência dos cidadãos honestos desta república democrática. É por tudo isso que se impõe repelir aqui e agora, com o máximo vigor, essa inaceitável ofensa que tão levianamente foi assacada contra a dignidade institucional e a alta respeitabilidade do Supremo Tribunal Federal”, disse o ministro.

O presidente do STF e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, deu o quinto voto contra os embargos. Ele criticou explicitamente o papel exercido pelos dois ministros novatos, escolhidos pela presidente Dilma Rousseff quando o julgamento já havia sido iniciado: “Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que esse é apenas o primeiro passo. Essa maioria de circunstância tem todo o tempo a seu favor para continuar na sua sanha reformadora”, disse ele, que afirmou ainda que o STF vive uma tarde “triste”.

Franceses elaboram tratado de segurança para turistas no Brasil

O Ministério das Relações Exteriores da França elaborou um verdadeiro tratado se segurança destinado aos cidadãos franceses que tiverem o mau gosto de vir conhecer o Brasil do PT, com direito até a mapa.

Pior é que é tudo verdade. Que vergonha!...


Brasil
Segurança
Assalto
Devido aos riscos conhecidos de assalto à mão armada nas estradas que ligam São Paulo às cidades costeiras do Estado, recomenda-se aos franceses exercer maior vigilância no que diz respeito indivíduos posicionados em lombadas da estrada.

Devido a um aumento significativo de ataques contra turistas, o maior cuidado é exigido de viajantes para o Rio de Janeiro. Este aviso aplica-se a todas as áreas, em especial a de Copacabana, onde se concentram mais de 50 % dos casos de furtos ou roubos à mão armada reportados à polícia.

O mesmo cuidado é necessário ao viajar para São Paulo e as praias paulistas, onde os ataques estão se tornando mais freqüentes.

Dicas gerais de segurança respeito
  • ·         vigilância e discrição (para evitar as armadilhas da riqueza, como jóias e roupas valor que atraem a atenção e luxúria)
  • ·         ter cuidado com qualquer esquema para desviar a sua atenção
  • ·         possivelmente usar a isca, usando uma segunda carteira (contendo dinheiro) e/ou no carro, uma segunda bolsa.
  • ·         também evitar atitudes de turistas, não exibam câmeras e filmadoras.
  • ·         estar atentos ao retirar dinheiro.
  • ·         monitorar seu copo em casas noturnas.
  • ·         sempre escolher um táxi e evitar aqueles que se oferecem.
  • ·         em caso de agressão, não resistir ao agressor, que pode fazer uso de uma arma.
  • ·         exercer a maior vigilância no uso de cartões de crédito (destruir carbonos evitar perder de vista durante o pagamento, verifique se você não está sendo seguido antes de se aproximar um caixa eletrônico. Opte por aqueles que estão dentro de um banco e o faça de preferência durante o dia).
  • ·         na cidade, manter as janelas fechadas e as portas trancadas. Fora das áreas urbanas, não viajar à noite.
  • ·         não para o turismo nas favelas.
  • ·         fazer fotocópias de documentos oficiais e deixar os originais no cofre do hotel.
  • ·         não carregar grandes somas de dinheiro, mas ter sempre 50 reais a mão
  • ·         lidar cuidadosamente com novos amigos ou encontros locais.
  • ·         prestar atenção aos objetos de uso pessoal em coletivos.
  • ·         sempre levar o número do consulado ou de pessoa a contactar em caso de emergência.
  • ·         à praia, levar apenas o mínimo .
E por aí afora. Mais em "France Diplomatie".

Delicadamente, Joaquim Barbosa concorda comigo: existe uma quadrilha no STF empenhada em proteger o PT

Agora ele está falando. Depois eu volto.

Quem vai julgar a quadrilha do STF?

Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.

Em que pesem as várias intervenções de Joaquim Barbosa, denunciando votos políticos e preconcebidos de alguns ministros petralhas, Teori Zavascki e Rosa Weber botaram uma pá de cal nos embargos infringentes dos criminosos do mensalão ao votarem contra a condenação de formação de quadrilha, somando-se aos quatro votos idem de ontem.

Pior que a quadrilha do mensalão é essa dos petralhas do STF.

Cultura autoriza R$ 1,5 milhão para filme sobre Dirceu e nega R$ 580 mil para filme sobre Covas

Do CoroneLeaks

Um filme sobre a trajetória do petista corrupto José Dirceu, preso na Papuda pelos seus crimes no Mensalão, foi autorizado a captar R$ 1,5 milhão pela Lei Rouanet. Para um filme sobre o governador e senador tucano Mário Covas, aquele que um dia José Dirceu mandou a militância petista espancar, Marta Suplicy, ministra da Cultura, negou R$ 580 mil.

São uns canalhas...

Deu no Granma

Lula da Silva: Puerto del Mariel, una referencia para el Continente

Cuatro años después de su primera visita al Mariel, el exmandatario brasileño Luiz Inácio Lula da Silva, llegó en la mañana de este martes a la recién inaugurada Terminal de Contenedores del Mariel, acompañado por el General de Ejército Raúl Castro Ruz, Presidente de los Consejos de Estado y de Ministros.

Durante el recorrido por áreas de la Terminal, Lula da Silva pudo constatar la magnitud de la obra que allí se ejecuta con la contribución de un crédito otorgado por la nación sudamericana, la cual consideró luego, en declaraciones a la prensa cubana, “representa para este país la posibilidad de una revolución industrial, de atraer empresas para el desarrollo de productos de alta tecnología y utilizar el Puerto del Mariel como una referencia para América Latina y el Caribe”.

Dijo sentirse orgulloso y feliz “porque hemos participado en este nuevo momento que vive Cuba”. Y agregó: “el Presidente Raúl está tomando decisiones corajudas para modernizar a su país... ahora solamente necesitamos derrumbar el bloqueo norteamericano para que Cuba pueda desarrollarse a plenitud”.(...)

Ainda em Cuba, o apedeuta proferiu a seguinte pérola:

“Maduro tem as melhores intenções, ele quer dar o melhor de si para a Venezuela.”

 De boas intenções, o inferno está cheio!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Dilma deu camisa pirata ao Papa

Essa gentalha que ora manda no País não nos poupa nem nos mínimos detalhes. No domingo, postei fotos de Dilma dando uma bola e uma camisa da seleção brasileira de futebol ao Papa, assinalando que a bola não era a oficial da Copa. Pois bem, não é que hoje o Ancelmo Gois revela que a camisa também não era a oficial e sim “uma dessas camisas retrôs que se vende por aí”?

Isso é o retrato da esculhambação! Uma merda dessas não pode, de maneira nenhuma, ser chamada de governo.

Quem recebe mais doações?

O que os luminares petralhas disseram em 1994 sobre o Plano Real

Agora chupem essa manga, seus babacas!

Do Reinaldo Azevedo

Lula
“Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições” (O Estado de S. Paulo, 15.1.1994).

“O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O Estado de S. Paulo, 6.7.1994).

Guido Mantega
“Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa” (Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).

Marco Aurélio Garcia
“O Plano Real é como um “relógio Rolex, destes que se compra no Paraguai e têm corda para um dia só (…) a corda poderá durar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno das eleições, ou talvez, se houver segundo turno, até novembro” (O Estado de S. Paulo, 7.7.1994).

Gilberto Carvalho
“Não é possível que os brasileiros se deixem enganar por esse golpe viciado que as elites aplicam, na forma de um novo plano econômico” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto).

Aloizio Mercadante
“O Plano Real não vai superar a crise do país (…) O PT não aderiu ao plano por profundas discordâncias com a concepção neoliberal que o inspira” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto)

Vicentinho
“O Plano Real só traz mais arrocho salarial e desemprego” (“O Milagre do Real”).

Maria da Conceição Tavares
“O plano real foi feito para os que têm a riqueza do País, especialmente o sistema financeiro” (Jornal da Tarde, 2.3.1994).

Paul Singer
“Haverá inflação em reais, mesmo que o equilíbrio fiscal esteja assegurado, simplesmente porque as disputas distributivas entre setores empresariais, basicamente sobre juros embutidos em preços pagos a prazo, transmitirão pressões inflacionárias da moeda velha à nova” (Jornal do Brasil,  11.3.1994).

“O Plano Real é um arrocho salarial imenso, uma perda sensível do poder aquisitivo de quem vive do próprio trabalho” (Folha de S.Paulo, 24.7.1994).

Gilberto Dimenstein
“O Plano Real não passa de um remendo” (Folha de S.Paulo, 31. 7.1994 ).

Vendendo a cópula na Copa

Às vezes eu não entendo a falta de coerência e de bom senso de alguns comentaristas importantes. Rodrigo Constantino, um ferrenho defensor da moral e bons costumes, hoje resolveu trocar as bolas e atacar os que são contra as tais camisetas da Adidas - que em vez de fazerem alusão à Copa, a fazem ao turismo sexual - chamando-os de “patrulha politicamente correta”. Certamente essa reação do Rodrigo é um julgamento completamente incorreto do que seja o tal “politicamente correto” e, na verdade, o que o incomodou mesmo foi que o governo também foi contra, como se fosse impossível alguém de lá dar uma dentro, de vez em quando (é difícil, mas acontece).

Quem me conhece sabe que eu sou inimigo mortal dos eufemismos de acepções ou léxicos. Não sou daqueles que chamo os amigos negros de afrodescendentes e os desconhecidos de crioulos: é tudo crioulo mesmo. Tampouco pauto minha moral pela elegância hipócrita ou por convenções políticas ou religiosas. No entanto, sou radicalmente contra vender imagens generalizadas de meias-verdades. Eu e muitos brasileiros não queremos ver a imagem do nosso país atrelada a capoeiras, cocares e bundas; eu e muitos cariocas não queremos ver nossa imagem associada à depravação sexual só porque ela já existe, porque esse tipo de coisa não é o padrão da nossa sociedade como um todo.

O Brasil ainda tem muita coisa para mostrar além de samba, futebol e sexo. Digo ainda porque, de onze anos para cá, andam destruindo tudo, até a nossa História.

As camisetas, em si, não têm nada de mais, mas são claramente desfocadas do objetivo de “vender” a Copa, mas, nem tão subliminarmente assim, vendem mesmo é a cópula.

Um feriado Real

Dia 28 de fevereiro deveria ser feriado nacional, com direito a hasteamento da bandeira, execução do hino e celebração de culto ecumênico em praça pública. A comemoração impediria que os governantes de plantão se esquecessem da maior vitória da sociedade brasileira na segunda metade do século 20. Fato que mudou a vida dos brasileiros e se tornou conquista tão importante que, ao maltratá-la ou descurar de preservá-la, a autoridade corre o risco de receber o devido troco nas urnas.

Trata-se do tiro de morte na hiperinflação, que muitos comemoram em 1º de julho, data em que entraram em circulação as primeiras notas e moedas do real. Mas foi no último dia de fevereiro de 1994, há 20 anos, portanto, que o Brasil começou a deixar para trás longo e desafortunado período de inflação acelerada. Naquela data, foi publicada a Medida Provisória nº 434, instituindo a unidade real de valor (URV), moeda virtual que não circulava, mas servia como padrão do valor monetário.

Se Dilma fala pelo Brasil, eu sou paraguaio

Ela fala pelo Brasil - Editorial do Estadão

Até mesmo o lusófono presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deve ter tido sérias dificuldades para entender os dois discursos da presidente Dilma Rousseff proferidos em Bruxelas a propósito da cúpula União Europeia (UE)-Brasil. Não porque contivessem algum pensamento profundo ou recorressem a termos técnicos, mas, sim, porque estavam repletos de frases inacabadas, períodos incompreensíveis e ideias sem sentido.

Ao falar de improviso para plateias qualificadas, compostas por dirigentes e empresários europeus e brasileiros, Dilma mostrou mais uma vez todo o seu despreparo. Fosse ela uma funcionária de escalão inferior, teria levado um pito de sua chefia por expor o País ao ridículo, mas o estrago seria pequeno; como ela é a presidente, no entanto, o constrangimento é institucional, pois Dilma é a representante de todos os brasileiros - e não apenas daqueles que a bajulam e temem adverti-la sobre sua limitadíssima oratória.

Logo na abertura do discurso na sede do Conselho da União Europeia, Dilma disse que o Brasil tem interesse na pronta recuperação da economia europeia, “haja vista a diversidade e a densidade dos laços comerciais e de investimentos que existem entre os dois países” - reduzindo a UE à categoria de “país”.

Em seguida, para defender a Zona Franca de Manaus, contestada pela UE, Dilma caprichou: “A Zona Franca de Manaus, ela está numa região, ela é o centro dela (da Floresta Amazônica) porque é a capital da Amazônia (...). Portanto, ela tem um objetivo, ela evita o desmatamento, que é altamente lucrativo - derrubar árvores plantadas pela natureza é altamente lucrativo (...)”. Assim, graças a Dilma, os europeus ficaram sabendo que Manaus é a capital da Amazônia, que a Zona Franca está lá para impedir o desmatamento e que as árvores são “plantadas pela natureza”.

Dilma continuou a falar da Amazônia e a cometer desatinos gramaticais e atentados à lógica. “Eu quero destacar que, além de ser a maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, mas, além disso, ali tem o maior volume de água doce do planeta, e também é uma região extremamente atrativa do ponto de vista mineral. Por isso, preservá-la implica, necessariamente, isso que o governo brasileiro gasta ali. O governo brasileiro gasta um recurso bastante significativo ali, seja porque olhamos a importância do que tiramos na Rio+20 de que era possível crescer, incluir, conservar e proteger.” É possível imaginar, diante de tal amontoado de palavras desconexas, a aflição dos profissionais responsáveis pela tradução simultânea.

Ao falar da importância da relação do Brasil com a UE, Dilma disse que “nós vemos como estratégica essa relação, até por isso fizemos a parceria estratégica”. Em entrevista coletiva no mesmo evento, a presidente declarou que queria abordar os impasses para um acordo do Mercosul com a UE “de uma forma mais filosófica” - e, numa frase que faria Kant chorar, disse: “Eu tenho certeza que nós começamos desde 2000 a buscar essa possibilidade de apresentarmos as propostas e fazermos um acordo comercial”.

Depois, em discurso a empresários, Dilma divagou, como se grande pensadora fosse, misturando Monet e Montesquieu - isto é, alhos e bugalhos. “Os homens não são virtuosos, ou seja, nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa, mas alguns homens e algumas mulheres são, e por isso que as instituições têm que ser virtuosas. Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando... aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet.”


Há muito mais - tanto, que este espaço não comporta. Movida pela arrogância dos que acreditam ter mais a ensinar do que a aprender, Dilma foi a Bruxelas disposta a dar as lições de moral típicas de seu padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acreditando ser uma estadista congênita, a presidente julgou desnecessário preparar-se melhor para representar de fato os interesses do Brasil e falou como se estivesse diante de estudantes primários - um vexame para o País.

Morre aos 66 Paco de Lucia, o gênio da guitarra flamenca

O bando

O BANDO, de Filipe Trielli

Estava à toa na classe o professor me chamou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Me encheu de frase de efeito destilando rancor
Pra me lobotomizar, me transformar num robô


O mensaleiro que contava dinheiro parou
E o blogueiro que levava vantagens pirou
A Namorada que gostava de Beagle
Parou para retocar a maquiagem

O Sakamoto que odiava o sistema curtiu
A Marilena que andava sumida Chauiu
A esquerdalha toda se assanhou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô

Estava à toa na classe o professor me chamou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Me encheu de frase de efeito destilando rancor
Pra me lobotomizar, me transformar num robô

Não tive saco pra encarar Bakunin nem Foucault
Gosto do Chico e acho que ele é um grande cantor
O Professor falou que a coisa mais bela
Era explodir bomba feito o Marighella

A Marcha rubra se espalhou e a direita dormiu
O Paulo Freire virou santo e fodeu com o Brasil
A Faculdade toda se enfeitou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô

Eu vi que o capitalismo era feio e cruel
Eu vi que em Cuba era bom e que eu amava o Fidel
Anotei tudo no iPad e pus no computador
Depois eu vou te ensinar porque eu virei professor

Ele é o cara!


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A homeopatia de Rasputin

Já que o Argento e o Milton mencionaram a homeopatia em comentários, eu também vou dar meu pitaco.

A proposta inicial da homeopatia tradicional, de Hahnemann, é uma apologia, senão a uma panaceia, a uma “uniceia”, que é o tratamento através da ingestão de uma substância única - mas que varia de indivíduo para indivíduo - capaz de curar desde unhas encravadas até tumores cerebrais no dito cujo. Até que me provem o contrário, isso não passa de uma grande enganação, embora, contando com a sorte, alguma coisa pode até funcionar no caso específico das alergias. Achar que uma só substância tenha as propriedades de equilibrar a tal “energia vital” de cada um, como prega a homeopatia unicista não passa de brincadeira.

Já o princípio não místico da homeopatia, ou seja, a linha organicista, até que faz algum sentido em algumas doenças crônicas, quando há tempo para tratá-las. No organicismo, o médico pergunta ao paciente quais são suas queixas imediatas e receita o medicamento com o objetivo de curar os órgãos doentes, exatamente como na alopatia, só que usando as substâncias como provocadoras dos anticorpos. O problema, além do tempo, é que fica difícil confiar em um negócio que é diluído zilhões de vezes. Há até quem defenda que o simples vestígio de uma molécula em uma solução tem poderes curativos. E desde quando moléculas deixam vestígios?

Aliás, dizem que Rasputin era um adepto de um método parecido. Já que ele era o responsável pela integridade física dos Romanov até como provador de comidas, costumava ingerir doses cavalares, mas não letais, de arsênico, cianuteto e outros venenos, para “acostumar” seu metabolismo a ponto de detectar envenenamentos em alimentos destinados à família, pouco ou nada sofrendo.

Na homeopatia de Rasputin eu acredito, na de Hahnemann, acho que só a sorte pode ajudar.

Venezuelanas

Como eu já havia vaticinado aqui, o “comunicado conjunto”, que cobriu de vergonha a diplomacia brasileira, atacando os manifestantes venezuelanos, foi obra do “bolivariano” Antonio Simões, ex-embaixador em Caracas, em parceria com o aspone Marco Aurelio TopTop Garcia.


Falando em Venezuela, Maradona foi contratado pela TV estatal do país para comentar os jogos da Coca, perdão, Copa. Maduro e Maradona, feitos um para o outro.

Xô vampiros

É cada uma...

A notícia sobre a descoberta de mais uma propriedade do alho, a de combater agressivas infecções bacterianas multirresistentes porque o ajoeno, um potente composto químico presente no alimento, neutraliza a bactéria paralisando seu sistema de comunicação, vira piada no final, quando quem a escreveu informa que “o único problema é que o alho contém tão pouco ajoeno que seria necessário comer cerca de 50 por dia para conseguir o efeito desejado”...

Morrer da cura

O texto abaixo, obtido na Tribuna da Internet, foi escrito por Jordan van der Zeijden Campos, um terapeuta, daqueles que chamamos de “alternativos”, que se define como “terapeuta transpessoal e de regressão, iridólogo, escritor, músico, palestrante e conferencista. Master em PNL (programação neuroliguistica) e autodidata em Ciências Humanas. Utiliza abordagem direta ao inconsciente, terapia regressiva, iridologia, psisoenergia [?], constelação familiar... A um universo transpessoal lógico e acessível. Presidente do Projeto Farmácia da Alma, que presta atendimento terapêutico gratuito à população de baixa renda. Sua veia e prática espiritualista permitem o esforço em não deixar lacunas no conjunto corpo, mente e espírito.”

Muito embora esse currículo porralouca não me estimule a procurar mais nada sobre o autor - eu li antes de saber quem era o autor, senão não tinha lido -, o texto é divertido e faz sentido.

Como funciona o plano da indústria farmacêutica para te fazer doente

Jordan Campos

Entre os 28 a 30 anos você de repente sente uma melancolia agonizante, uma depressãozinha, uma tristeza meio persistente que não vai embora. Você, então, depois de fazer vários exames clínicos onde nada de conclusivo foi visto ou encontrado, e a “zorra” da sua melancolia continua, encontra um médico “genial” que “entende” o que você tem e te prescreve fluoxetina - o Prozac da vida.

A fluoxetina, ou o antidepressivo similar receitado tem um efeito adverso clássico - dificulta de cara o seu sono. Então, na revisão com o médico ele prescreve clonazepam, o Rivotril da vida. Deixa você meio bobo ao acordar e reduz sua memória, uma sensação de “maconhado”.

Ok, você liga para a secretária do médico e volta ao doutor. Ele nota de cara que você aumentou de peso. Aí, prescreve sibutramina, que faz você perder uns quilinhos, mas lhe dá uma taquicardia incômoda. Novo retorno ao doutor. Além da “batedeira” no coração o médico afere que você também está com a pressão alta. Então, prescreve-lhe losatarna e propanolol, este último para reduzir sua taquicardia.

Você já está com uns 35 anos e toma: fluoxetina, clonazepam, sibutramina, losartana e propranolol. E, também, junto com tudo isto, um “polivitamínicos” é prescrito. Como o doutor não entende nada de vitaminas e minerais específicos, ele manda que você compre um “Polivitamínico de A a Z” da vida, que pra muito pouca coisa serve, digamos a verdade verdadeira. Mas, na mídia, o Luciano Huck disse que tem um que é ótimo. Você acreditou, e comprou.

Lamentemos. Já se vão aí uns R$ 350,00 por mês. Pode pesar no orçamento. O dinheiro a ser gasto em investimentos e lazer, escorre para o ralo da indústria farmacêutica. Você começa a ficar nervoso, preocupado e ansioso (apesar da fluoxetina e do rivotril), pois as contas não batem no fim do mês - seu lazer está comprometido, seus planos não estão batendo com as metas traçadas. Você começa a sentir dor de estômago, refluxo e azia. Seu intestino fica “preso” - você fica enfezado (fezes retidas). Vai a outro doutor agora. Prescrição simples: omeprazol + motilium + laxante natural.

Os sintomas somem, mas só os sintomas, apesar da “escangalhação” que virou a sua flora intestinal. Outras queixas aparecem. Dentre elas, uma é particularmente perturbadora: aos 37 anos, apenas, você não tem mais potência sexual. Além de estar “brochando” com frequência, tem pouquíssimo esperma e a libido está embaixo dos pés. As mulheres que já têm a sua dificuldade com o orgasmo, esqueceram de vez onde ele fica, e a lubrificação vaginal vira o KY GEL.

Para o doutor da medicina da doença, isso não é problema. Até manda você escolher o remédio: viagra ou cialis? Escolha aí - um dura umas 2 horas, e outro pasmem 36 horas de possível “pinto duro”. Sua potência melhora, mas, como consequência, esses remédios dão uma tremenda dor de cabeça, palpitação, vermelhidão e coriza. Não há problema, o doutor aumenta a dose do propanolol e passa uma neolsandina para você tomar antes do sexo. Se precisar, instala um “remedinho” para seu corrimento nasal, um neosoro que sobrecarrega seu coração e piora a coisa toda.

Quando tudo parecia solucionado, aos 40 anos, você percebe que seus dentes estão apodrecendo e caindo (aqui entre nós, é efeito simples do antidepressivo, mas não te disseram isso). Tome grana pra gastar com o dentista. Nessa mesma época, outra constatação: sua memória está falhando bem mais que o habitual. Mais uma vez, para seu doutor, isso não é problema: ginkgo biloca é prescrito. Nos exames de rotina, sua glicose está em 110 e seu colesterol em 220. Nas costas da folha da receita, pois já nem cabe mais nada alí, o doutor prescreve glifage + sinvastanina. “É para evitar Diabetes e Infarto”, diz o cuidador de sua saúde (?!). Mas se você for mulher e tiver ovários policísticos já toma este glifage faz tempo.

Aos 40 e poucos anos, você já toma: FLUOXETINA, RIVOTRIL, LOSARTANA, PROPRANOLOL, POLIVITAMÍNICO de A a Z, OMEPRAZOL, MOTILIUM, LAXANTE “NATURAL”, VIAGRA, CIALIS, NEOSALDINA (ou “Neusa”, como chamam), GINKGO BILOBA, GLIFAGE e SINVASTATINA (e nos fazem querer engolir que isso é para o nosso bem). Mil reais por mês! E sem saúde!!!

Entretanto (vamos aqui dar uma risada para não chorar) - você ainda continua deprimido, cansado e engordando. Mas neste momento agora o doutor tem uma boa notícia, vai tirar a sua FLUOXETINA e trocar por DULOXETINA, um antidepressivo “mais moderno” diz ele. Após dois meses você se sente melhor (na verdade, “menos ruim”). Porém, outro contratempo surge: o novo antidepressivo o faz urinar demoradamente e com jato fraco. Passa a ser necessário levantar duas vezes à noite para mijar. Lá se foi seu sono, seu descanso extremamente necessário para sua saúde - o grande reparador de tudo.

Mas isso é fácil para seu doutor: ele prescreve TANSULOSINA, para ajudar na micção, o ato de urinar. Você melhora, realmente, contudo… não ejacula mais. Não sai nada! E as mulheres, esqueçam a palavra orgasmo. Vou parar por aqui. É deprimente. Isso não é medicina. Isso não é saúde. Mas é nisso que se investe, e aquele sujeito de mala preta que entra na sua frente na sala do médico é o representante disso tudo.

Ele tem uma cota mensal para oferecer-comprar o médico. Paga as viagens do médico, coloca uma TV Full HD na sala de espera e até paga parte da formatura da filha do doutor que também vai virar médica, e deixa, claro, aquelas caixinhas de “amostra grátis”, que depois vão lhe custar os olhos da cara deprimida que vai ter.

Essa história termina com uma situação cada vez mais comum: a DESTRUIÇÃO PROGRAMADA E ESTRATÉGICA DE SUA SAÚDE. Você está obeso, sem disposição, com sofrível ereção ou libido - memória e concentração deficientes. Diabético, hipertenso e agora com suspeita de câncer. Dentes: nem vou falar. O peso elevado arrebentou seu joelho (um doutor cogitou até colocar uma prótese). Surge na sua cabeça a ideia maluca de procurar um CIRURGIÃO BARIÁTRICO, para “reduzir seu estômago” e um PSICOTERAPEUTA para cuidar de seu juízo destrambelhado é aconselhado. A terapia só entra agora quando a coisa tá toda quebrada. Mas muitos médicos vão te desencorajar e dizer que terapia não vai resolver, que você se discipline mesmo nas receitas médicas e em ligar para o novo 0800 para ter desconto na medicação.

Sem a grana sonhada, triste, ansioso, deprimido, pensando em dar fim à sua minguada vida e… DOENTE, muito doente! Apesar dos “remédios” (ou seria por causa deles ???).

A indústria farmacêutica? “Vai bem, obrigado!”, e mais ainda com sua valiosa contribuição por anos ou décadas. E o seu doutor? “Bem, obrigado!”, cada vez mais especializado em partes que nunca compreenderão seu todo e, graças à sua doença, (ou à doença plantada passo-a-passo em sua vida). A base deste texto que foi desenvolvido por mim, pasmem - é de um médico, Dr. Carlos Bayma (medico) e eu claro inseri, aumentei, acrescentei e formatei o texto original ao meu jeito de falar e de ver o Ser, como terapeuta que sou.

Nota que existem médicos maravilhosos e empenhados sim em ser uma ferramenta na cura do todo. Este texto e esta realidade expressas nele existem e VOCÊ SABE DISSO - não preciso provar nada - o texto é claro e visível na sua rotina ou de sua família, e atinge uma grande maioria. Que tenhamos sorte e lucidez para ter bons médicos, bons terapeutas e principalmente - inteligência e luz para entender que estamos sendo conduzidos às trevas, pela indústria da dor e controle, farmacêutica.

Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, definitivamente não conhece a minha anta

Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, resolveu pedir ajuda a Dilma pelo twitter. Coitado, bateu na porta errada!

A resposta - não direta - da minha anta foi a seguinte:

“Quando há o vazio político, é possível que outro o ocupe. Mas há sempre um outro candidato que busca ocupá-lo. Ele se chama caos. Com o caos vem toda a desconstrução econômica, social e politica. O caso da Venezuela é distinto, não é uma situação igual à da Ucrania. Sempre tivemos dentro dos órgãos latino-americanos uma posição de dar apoio à democracia, e vamos continuar.”

“Não cabe ao Brasil discutir a História da Venezuela nem o que ela deve fazer, pois iria contra o que defendemos em termos de política externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna dos países. É importante que se olhe para a Venezuela sempre do ponto de vista também dos efetivos ganhos sociais que eles tiveram nesse processo, em termos de saúde e de educação para o seu povo.”

Como se vê, minha anta é uma anta.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

As besteiras que dizem sobre o Transtorno do Pânico

“‘Respire’. Toda vez que ouvia isso a publicitária Priscilla Warner congelava. Dos 15 aos 55 anos ela lutou contra crises de pânico sem saber o que fazer além de tomar remédio. Até que ela leu sobre neurocientistas que estudavam o cérebro de um monge que tinha vivido o mesmo drama e se curado através da meditação. Hoje, aos 60 anos, Priscilla descobriu que não teve uma infância feliz e que muito do pânico vinha desse período, quando seus pais compartilhavam com ela angústias e frustrações. Mas ela também aprendeu a administrar o pânico. Ainda toma remédio para ansiedade quando precisa, reaprendeu a respirar, medita diariamente e escreveu o saboroso livro ‘Respirar, meditar, inspirar’ para contar essa história.”

“Respirar, meditar, inspirar”. Se o título do livro já não faz muito sentido, ele já é um indício que as declarações da autora Priscilla Warner na entrevista dada a Viviane Nogueira, publicada no Globo de sábado, sobre a Síndrome do Pânico, que reproduzo abaixo, são mais prejudiciais a quem sofre desse mal do que simplesmente ignorá-las e não fazer nada. E é o que eu aconselho a todos os “panicados”: ignorem, tratem o que ela revela como uma piada de mau gosto e nunca, sob qualquer pretexto, sigam o que essa charlatona diz, tendo em mente que seu único objetivo é enriquecer vendendo mentiras.

A bem da verdade, Priscilla não é a única a explorar o filão, já que o tal transtorno - modismo mais atual que síndrome - atinge de 2% a 4% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde, o que desperta a ganância em espertalhões dos mais variados setores da sociedade, como médicos, pastores, bruxos, monges, psicólogos e até de publicitários, como a própria Priscilla, cada um com uma solução mais estapafúrdia que o outro.

Isso é grave, é crime passível de cadeia e tem nome, dois até: charlatanismo e curandeirismo. O pânico é uma doença como outra qualquer e, como tal, só deve ser tratado por especialistas, os raríssimos disponíveis em função de seu diagnóstico só ter sido reconhecido há pouco tempo, apesar de ter sempre existido, mas, até então, confundido ou “incorporado” a males psíquicos e suas derivações.

Eu mesmo, no começo das crises, cheguei a ser considerado depressivo e até esquizofrênico, mas graças ao pingo de bom senso que me restava entre uma crise e outra, sempre recusei ser tratado com os remédios comuns da época, que me transformavam em um zumbi - tomava duas ou três vezes e desistia.

Mas vamos lá, ler que dona Priscilla “pensa” sobre o pânico. Vou grifar alguma coisa e comentar depois, valendo-me principalmente da experiência de 25 anos de crises, mais os 12 até hoje de relativa preocupação e do meu ainda constante interesse em pesquisar tudo sobre o pânico.

Uma ansiosa que quase virou monja para fugir do pânico

Por que você demorou tanto para tratar a síndrome do pânico, depois de 40 anos da primeira crise?
Quando eu tive a minha primeira crise eu era uma adolescente com medo do mundo. Eu tinha tantas questões sobre cada aspecto da minha vida, e isso poderia ter iniciado meus ataques de pânico. Eu me sentia tão oprimida com tantas incertezas que congelei, incapaz de perceber por que estava sofrendo ou o que poderia fazer sobre isso. E também, na época, ninguém falava sobre crises de pânico, ansiedade ou saúde mental. Eu achava que era a única pessoa da minha idade que sofria de ansiedade. Além disso eu não sabia que poderia tratar meu pânico de um jeito diferente até ler sobre um monge tibetano que tinha sofrido de pânico quando criança e se curado através da meditação. Até aquele momento eu estava sempre em movimento, tentando ser uma profissional de sucesso, esposa e mãe. Muitas pessoas com ansiedade são assim, se mantêm em movimento até o dia que têm que enfrentar seus medos. Os medicamentos me ajudaram a administrar a ansiedade, mas a meditação finalmente me libertou.

De tudo o que você tentou, o que funcionou melhor: meditação, psicanálise, terapia de reprocessamento e dessensibilização pelo movimento dos olhos (EMDR, na sigla em inglês) ou experiência somática?
Eu fiz psicanálise durante anos e isso me ajudou a entender a origem do meu estresse, especialmente a parte da história familiar relacionada à doença mental. Mas a terapia EMDR e a experiência somática me ajudaram a regular a reação do meu corpo ao estresse, a lidar com a minha ansiedade em um nível físico que eu não tinha tido acesso até então. A meditação trabalhou em parceria com as terapias porque me permitiu conectar meu corpo e minha mente; me ensinou que eu poderia sentar com meus pensamentos, e então deixá-los ir; me fez entender que todo momento - bom e ruim - passa, e hoje não fico atrelada aos momentos ou emoções como costumava ficar. Eu descobri ainda a importância de cuidar da minha mente e do meu corpo ao mesmo tempo, para que eles possam coexistir juntos em harmonia. Meu corpo precisa de descanso, nutrição adequada, exercícios e, às vezes, remédios. Minha mente precisa de meditação.

Ao ler o livro eu tive a impressão que durante anos você fez um enorme esforço mental em busca da cura do pânico, mas foram os processos físicos que acabaram funcionando melhor. É verdade?
Eu vivi na minha cabeça, com meus pensamentos, durante anos. Mesmo tendo praticado corrida ou ioga por muitos anos eu não confiava no meu corpo, porque ele parecia me trair durante as crises de pânico. Então eu tomei a decisão de ser fisicamente ativa e fazer amizade com meu sistema nervoso central. Mas também aprendi que sentar imóvel é uma atividade valiosa!

Você ainda está livre do pânico? Como é viver sem ele? No livro você chega a mencionar uma sensação de vazio quando para de ter as crises...
Sim, estou livre do pânico a maior parte do tempo. Eu tomo remédios para controlar a ansiedade de vez em quando para voar ou dormir. Mas hoje, quando a ansiedade surge, eu tenho a confiança de que vai passar e não vai me matar. E que eu sou mais forte do que jamais pensei que seria, mas que ter medo é uma reação natural do ser humano. Como um dos meus professores de meditação budista me ensinou, “é difícil ser humano às vezes”. Para todos nós. Eu me sinto mais viva e conectada ao mundo e a outras pessoas como resultado da minha confiança de que não sofro sozinha. Minha mãe morreu recentemente, e eu sofri, mas também me senti agradecida pelo relacionamento que tive com ela, apesar de ter sido complicado muitas vezes. Hoje eu entendo que sofrimento e felicidade, alegria e sensação de calma são todos parte da vida.

Você ainda toma Rivotril? E o que acha do medicamento para quem sofre de pânico?
Sim, nos Estados Unidos é chamado Klonopin. Mas hoje preciso de uma dose muito menor. Quando minha mãe estava morrendo, tomei um pouco um ou dois dias antes do funeral, mas uma dose equivalente a 1/4 do que eu costumava tomar quando estava na turnê do meu primeiro livro, falando para centenas de pessoas, o que era bastante desafiador.

Você não fala muito disso no livro, mas como era ter crise de pânico com duas crianças pequenas?
Eu de fato achava que administrar minha ansiedade era a coisa mais difícil sobre ser mãe de duas crianças. Eu não queria assustá-los, queria que eles confiassem que eu podia tomar conta deles mas, para ser honesta, eu frequentemente fingia que estava calma! Eu não queria fazer com eles o que a minha mãe tinha feito comigo - ela dividia tanto de seu próprio medo e dor que isso fez com que eu me tornasse ansiosa. Eu ia a um terapeuta para conversar sobre o que me afligia ou me preocupava, então eu não me permitia ter uma reação a estes medos como mãe. O melhor remédio de todos era o amor que eu sentia por eles. Por mais difícil que fosse, eu nunca tinha sentido aquele amor, e ele me inspirou a fazer terapia, para aproveitar o casamento feliz e as duas crianças saudáveis que eu tinha. Eu também tentava dormir quando podia, não ingerir muito açúcar ou cafeína, porque tomar conta de crianças já requer muito do sistema nervoso! Descobrir outras mães que eram honestas sobre suas inseguranças foi muito importante e útil para que eu não me sentisse fracassada. É um desafio! Mas é difícil para os pais aceitarem e admitirem isso.

Como é sua vida hoje? Você já se tornou uma monja? E como está a rotina de meditação?
Eu me considero uma monja numa minivan! Eu sempre disse que queria ser calma e serena como uma monja, mas ainda vivo no mundo real, então eu me sinto assim quando dirijo minha minivan pela cidade. Eu tenho uma prática espiritual através da meditação que me inspira a amar a vida com mais intenção e entusiasmo, enquanto também sinto uma sensação de calma. Acho que isso é equanimidade. A vida hoje é maravilhosa, e eu posso dizer isso mesmo depois de perder minha mãe há um mês. Medito todos os dias por 20 minutos, e sempre sinto que estou fazendo o melhor que posso fazer por mim mesma. Eu participo da vida com gratidão e entusiasmo, porque sou mais capaz de lidar com o estresse. Eu deixei de querer que a vida seja perfeita e, em vez disso, encontro um monte de momentos perfeitos. Eu amo o que outro professor budista me ensinou: “Você não pode parar as ondas, mas você pode aprender a surfar!”

Para começo de conversa, eu tenho a nítida impressão que Priscilla é apenas ansiosa (“isso fez com que eu me tornasse ansiosa”), já que não há menção das crises específicas e sem aviso prévio, a principal característica da Síndrome do Pânico, mas sim de uma constante e consciente ansiedade, reforçada pelo relato de que sua mãe, também ansiosa, costumava “dividir” com ela “seu próprio medo e dor”.

Bom, levando-se em conta que o pânico não é hereditário e nem pode ser estimulado de maneira a se agravar, por ser um problema essencialmente bioquímico, e que a ansiedade, que também não é hereditária, mas, esta sim, pode ser “desenvolvida” até a partir do zero por circunstâncias várias que incluem principalmente a educação familiar, fica claro que Priscilla confunde as coisas, o que dá para se notar claramente quando ela se refere à “parte da história familiar relacionada à doença mental”.

Priscilla também confessa o uso de Rivotril, droga hoje mais consumida que feijão com arroz, mas que não tem absolutamente nada a ver com o pânico ou com qualquer outra doença que não seja ligada à epilepsia. Segundo a bula, “Rivotril® está indicado na maioria das formas clínicas da epilepsia do lactente e da criança, especialmente ausências típicas e atípicas (Síndrome de Lennox), Síndrome de West, crises tônico-clônicas generalizadas primárias ou secundárias. Rivotril® está igualmente indicado nas epilepsias do adulto e nas crises focais”, ou seja, é um benzodiazepínico exclusivamente antiepilético (anticonvulsivo). Ou seja, já por aí a conclusão sobre o que diz Priscilla é óbvia: ela não entende xongas do assunto.

Além de não ser tratamento adequado para nada a não ser para a epilepsia, o risco de dependência ao Rivotril é muito alto para compensar momentos de suposto alívio.

Aqui cabe uma observação: não só os imprudentes avulsos andam abusando do consumo do Rivotril, já que muitos médicos, igualmente imprudentes, o receitam ao menor sinal de desconforto psíquico dos seus pacientes. Virou panaceia.

Quanto à história do monge... bom, deixa pra lá.

Hoje em dia há modernas e boas drogas desenvolvidas exclusivamente para o tratamento do Transtorno do Pânico que restauram o equilíbrio bioquímico específico do cérebro “panicado” praticamente sem mexer em mais nada do seu funcionamento, com pouquíssimos ou nenhum efeito colateral e risco de dependência. Isso é motivo suficiente para que os portadores do transtorno se afastem de todo e qualquer outro tipo de tratamento - incluindo psicanálise, psicoterapia, terapias comportamentais, meditações, yoga, etc. - que não seja a manipulação adequada das drogas*, recomendada, é óbvio, por um profissional competente (normalmente um psiquiatra). Não que não devam procurar os demais tratamentos, mas que o façam por outros motivos, sem depositar neles as esperanças de melhora do pânico. Palavra de quem já passou por isso tudo.

*Observação importante: quando eu digo manipulação adequada das drogas, eu não estou me referindo a drogas manipuladas nas farmácias de manipulação, mas sim à maneira correta dos especialistas determinarem qual o medicamento adequado a cada caso, seja ele comercial ou não.

P.S.: Quem quiser ler sobre a minha “briga” com a Síndrome do Pânico, clique aqui.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Celera Jesus!

Ivan Lins, uma pena, aderiu a Freixo, apesar de já ter cantado que se “não deu certo uma mudança, você muda de esperança”... Que tal “Começar De Novo”?

Gosto do Ivan Lins. Quero crer que esse desagravo a Marcelo Freixo tenha sido resultado de algumas cervejas a mais e que depois da ressaca ele pense melhor. Que tal “Começar De Novo”? Afinal, “A Gente Merece Ser Feliz”...
A Gente Merece Ser Feliz

Tudo que eu fiz
Foi ouvir o que o meu peito diz:
“Que apesar de toda magoa
Vale a pena toda luta
Para ser feliz”
Tudo que eu fiz foi seguir a mesma diretriz
Confiando e acreditando
Que na vida todo mundo pode ser feliz
É preciso crer no coração
Porque se não
Não tem razão de se viver
E eu quero ver
Nascer um tempo bom
Meu peito diz:
“Coração da gente é igual pais”
Não deu certo uma mudança, você muda de esperança
Porque a gente merece ser feliz

*** 

Começar De Novo

Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido

Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Começar de novo...