segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Reconstruindo Olavo de Carvalho à minha moda

“Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio, exceto Olavo de Carvalho.”
John Donne, com a minha colaboração.

Não vou comentar o texto de Milton Valdameri que publiquei aqui, o “Desconstruindo Olavo de Carvalho”. Minha cabeça não anda lá grandes coisas para que eu me permita analisar como deveria uma crítica às confusões mentais de um “filósofo” tão problemático. Publiquei porque li o texto e achei interessante e corajosa a “heresia” de se contestar um sujeito que, de tão incensado, se acha deus. Como bem disse Rodrigo Constantino, “Olavo foi alçado ao patamar de ‘líder iluminado’ por seus seguidores, e isso o cegou.”

Não comento, mas gostaria de saber das olavetes iradas que se manifestaram através de comentários contra o Milton, se Olavo não erra. Gozado que o que elas mais disseram é que o Milton não tem a competência nem a dimensão para se atrever a contrariar as ideias do seu “mestre dos mestres”, mas nada ou quase nada foi dito sobre a crítica em si. Aliás, há muito tempo está claro para mim que esse séquito do Olavo na internet tem a mesma coisa na cabeça que qualquer petralha: nada. Não passam de uma patrulhinha teológica (Olavo, para eles, não tem ideias: é deus) dedicada a atazanar o juízo de quem ouse discordar do astrólogo.

Astrólogo sim, porque é uma profissão que Olavo exerceu, realizando até consultas astrológicas, e não exige formação acadêmica - ele não a tem - por se tratar de uma enganação ou, no máximo, de uma curiosidade. Filósofo mesmo é o que ele não é, tem que ter canudo. De acordo com a “lenda”, ele abandonou o curso de Filosofia na PUC do Rio após a morte de um professor e diretor do curso, o Padre Stanislavs Ladusans. O problema é que a disciplina de uma sala de aula lhe faz muita falta até hoje, principalmente no aprendizado implícito de civilidade e modéstia, que lhe passam longe. Além disso, se todo profissional que se preza - até os próprios professores - tem por hábito reciclar-se periodicamente através de aulas, por que não teria um filósofo, já que a Filosofia é uma ciência que organiza e relaciona as metodologias e conhecimentos obtidos pelas diversas ciências que compõem o saber humano, e que se modificam continuamente em um piscar de olhos?

Mas não. Olavo nem sequer troca ideias com alguém: dita regras e, por mais estapafúrdias que sejam, às pobres olavetes só lhes resta segui-las e disseminá-las como verdades absolutas e incontestáveis, até porque quem segue tão cegamente alguém não tem a menor capacidade de discernimento.

Antes de terminar, eu gostaria de perguntar também às olavetes - até porque Olavo não se “rebaixaria” a me dar atenção - se o seu deus já falou alguma coisa sobre a sua guinada que o transformou de militante comunista em direitista-carola-empedernido. Ele já confessou ter sido burro durante algum tempo da vida, ter sido drogado ou maluco de comer cocô, não diz nada sobre o assunto ou também vai querer convencer os trouxas que o seu comunismo era diferente - como dizia Paulo Francis, na gozação, que não era comunista e sim trotskista?

Eu nunca neguei a imensa cultura de Olavo - não sou louco a esse ponto -, mas tenho algumas graves restrições quanto à maneira que ele a usa. Um pouco de polidez e cortesia e um muito de modéstia ajudariam, mas isso é pedir demais a “deus”...

Por tudo isso, publiquei a crítica do Milton que, exatamente por ter ideias próprias, por não ser mais um mero repetidor de Fulano ou Beltrano, “ousou” discordar de verdades tidas como absolutas apenas nas cabecinhas ocas das olavetes.

E que ouse sempre.

Um comentário:

  1. Olavo de Carvalho ensina aos católicos que aqueles que colaboram com o comunismo são excomungados automaticamente. Ele assume em vários momentos que foi comunista, ligado ao grupo do Marighela, portanto foi excomungado automaticamente. Minha pergunta é: como foi revertida a excomunhão do Olavo?

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