Um tal de Vicenç Navarro, catalão, médico e economista(?) de
esquerda, virou figurinha fácil na rede através do seu artigo “As consequências
antidemocráticas da concentração de riqueza” e, como não poderia deixar de ser,
JAC resolveu seguir a moda e publicou um pedaço do artigo, comentado, aqui e,
em comentário, eu postei a parte final do artigo original onde Vicenç destaca
onze pontos como sendo a sua receita da panacéia para corrigir os males do
mundo através do que ele chama de “economia democrática” onde há pouco ou quase
nada de democracia (não Zé eu não vou criticar ponto-a-ponto uma baboseira
infantil e inexequível).
Pois bem, fui ver seu site, http://www.vnavarro.org/, e um título me
chamou atenção, o “La demonización de Chávez”, que, como era fácil de se prever,
trata-se de uma defesa do governo do palhaço bolivariano. Mas o que me chamou mais atenção foi a semelhança das ideias de Vicenç com as dos petralhas e demais
esquerdistas daqui do Brasil ao criticar a imprensa livre, chegando ao cúmulo
de dizer que a democracia espanhola é de má qualidade porque lá não existe uma
mídia engajada esquerdista e que, esta sim, seria a legítima “detentora das
verdades”.
Que coisa! E eu que pensava que essa babaquice fosse
privilégio dos latino-americanos, longe que estão da “civilização” e que,
portanto, ainda não estão cientes da queda do Muro de Berlim.
O que essa esquerdinha sem vergonha precisa saber é que
ninguém suporta mais ver as suas mentiras estampadas nos jornais e que no mundo
hoje não há mais lugar para elas porque com a velocidade das informações elas
duram pouco, mesmo, à la Goebbels, quando repetidas um milhão de vezes. A
humanidade tem pressa em progredir e não suporta mais a ideia de ser submetida
a regimes que já se fartaram de se mostrar como fracassos. Não há como
progredir sem dinheiro e não importa a ninguém se fulano ou beltrano ganham um
milhão de vezes mais se o “ninguém” tenha o suficiente para uma vida digna.
É por essas e outras que não há mais mídia engajada, de
esquerda, a não ser, é claro, onde os governos que Vicenç chama de “esquerda
democrática” (no final do artigo), têm sua imprensa livre amordaçada e só
trabalha com seus órgãos “oficiais”.
Mas vamos a uns trechos do artigo da múmia:
Um indicador da má qualidade da democracia espanhola é a
diversidade ideológica muito limitada nos meios de comunicação mais difundidos
na Espanha. O viés conservador de tal mídia, mesmo aqueles que se consideram de
centro ou centro-esquerda é muito acentuado na Espanha. Desnecessário será
dizer que esse viés também é característica de muitos países chamados
democráticos. Mas o caso da Espanha é extremo. Um exemplo disto é a cobertura
política venezuelana pelos cinco jornais de maior circulação no país.
Bem, eu convido você para contar as vezes que apareceram
artigos críticos ao presidente Chávez na mídia espanhola e compará-lo com o
número de artigos favoráveis. E você vai ver que nem um único apareceu. Até
mesmo El País, jornal considerado liberal (e que a mera coerência ideológica
deve estar aberta a opiniões divergentes, mesmo as críticas de seus
editoriais), que publicou uma crítica virulenta do governo de Chávez do Sr.
Moises Naim (entre muitos outros itens como aqueles do hiperbólico Mario Vargas
Llosa), nunca, repito, nunca, publicou um artigo favorável a tal governo.
E aí está um dos
pontos mais vulneráveis e defeituosos da chamada democracia espanhola: o
monopólio da mídia de interesses conservadores no sistema de informação
espanhola. E este monopólio supõe um custo muito alto para a democracia
espanhola. Não só impede o público de ser bem informado, oferecendo uma ampla
gama de posições em seus meios, como também reduz a qualidade do debate
político, pois as vozes conservadores-liberais, conscientes da ausência de
crítica às suas posturas, e donas, portanto, de uma imunidade intelectual,
dizem e sustentam argumentos baseados em dados que são facilmente demonstrados
serem falsos.
E segue Vicenç contestando 99% de críticas e dados que as
justificam, apresentando outros dados - que devem ter saído da sua cabecinha de
melão - que o levam a concluir que “é lógico e previsível que Hugo
Chávez e o partido que lidera, em eleições democráticas, tenham ganhado 13 das
14 eleições nacionais”.
Sem falar no gran finale onde afirma que “a América
Latina tem sido governada por longos períodos de governos neoliberais que
ampliaram a pobreza de suas populações de uma maneira notável. Isso gerou uma
reação de protesto que levou à criação, por meios democráticos, dos governos
reformistas de esquerda, não só na Venezuela, mas também no Equador, Bolívia,
Argentina e Uruguai, entre outros (que aparecem como bestas negras) e que
eleição após eleição, continuam a ser reeleitos. Daí a grande adversidade, como
parte de sua vocação reformista é baseado em quebrar os monopólios de mídia que
controlam a informação no continente”.
E são essas espeluncas que o seu Vicenç Navarro chama de
governos democráticos. Imaginem um imbecil desses falando de economia...
Verdade, a esquerda eh ridicula em qualquer lado esquerdo do planeta, umas mais que outras.
ResponderExcluirA sinistra eh o que eh: sinistra.