segunda-feira, 6 de maio de 2013

No Brasil a Justiça, além de cega, não usa calendário nem em Braille...


Hoje, 17 anos depois do crime, começa a ser julgado, em Maceió, por meio de júri popular, o assassinato do tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor, PC Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino.

Isso me faz lembrar da primeira - e única - vez que fui chamado a depor em juízo como testemunha da morte de meu pai: exatos dez anos depois do acontecido.

Arguido pela juíza, que me pediu uma descrição da cena do crime, disse:

- Bom, meritíssima, a senhora há de convir que dez anos depois as coisas não estão mais tão claras assim...

E fui interrompido por ela da maneira mais grosseira possível:

- Limite-se a responder o que eu estou perguntando!

O que foi seguido de um bico na minha canela por baixo da mesa, aplicado pelo meu tio e advogado, como alerta para que eu fizesse exclusivamente o que ela ordenara.

Depois disso foi difícil continuar o depoimento sem mandá-la à merda e sem revelar que eu soubera por terceiros, há nove anos, que os três criminosos já estavam mortos, já que para a nossa ágil Justiça eles ainda estavam foragidos...

3 comentários:

  1. Pois é, enquanto a ralé politica discute "anus fobia, vagina fobia etc e tal" tragedias como a do Ricardo florescem por todos os lados.
    É uma vergonha. O que mais me revolta no Brasil é o abuso de poder, a juíza demonstrou exatamente isso, lá encima do pedestal se acha o maximo.
    É revoltante.
    Continuarao a fuçar na vida sexual das baratas e deixarão o que realmente importa de lado, a segurança, a justiça o direito de ir e vir sem uma bala na cabeça.

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  2. Não precisa ser nenhum Einstein ou Leibniz para saber quem foi o mandante.

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  3. Minha mania de ler somente o primeiro parágrafo dos posts e sair escrevendo opinião, às vezes, faz o chute ir parar nas arquibancadas.
    Mas, o comportamento de juiz em julgamento é assim mesmo, em qualquer lugar do mundo.
    Com relação ao dono do morcego negro (jatinho) e amante, a versão para o autor do assassinato de quem investigou o caso à época beira o ridículo.

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