Jovem(?) laranja de José Dirceu aciona OEA contra STF.

Muitas vezes eu me perco no meio de tanta notícia e informação. Leio uma ruim que me dá vontade de comentar e logo depois vêm dez que só dão vontade de vomitar porque dispensam comentários. Resultado: acabo esquecendo a notícia e o que eu queria dizer sobre ela.

Relendo o Globo à procura de algo que tinha passado em branco - e que agora já voltou dar branco - dei de cara com outra que também tinha esquecido. Será obra do “alemão”, o tal de Alzheimer?

Bom, mas vamos a ela antes que eu esqueça de novo.

Li, estarrecido, que um tal Pedro Paulo Henrichs Neto, militante da Juventude do PT no Distrito Federal, protocolou petição na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) argumentando que o STF condenou os acusados ligados ao PT com base em indícios, inverteu o ônus da prova, negou direito de defesa em instâncias inferiores aos réus sem foro especial e montou o calendário de julgamento propositalmente para coincidir com as eleições municipais e pede que o Sistema Interamericano de Direitos Humanos revise a decisão do STF na ação penal 470 à luz da suposta violação de seis artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. Os artigos invocados na denúncia à CIDH vão da proteção da honra e da dignidade aos direitos políticos e de proteção judicial.

Diz a notícia que a denúncia antecipou movimento defendido por Dirceu, condenado como articulador do mensalão, que ameaçou levar seu caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, porque, no Judiciário brasileiro, estão encerradas as possibilidades de recurso, após a apresentação de agravos ao próprio STF.

Ora, se Neto integra a mesma corrente petista de Dirceu e foi um dos organizadores do jantar para obter recursos destinados à defesa dos réus do mensalão, em janeiro, está na cara que o garoto debiloide é um “laranja” do Zé e a denúncia não foi antecipada pelo Pedro, que serviu apenas como instrumento do ladravaz em questão.

Mas, será que o Pedro é jovem mesmo ou é daqueles “profissionais em juventude”, muito comuns na UNE e em outras instituições estudantis?

Se Pedro for realmente jovem, a coisa é mais espantosa ainda porque, como disse Ferreira Gullar com propriedade, “que pessoas de minha geração, por terem militado na esquerda, ainda se mantenham fiéis àquelas convicções ideológicas, dá para entender. Mas jovens, que nasceram após o fim do sistema socialista, insistirem num sonho revolucionário que há muito já se dissipou, é, no mínimo, surpreendente.”