Hippolyte Taine, o grande historiador da Revolução Francesa,
descrevia em 1875 a mente dos jacobinos:
“Segundo o jacobino, a coisa pública é dele, e, a seus
olhos, a coisa pública abrange todas as coisas privadas, corpos e bens, almas e
consciências. Assim, tudo lhe pertence. Pelo simples fato de ser jacobino, ele
se acha legitimamente tzar e papa. Sendo o único esclarecido, o único patriota,
ele é o único digno de comandar, e seu orgulho imperioso julga que toda
resistência é um crime... No entanto, resta-lhe pôr em acordo seus próximos
atos com suas palavras recentes. A operação parece difícil, pois as palavras
que ele pronunciou condenam de antemão os atos que ele planeja. Ontem, ele
exagerava os direitos dos governados, ao ponto de suprimir os dos governantes;
amanhã ele vai exagerar os dos governantes até suprimir os dos governados. “
“A dar-lhe ouvidos, o povo é o único soberano, e
ele vai tratar o povo como escravo. A dar-lhe ouvidos, o governo não é mais que
um criado de quarto, e ele vai dar ao governo as prerrogativas de um sultão.
Ontem mesmo ele denunciava o menor exercício da autoridade pública como um
crime, agora ele vai punir como um crime a menor resistência à autoridade
pública.”
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