“Senão, vejamos. Há três ou quatro dias, fui eu
a um sarau político. Lá, como no grã-finismo, o marxismo reinava. Cheguei
disposto às provocações mais sórdidas. Meus bolsos estavam entupidos de notas.
Reuni a fina flor da “festiva” e comecei: “venham ouvir umas piadas
bacanérrimas. Ouçam, ouçam!”. E, de repente, tornei-me extrovertido, plástico,
histriônico, como um camelô da rua Santa Luzia. Promovia idéias como quem vende
laranjas, canetas-tinteiro, pentes, isqueiros, calicidas.”
Nelson Rodrigues em “O velho”, crônica publicada em O Globo em 3.05.1968. Vale a pena ler aqui.
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