O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, fundador e
diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo,
resolveu, em um apelo patético, que os “culpados” pela prisão do Dirceu,
tadinho, são os reacionários, a mídia e, é claro, o saco de pancadas da hora,
Joaquim Barbosa. Os crimes que ele cometeu não são nem detalhes e têm que ser
solenemente ignorados.
Reacionários do Brasil: deixem Dirceu em paz.
Pelo menos na cadeia, poupem-no de seu reacionarismo
estridente, obtuso e maldoso.
Qualquer coisa que ele faça vira contra ele.
A mídia publica, por exemplo, que ele teria pedido apoio a
Lula. Uma declaração contra a brutalidade a que está sendo submetido por
Joaquim Barbosa.
Isso vira “pressão”. Isso vira “tentativa de subverter a
justiça”.
Até eu, que estive com Dirceu apenas uma vez, entendo que
Lula deveria se manifestar com clareza a favor dele.
De amigos a gente espera o quê?
Lembro a mais linda frase sobre a amizade, escrita por
Montaigne quando morreu seu amigo La Boétie. “Estava tão acostumado a sentir
que éramos um só que agora me sinto meio.”
O que há de errado em Dirceu querer de Lula apoio numa hora
duríssima como a que ele vive? É uma reação absolutamente humana.
Considere. Não é uma prisão normal. Nos últimos tempos,
juristas insuspeitos de simpatia petista manifestaram repulsa ao julgamento do
Mensalão.
Ives Gandra disse que Dirceu foi condenado sem provas,
depois de estudar o processo. Bandeira de Mello, depois de acusar JB de ser um
homem mau, sugeriu seu impeachment. Um celebrado constitucionalista português,
Canotilho, citadíssimo pelos juízes do STF, disse ter visto falhas extraordinárias
no julgamento, a começar pelo papel de Joaquim Barbosa.
Dirceu tem 67 anos. Está na última etapa da vida útil. E uma
decisão contra a qual se erguem tantas vozes o põe na cadeia.
Imagine você nessa situação. Não iria reclamar um apoio de
Lula, se este fosse seu amigo e conhecesse a história que levou você à cadeia?
Repito: não é uma cadeia normal.
(...)
Mas Dirceu está preso, e não pode sequer invocar o apoio de
Lula que é crucificado pelos reacionários. Também não pode cuidar da cela que é
acusado, como se viu numa matéria do Estadão, de ter mania de mandar e ser
obcecado com limpeza.
Essa é a mídia brasileira.
Aquela é a justiça brasileira, na versão 2013 protagonizada
por Joaquim Barbosa.
“Com o tempo e o uso, todas as palavras se degradam. Por
exemplo: - liberdade. Outrora nobilíssima, passou por todas as objeções. Os
regimes mais canalhas nascem e prosperam em nome da liberdade.” Nelson
Rodrigues
“Na velha Rússia, dizia um possesso dostoievskiano: - ‘Se
Deus não existe tudo é permitido’. Hoje, a coisa não se coloca em termos sobrenaturais.
Não mais. Tudo agora é permitido se houver uma ideologia.” Nelson Rodrigues
Seu Paulo, vai dar o centro que é para não gastar as
beiradas!
Isso é tão ridículo quanto a substituição de estádio por arena, só que extremamente grave e perigoso. Basta um argumento para mostrar o quanto é perigoso: o nazismo tinha uma "ideologia". Coloquei a palavra ideologia entre aspas por que o correto seria idealismo, é mais um caso de palavra usada de forma totalmente deformada, mas nesse caso a deformação do sentido possui origem conhecida, chama-se Napoleão Bonaparte.
ResponderExcluirOutro equívoco histórico é dizer que Dostoievski escreveu em Irmãos Karamazov que "se Deus não existe, então tudo é permitido". Na verdade a frase é uma interpretação do Sartre, mas não faltaram "intelectuais" dispostos a citá-la como se tivessem lido a obra de Dostoievski, tornando a mentira tão popular que dificilmente alguém pesquisa sobre a questão.
Nelson não disse que foi Dostoievski quem disse a frase e sim que "um possesso dostoievskiano" o fez.
ResponderExcluirEu sei, mas a maioria não sabe. A Globo mostrou em uma novela, o personagem da Glória Pires com o livro na mão e dizendo: "este livro diz que se Deus não existe, tudo é permitido". Duvido que mais de um por cento daqueles que assistiram a cena tenham ouvido falar em Nelson Rodrigues, muito menos em Sartre. Enquanto isso o Dostoievski fica famoso por algo que jamais escreveu.
Excluir"Novilíngua" is Fóder! - algumas vezes é geração "expontânea"; outras, ...
ExcluirPor milton valdameri, em 26/10/2012 às 14:23
Como disse, em outra ocasião, o então ministro Lobão: não foi um apagão, foi uma falta de energia temporária. Apagão no o governo Lula/Dilma/PT é quando a falta de energia é PERPÉTUA. KKKKKKKKKKKKKK
A discussão está no caminho errado!
ResponderExcluirAssim como o caso da Arena e Estádio, percebo uma discussão pouco produtiva para o desenvolvimento intelectual das partes, bem como para a sociedade.
Enquanto somos "governados" por semi-analfabetos que "fazem", assistimos intelectuais ou pseudo-intelectuais discutindo a imperdoável vírgula entre sujeito e verbo, como o tio Rey, outros disputando quem sabe mais o português correto, enfim falando bastante e não "fazendo" nada. Os esquerdistas adoram estas discussões pois sabem que não oferecem risco nenhum à seus projetos.
O conhecimento serve para nortear nossas decisões para que sejam as melhores possíveis dentro do contexto no qual estamos inseridos. Depois de saber, assim como um recém formado, o próximo passo é "fazer", obviamente sem deixar de explorar mais e mais os conhecimentos.
Penso que deveríamos "fazer" alguma coisa que preste pois os esquerdistas, sem saber o português correto, sem conhecer Dostoievski ou Sartre, estão "fazendo" um montão de asneiras e comandando a nação.
Bom, Full, eu acho que há espaço para um pouco de cultura também, já que é exatamente pela sua falta que o país se submete a coisas que se dizem intelectuais do tipo Chauí, Boff, Sader...
ExcluirConcordo plenamente, inclusive cito no comentário que devemos começar a usar a cultura adquirida em favor de um país melhor.
ExcluirOutra coisa importante que citou é a necessidade de esclarecimento para pessoas que ouvem e acreditam nestes "intelequituais" como Chaui, Boff e Sader.
Questão:
Como atingir a massa com o pouco entendimento que temos sobre os malefícios deste regime que estão implantando no país, para mudarmos os rumos da nação?
Quando me pergunto qual a estratégia usar, percebo o quanto Gramsci pensou para arquitetar a sua.
. . . e todas as "ideologias" se perpetuam em nome do "Bem Comum" - de quem?, cara pálida!
ResponderExcluirSe voto em Um, dá merda; se voto no Outro, a merda dá, ... não voto!
ResponderExcluirVoto Facultativo, Já!!! - há controvérsia!
. . .
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=DZ1KwuX1UA0