terça-feira, 6 de janeiro de 2015

“Ideologia” de Lula é tanta que emplacou seu irmão como vice-presidente da Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional Brasil-China

Lendo uma matéria da Folha, de 16/07/2014, descobri que Genival Inácio da Silva, ex-metalúrgico e funcionário público aposentado da Prefeitura de São Bernardo, é vice-presidente da Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional Brasil-China. Genival é simplesmente Vavá, irmão do Lula, que à época, circulava entre chefes de Estado e ministros reunidos para a cúpula dos Brics em Fortaleza, capitaneando uma comitiva de empresários chineses.

Vavá diz que não recebe salário da câmara, “só comissão se fechar algum negócio”. A câmara ajuda brasileiros a investir na China e chineses a fazer negócios no Brasil. Segundo seu diretor Frank Sun, Vavá é vice-presidente “mais por amizade, ele não tem expertise em nada”. Amizade bem suspeita essa, não é mesmo?

Aliás, vejam impressões de Vavá sobre a viagem que fez à China em 2013:

“Que estradas, que prédios, que desenvolvimento!”

“Imagine que queríamos ir a uma praia aqui de Fortaleza, mas fomos desaconselhados por policiais, que disseram ser perigoso. E eles estão ali para quê?”, revoltado, comparando a segurança que encontrou na China à do Brasil (a frase é confusa, mas esperar o que de Vavá?).

“Adorei aqueles frangos pendurados”, falando dos patos expostos nos restaurantes chineses, onde se esbaldou com a culinária. O que mais o marcou foi o baiju, a popular aguardente de arroz, que Genival chamou de “cachacinha chinesa”, e o pato laqueado, tradicional prato de Pequim.

Agora, um pouco das “travessuras” de Vavá, segundo a Veja e Ivo Patarra, no livro “O Chefe”:

No final de 2005, a revista Veja contou a história de Genival Inácio da Silva, o “Vavá”, o mais velho dos seis irmãos do presidente Lula. Metalúrgico aposentado, ele abrira escritório para intermediar pedidos de empresários junto a prefeituras do PT, empresas estatais e órgãos do Governo Federal. Fazia tráfico de influência. Da reportagem de Marcelo Carneiro e Camila Pereira:

“Vavá, filiado ao PT, confirmou a Veja que recebe e encaminha pedidos de empresários interessados em 'trabalhar com o governo', mas disse que, 'por enquanto', não recebeu nenhum pagamento pelo serviço. 'Até agora ninguém pagou nada ainda. Espero ganhar um dia'.”

O irmão de Lula começou negando aos repórteres que exercesse o papel de intermediário para empresários. Disse que seu escritório prestava “assessoria social para pessoas que precisam”. Depois, Vavá confessou:

- Se o presidente tem empresários que procuram ele para fazer negócio, nada melhor do que você ajudar.

Admitiu ter mantido contato com César Alvarez, assessor especial do presidente Lula, e Edimilson Antonio Sant'Anna, diretor de Operações da Petrobras Distribuidora. Tudo por solicitação de empresários da Federação Brasileira de Hospitais, do advogado Daniel Freire Garcia e de um executivo do ramo da construção civil, identificado por Vavá como José Ernesto. O irmão de Lula reconheceu que ia amiúde a Brasília, com passagens aéreas pagas por empresários. Para fazer o quê?

- Passear.

Por intermediação de Vavá, César Alvarez recebeu o empresário português Emídio Mendes, do Riviera Group, que atuava nos setores imobiliário, turístico e energético. A reunião foi no Palácio do Planalto, com a presença de Vavá. Algum tempo depois, o empresário português e Vavá foram recebidos por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula. Emídio Mendes ainda fez uma visita à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, graças à influência de Vavá.

A Polícia Federal desferiu a Operação Xeque-Mate em 4 de junho de 2007. Prendeu 79 pessoas acusadas de pertencer a uma organização criminosa ligada à exploração de máquinas caça-níqueis. Cerca de 600 agentes federais foram mobilizados em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. Entre os presos havia empresários, advogados, policiais civis e policiais militares. Eles foram acusados de contrabando de componentes eletrônicos para caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas. A organização movimentaria R$ 250 mil por dia. Durante a ação, dezenas de carros de luxo, caminhões, máquinas de jogo, dólares e ouro foram apreendidos.

A Operação Xeque-Mate iria prender Vavá. A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu. Autorizou apenas uma operação de busca e apreensão na casa dele, situada na Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo (SP). Os federais vasculharam a residência e indiciaram Vavá por tráfico de influência e exploração de prestígio.

A Polícia Federal também prendeu Dario Morelli Filho, cujo filho tinha como padrinho o próprio presidente Lula. Na época, Dario Morelli Filho ocupava cargo político na Prefeitura de Diadema (SP), cujo prefeito, José de Fillipi Jr. (PT), fora o tesoureiro da campanha de reeleição de Lula em 2006. O prefeito o afastou no mesmo dia. Amigo de mais de 20 anos da família Lula da Silva, Dario Morelli Filho foi acusado de formação de quadrilha, contrabando de componentes para máquinas caça-níqueis, falsidade ideológica e corrupção ativa. Ele daria dinheiro a policiais para não ser perturbado.

Dario Morelli Filho foi apontado como sócio oculto do ex-deputado Nilton Cezar Servo, outro conhecido de Lula, numa casa de jogos clandestina em Ilha Bela, no litoral de São Paulo. Os dois corromperiam policiais para manter os caça-níqueis em operação. Nilton Servo, apontado como o chefe da quadrilha, fugiu da Operação Xeque-Mate. Prenderam-no logo no dia seguinte. Ele exploraria jogos de azar e caça-níqueis no Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e São Paulo. Teria ligações com a Associação Nacional de Bingos e Jogos, e gostava de falar das três ou quatro vezes que esteve na chácara de Lula, em São Bernardo do Campo, para comer coelho com o presidente.

Outra façanha de Nilton Servo: participou de pescaria com Lula e o então governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT (1999-2006), no Pantanal. Zeca do PT, aliás, teria apoiado casas de bingo e máquinas caça-níquel como primeiro mandatário do Mato Grosso do Sul. O comandante da Polícia Militar de seu governo, coronel Ivan Almeida da Silva, elegeu-se deputado estadual pelo PSB, numa dobradinha com Nilton Servo, que não se elegeu. O coronel também seria ligado à organização criminosa, mas não foi acusado.

Dario Morelli Filho, por sua vez, era um faz-tudo da família Lula da Silva. Atuava como motorista, assessor e segurança. Gostava principalmente da área de segurança e inteligência. Em 2003, registrou um boletim de ocorrência sobre o roubo de um celular de Marisa Letícia. Em 2006, Dario Morelli Filho esteve numa delegacia de polícia em São Bernardo do Campo para registrar queixa de um roubo que teria ocorrido na chácara Los Fubangos, de propriedade de Lula, na beira da represa Billings.

Em 1989, Dario Morelli Filho integrara o corpo de segurança da primeira campanha de Lula a presidente da República. Em 1994 foi o responsável pelo esquema de escolta do então candidato a governador de São Paulo, deputado José Dirceu (PT). Prestou serviços para diretórios do PT e para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, berço político de Lula. Chegou a trabalhar na Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, nos tempos em que a administração municipal esteve sob comando do PT.

Nos anos 90, montou a própria empresa de vigilância privada. Fazia segurança em casas de jogo. Em 2006, Dario Morelli Filho admitiu ter sido contratado para alugar veículos à campanha de Aloizio Mercadante (PT), que disputou e perdeu o Governo de São Paulo. Recebeu R$ 187 mil pelos serviços. Dario Morelli Filho também teria sido funcionário-fantasma do gabinete de Roberto Gouveia (PT-SP), na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em depoimento à Polícia Federal, admitiu ter se encontrado duas vezes com Lula em 2006, na casa do próprio presidente, em São Bernardo.

Vavá conheceu Dario Morelli Filho nas festas do PT, e estreitou as relações de amizade na residência do próprio Lula. Na casa de Dario Morelli Filho em Caraguatatuba, no litoral de São Paulo, Vavá teria conhecido Nilton Servo. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Vavá passou a receber valores que variavam de R$ 2 mil a R$ 3 mil de Nilton Servo, em troca de serviços de lobby e promessas de benefícios e vantagens em órgãos do Governo Federal.

Durante as investigações, a Polícia Federal interceptou uma série de ligações telefônicas com autorização da Justiça. Nesta, captada às 19h45 de domingo, 25 de março de 2007, Vavá conversou com Nilton Servo para informar que Lula esteve em sua casa naquele dia. De fato, apurou-se depois que o presidente passara o domingo em São Bernardo do Campo, sem agenda oficial. No diálogo, “máquinas”, conforme a Polícia Federal, eram caça-níqueis. O primeiro a falar foi Vavá:

- O homem teve aqui hoje. O homem teve aqui hoje, entendeu?

- Hein?

- O homem teve aqui hoje, entendeu?

- Entendi.

- Passou aqui, ficou uma hora e meia aqui.

- Falou com você?

- Conversou. Eu falei pra ele sobre o negócio das máquinas lá. Ele disse que só precisa andar mais rápido, né?, bicho.

- Hein?

- Disse que só precisa andar mais rápido, viu? Tá certo?

- Com certeza. Meu irmão.

- Hã?

- O Lula é meu irmão.

Dispensável falar da gravidade do diálogo, envolvendo Lula. Três dias antes, em outra ligação, Vavá pedira a Nilton Servo:

- Ô, arruma dois pau pra eu?

Em 11 de março, outro diálogo entre os dois. Começou com Nilton Servo:

- Vou ver se hoje eu coloco uma coisa pra você. Mas o mais certeza é amanhã. Porque ontem eu tava em Caraguá, eu fui consultar um depósito que fizeram pra mim, fizeram em cheque, daí não tinha liberado hoje.

- Põe uns cinco, tá bom?

Dois dias depois, Nilton Servo ligou para Vavá:

- Meu cunhado tá em São Paulo, eu pedi pra ele, meu cunhado, Serra, pra entregar pessoalmente aquele negócio. Falo com você amanhã, então.

Agora, um diálogo de deixar os cabelos em pé. A conversa telefônica ocorreu duas semanas antes da deflagração da Operação Xeque-Mate, entre Vavá e José Ferreira da Silva, o “Frei Chico”, outro irmão de Lula. Frei Chico foi o inspirador que levou Lula para o sindicalismo. Ele atuava como consultor em sindicatos da região do ABC, na Grande São Paulo.

Ressalte-se que Frei Chico se apresentou como “Roberto” na ligação a Vavá. A Polícia Federal demorou alguns dias até descobrir de quem se tratava. Vavá, porém, sabia muito bem com quem falava, como se percebe pelo diálogo. Os dois provavelmente já sabiam das escutas telefônicas e trataram de manter a conversa a mais cifrada possível. Registre-se: anteriormente, o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT-RS), informara a Lula que havia investigações envolvendo Vavá. O diálogo começou com Vavá:

- Sexta-feira eu preciso ir a Brasília.

- Sexta-feira? Acho que você... Quero conversar sobre isso mesmo, cara.

- Hum?

- Não vai sem falar comigo, não. Porque tem, tem uma bronca da porra.

- De quê?

- Não sei, Vavá. Depois te falo, tá?

- Tá bom. (...) Ah, vou de manhã e volto à tarde, num voo só. Vou conversar com o Lula mesmo.

- Eu dev... O Lula quer que você vá lá, ouvi-lo à noite, pra conversar com ele à noite.

- Hã?

- Tá? Então eu quero ver com você direito isso. (...) Ele quer que eu vá com você, mas se você for sozinho, ele também... Tá? Quer conversar na casa dele, tranquilo, tá? Então vamos pensar num dia aí.

- Eu só vou de tarde e vou voltar, não vou ficar lá, não.

- É, mas... Vavá, eu quero saber... Vavá, por que tem umas bronca lá, que você anda apresentando uma pessoa lá nos ministérios e ele...

- Eu?

- Vavá! Depois nós conversa, tá?

Dois dias depois, em outra conversa telefônica, Vavá confirmou estar informado sobre as investigações da Polícia Federal. Ele pediu R$ 2 mil ao interlocutor, identificado como Rinaldo. O dinheiro seria pagamento por suposto lobby nos Correios. Vavá explicou por que evitou ir a Brasília:

- Eu não fui porque a Polícia Federal está filmando muito, né?, Rinaldo. Vou esperar passar mais uns dias, aí eu vou lá.

Entre 11 e 17 de maio de 2007, sete conversas telefônicas indicaram o vazamento de informações sobre a operação da Polícia Federal. Dario Morelli Filho, o compadre de Lula, alertou Nilton Servo do que estava acontecendo, “um pepino feio”. Dario Morelli Filho gabou-se ao dizer que com ele nada aconteceria, possivelmente por sua ligação com o presidente da República. O diálogo começou com o compadre de Lula:

- Quando eu for aí, eu compro um telefone no meu nome (...) e a gente cancela todos os seus.

- Joia, então.

- Para, se eles rastrearem o seu telefone, não cair. Se rastrearem o meu, quando bater nas coisas lá, o cara já vê meu nome, e já pensa duas vezes antes de fazer alguma coisa.

A fim de resolver o problema dos grampos que haviam sido instalados a partir de determinação vinda de Brasília, Dario Morelli Filho disse que se encontraria com um aliado na capital federal, o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF). Iria “fazer um escândalo”. Nilton Servo se reuniria depois com o ex-deputado, chamado nos diálogos de “Sig”, para discutir o assunto.

Em seguida, a reprodução de uma conversa mantida em 14 de março de 2007 entre Nilton Servo e seu cunhado, identificado pela Polícia Federal apenas como Piovesan, mas que era chamado de Serra no telefone. Na ligação, Nilton Servo disse que Vavá “tem futuro”. Em outras gravações entre Servo e Vavá, Lula é definido como o “homem”. Nas palavras de Nilton Servo:

- Eu achei que não ia ter dificuldade de arrumar uns 30 mil pro Vavá, em 30, 70 dias. Arrumo cinco, mais cinco. De picado em picado, eu arrumei pro Vavá uns 14, 15 paus.

- Acho que você não deve arrumar mais nada, até ver se ele consegue mexer com o doce. Se conseguir (...), vai ganhar é muito.

- Eu tô trazendo o pessoal pra cá agora, neste final de semana. Tô trazendo inclusive o filho do homem, entendeu? Uma nova... Já tive um final de semana junto, já tive outro final... Eu tô ficando bem dentro do negócio. Para, a partir da semana que vem, já partir firme.

Naquele mesmo 14 de março, Nilton Servo conversa com um empreiteiro, chamado no telefone de Acácio. Ficou a dúvida se Nilton Servo pediu dinheiro ao tal Acácio para repassar a Vavá, como insinuou, ou se usou o nome do irmão do presidente para embolsar a quantia. Mais uma vez, Nilton Servo citou “o filho do homem”. A Polícia Federal não teria investigado o envolvimento de algum dos filhos de Lula na quadrilha. Nilton Servo iniciou o diálogo, gravado com autorização da Justiça:

- Eu falei com o Vavá: “Ó, Vavá, tem que tirar esses caras da fita aí. Se quiser ajudar, depois que tiver já na mão, então aí você vê quem você quer ajudar. Porque senão vira uma confusão, já estavam falando em seu nome, negócio de 12 mil, três parcelas”. O Vavá, deixa eu explicar pra você, é uma pessoa que tem que saber usar. Pegar o Vavá: “Olha, Vavá, eu tô com isso em tal lugar. Eu vou te levar aqui em Brasília (...). E você vai pedir isso lá”. É uma pessoa que você tem que direcionar (...). E você, se puder dar essa ajuda... Porque eu vinha ajudando o Vavá (...). Ele pediu uma força pra mim. Uns 15, 20 paus, mas coisa particular, disse que vai me pagar. (...) Quero saber se tem condições de arrumar esses cinco mil (...).

- Tá, (...) te dou um retorno.

- (...) Ele deve imaginar que eu tô ganhando alguma coisa. (...) Eu venho dando uma força, uma semana arrumo uns 3 mil, outra 2 mil. (...) Eu tô ajudando porque eu sei que... Vai num lugar que vai dar certo. (...) O Dario é diferente, (...) a despesa é por conta dele, é outra linhagem. (...) Tanto é que o Dario tá vindo pra cá amanhã. Pra Campo Grande. Tá vindo ele e tá vindo o filho do homem. Nem o Vavá sabe disso.

Durante a busca que fez na casa de Vavá, a Polícia Federal encontrou um envelope endereçado a Lula, no qual havia uma solicitação para que o presidente resolvesse problema referente a uma ordem judicial em Porto Alegre. Os federais também acharam um documento dirigido ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), com pedido de acordo por parte de uma empresa que esperava receber dívida de cerca de R$ 13,7 milhões.

Em depoimento à Polícia Federal, Vavá disse ter se encontrado uma vez num restaurante em São Paulo com o homem identificado como Acácio, que teria interesses no ramo da terraplanagem. Nilton Servo estava presente. Vavá negou ter exercido lobby em órgãos públicos em nome do empresário. Disse também ter apresentado um fazendeiro chamado André, de Assis (SP), ao advogado Silvio Assis, em Brasília, para que fosse revertida uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) vencida pela Usina Maracaí. A ação previa o pagamento de uma indenização milionária.

Do diálogo entre Nilton Servo e o irmão dele, Nivaldo, em 19 de março de 2007, no qual Servo diz que não adianta mandar Vavá sozinho para Brasília:

- O Vavá é irmão do Lula. E o Vavá disse que tinha como resolver esse problema. Só que o Vavá é meio espirolado, é uma pessoa séria, mas não tem noção de muita coisa. (...) Mas não adianta o Vavá ir pra Brasília (...). Então você vai assessorar.

- Tudo bem.

- Eu só quero que acompanhe. Porque o que vai acontecer: depois que der certo, o Vavá, tonto, “ah, me dá 10 mil, 20 mil, 5 mil”. A conta é um negócio de 1 milhão.

O relatório da Polícia Federal menciona o assunto:

“Por sua vez, Nilton Cezar Servo e seu irmão, Nivaldo Servo, estão solicitando uma 'comissão' em caso de êxito de Vavá no seu lobby junto aos ministros do STJ e consequente reforma da sentença judicial, pois foram os responsáveis por lhe colocar em contato com André e seus familiares”.

Em outra conversa com o irmão Nivaldo, Nilton Servo cita Dario Morelli Filho, “que é o mais forte de todos, mais forte do que o Vavá”, e um auxiliar da primeira-dama Marisa Letícia. Do relatório da Polícia Federal:

“Nilton diz a Nivaldo que inclusive aquela pessoa que o levou num encontro, o 'Marcinho', até esses dias ele era o motorista da Marisa. Nilton diz a Nivaldo que o Marcinho trabalhou 12 anos com a Marisa”.

A análise dos grampos deixou claro que Vavá não mantinha negócios apenas com empresários do jogo. Em 31 de maio de 2007, por exemplo, o irmão de Lula teria mantido conversa com um investigador de polícia de Mauá (SP), conhecido por “Gildo”. Ele pediu ajuda para transferir um filho policial federal de São Borja (RS). Na ligação, Vavá pediu que fosse redigido um documento solicitando a transferência, para ser entregue ao ministro da Justiça, Tarso Genro (PT-RS). O suposto policial sugeriu então que o documento pudesse ser enviado ao ministro “ou para dona Marisa”, a primeira-dama. Vavá não quis:

- Para Marisa, não!

Em 17 de junho de 2007, dava-se como certa a denúncia do Ministério Público Federal contra Dario Morelli Filho, o compadre de Lula, e Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente. Os dois seriam acusados de envolvimento em “poderosa organização criminosa”, responsável pela exploração de jogos de azar. O relatório da Polícia Federal sobre o caso informava que “a característica mais marcante dos grupos criminosos investigados é, sem dúvida, a continuidade delitiva”.

Do relatório: “Embora tenham sido realizadas no decorrer das investigações diversas apreensões de máquinas de caça-níqueis, o fato é que em nenhum momento essas operações policiais foram capazes de inibir as ações dessas organizações criminosas, que continuaram operando normalmente, não interromperam suas atividades delituosas”.

Dois dias depois, o Ministério Público Federal denunciou 39 pessoas, incluindo Nilton Cezar Servo e Dario Morelli Filho, o compadre de Lula. Vavá, porém, para surpresa dos policiais federais que conduziram as investigações, acabou sendo poupado.

Deixaram de fora o irmão do presidente.

2 comentários:

  1. Isso é o que podemos chamar de uma família f.d.p..

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  2. É FD2P! Lula tem 6 irmãos e 10 meio-irmãos, do primeiro casamento do pai dessa desgraça.

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