Deu no jornal
Erros de língua portuguesa nunca são bem recepcionados, é
verdade. No entanto, quem é profissional do direito é especialmente exigente
com relação a isso. E com razão: saber lidar bem com a sua língua é o
pressuposto (básico) para qualquer argumentação. Todavia, devido ao ensino
deficiente nas faculdades de direito, não é muito difícil localizar erros
grotescos na prática forense.
Durante o julgamento de um recurso, ao se deparar com vários
erros de português, a desembargadora Sirley Abreu Biondi do TJ/RJ não se
omitiu:
“Insta ser salientado que os advogados que assinaram as
contra-razões necessitam com urgência adquirir livros de português de modo a
evitar as expressões que podem ser consideradas como injuriosas ao vernáculo”.
A peça continha erros claros de ortografia, como: “em
fasse”, “não aciste razão”, “doutros julgadores” e “cliteriosamente”,
devidamente sinalizados e corrigidos pela magistrada.
A desembargadora não parou por aí e prosseguiu com a lição,
mas dessa vez sobre o conteúdo jurídico da peça:
“Acrescenta-se ainda que devem os causídicos adquirir também
livros de direito, à medida que nas contra-razões constam ‘pedidos’ como se
apelação fosse, o que não tem o menor cabimento”.
Mesmo depois de uma boa aula, os advogados não se deram
muito bem: a magistrada negou provimento ao recurso.
(argento) ... "seinão" ... mas, o "desensino" da língua, parece-me, começou com a Industrialização do BraZiu.
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