É impressionante a petulância e o descaramento desses vagabundos!
Globo
Juiz decide processar ativistas julgados por atos violentos
em protestos por desacato
Seis dos réus acusados de ações violentas em manifestações
fizeram protesto durante audiência no Fórum
Um dos réus na ação que apura violência em manifestações que
fez saudação com punhos fechados: juiz que processo por desacato - Pedro
Teixeira / Agência O Globo
RIO - Mais uma vez, uma audiência do caso dos ativistas
denunciados por ações violentas em manifestações foi marcada, nesta
segunda-feira, por protesto de réus e reação do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª
Vara Criminal. Logo no início da sessão, à tarde, durante a entrada na sala de
audiência de Igor Mendes, Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza - que
estão presos e chegaram algemados ao Fórum -, seis réus que estão em liberdade
saudaram o trio de pé, com os punhos cerrados, gritando: “Não passarão!”. O juiz
advertiu os manifestantes e anunciou que vai remeter ao Ministério Público um
pedido para que todos respondam por desacato. São eles: Leonardo Fortine,
Rafael de Barros Caruso, Shirlene Feitosa, Rebeca Martins, Igor D’Ycarahy e
Felipe Proença.
A segunda audiência de instrução e julgamento na 27ª Vara
Criminal foi acompanhada por 21 dos 23 ativistas denunciados à Justiça. Elisa
Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, e Karlayne Morais Pinheiro, a Moa, também réus,
permanecem foragidas. O grupo responde a processo por associação criminosa.
Primeiramente, foram ouvidas as testemunhas de acusação: o
delegado Alessandro Thiers e o inspetor Ulysses Carlos Pourchet, da Delegacia
de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). O depoimento de Thiers durou
cerca de duas horas. Ele disse que as investigações não sofreram influência
política e que, durante operações, foi recolhido material explosivo na casa de
alguns ativistas, mas não citou nomes.
Já Pourchet, que coordenou as interceptações telefônicas dos
acusados, citou a professora universitária Camila Jourdan, que figura entre os
réus, como dona da casa que servia de ponto de encontro e oficina para a
confecção de artefatos para serem usados nas manifestações, como os “ouriços”
(objetos pontiagudos feitos a partir de vergalhões) e coquetéis molotov.
Segundo o inspetor, Karlayne Pinheiro era uma das responsáveis
pelo lançamento dos coquetéis molotov, que eram chamados pelos ativistas de
bebida pisca-pisca. Ele contou que, na casa dela, em São João de Meriti, foram
apreendidas gasolina e garrafas para fazer os artefatos. A defesa de Camila
argumentou que a oficina era usada para confeccionar escudos, e não explosivos.
Enquanto a audiência era realizada na 27ª Vara Criminal do
Tribunal de Justiça, cerca de 30 pessoas realizavam, do lado de fora, um ato de
apoio aos ativistas presos. Com alto-falantes e tambores, elas gritavam
palavras de ordem em repúdio ao processo. Também distribuíam panfletos,
convocando quem passava pelo local para comparecer às próximas audiências.
Grupo protesta na porta do TJ em apoio a manifestantes
presos - Pedro Teixeira / Agência O Globo
- Estamos aqui para manifestar solidariedade aos
manifestantes presos arbitrariamente. Eles foram detidos com o intuito de
desestimular as pessoas a participarem de outras manifestações públicas - disse
o estudante Flávio Gentile, de 22 anos.
A primeira audiência de instrução e julgamento dos 23
ativistas, realizada no dia 16 de dezembro do ano passado, também foi marcada
por um protesto. Na chegada à sessão, os três ativistas que estão presos - Caio
Silva, Fábio Raposo e Igor Mendes da Silva - exibiram as algemas e gritaram
“Não passarão!”. Na mesma hora, foram saudados com as mesmas palavras por
outros réus que estavam em liberdade e se encontravam no local. O juiz Flávio
Itabaiana, no entanto, que presidia a audiência, logo interrompeu a gritaria:
- Vocês não estão na rua. Quem manda aqui sou eu.
Réus fazem protesto e causam tumulto durante audiência
realizada na 27ª Vara Criminal - Reprodução / TV Globo
Os 23 réus foram denunciados em julho passado pelo MP por
associação criminosa (com pena maior por participação de menores), dano
qualificado, resistência, lesões corporais, posse de artefatos explosivos e
corrupção de menores. Ainda de acordo com a denúncia apresentada pelo MP, os
réus tinham a intenção até de incendiar a Câmara dos Vereadores.
Caio de Souza e Fábio Barbosa ainda respondem a outro
processo, pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão
durante um protesto no Centro. Já Igor Mendes está preso por ter descumprido
medidas cautelares impostas pela Justiça.
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