É claro que alterar perfis das pessoas não é coisa que se
faça, se bem que na Wikipedia vale tudo, até xingar a mãe e botar lá que o Lula
é culto. O que me deixa pasmo é que essa Teresa Cruvinel, que o Globo abrigou
tanto tempo e que depois presidiu quatro anos a EBC/TV Brasil - sorvedouro de
dinheiro travestido em rede de TV -, se dá o direito de ser antidireitista
radical, mas não admite que alguém seja anticomunista e, além disso, recusa o
rótulo de comunista, apesar de ser evidente que ninguém trabalha sob as ordens
de Franklin Martins sem já ter sido emporcalhado antes com o stalinismo,
doutrina seguida cegamente pelo dito cujo.
Vai lá, comuna, diz aí suas besteiras!
Tereza Cruvinel: O macarthismo nosso de cada dia…
Fico sabendo neste domingo, pela colunista Monica Bérgamo,
da Folha de São Paulo, da última de nosso macarthismo anacrônico e nem por isso
menos vil. A partir dos computadores do
BNDES, alguém jogou na classificação “comunista do Brasil” os perfis no
Wikipédia de Franklin Martins, Alberto Dines e o meu, três jornalistas, afora o
da deputada Manoela D’Ávila, que é de fato filiada a um partido comunista, o PC
do B. Mas todos, vale dizer, são companhias muito honrosas.
O que ofende não é o rótulo de comunista, num perfil feito
por terceiros, já cheio de incorreções. O que espanta é a existência de pessoas
que se comprazem com o ato de marcar, espezinhar, estigmatizar. É esta sanha contra o outro, unicamente
porque ele não pensa exatamente como gostariam que pensassem. Esta mesma sanha, com sinal trocado, produziu
recentemente alterações nos perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos
Alberto Sardenberg. Um funcionário do Planalto foi identificado como autor das alterações
e exonerado.
Agora a coisa vem do BNDES, onde parece tão insólita a
existência de anticomunistas militantes, dedicando-se a tal atividade durante o
expediente O banco informou em nota que está tomando providências para
identificar e punir os responsáveis.
Este macarthismo fora do tempo, em plena democracia, começou
a deitar raízes entre nós a partir da chegada do PT ao poder. Já existiam os sites da extrema direita, tipo
Coturno Noturno, onde muita gente de esquerda é espancada verbalmente. Mas isso
está mais dentro da “normalidade”. Esta é uma direita que se expressa como tal,
com nome, sobrenome e até CPF, composta por órfãos da ditadura. Mais mesquinho
é o macarthismo que se insinuou contra jornalistas, e dentro da própria
imprensa e entre jornalistas, disposto a expurgar todos aqueles que não
comungassem de certo pensamento único.
Ainda como colunista do Globo, antes de minha saída em 2007,
defrontei-me com os ataques macarthistas desferidos a partir do blog da coluna
por supostos leitores exaltados, cobrando engajamento na cruzada anti-petista.
Nunca fiz jornalismo de cruzada, a não ser contra a ditadura. Tais leitores, algumas vezes, eram o
codinomes de pessoas conhecidas e de projeção, que não queriam se expor numa
guerrilha virtual suja, Nos quatro anos em que presidi a EBC/TV Brasil,
servindo unicamente ao projeto de tornar mais pluralista, como prevê a
Constituição (artigos 220 a 223, para quem nunca leu) o nosso sistema de
radiodifusão, fui agredida quase todos os dias.
Em um noticiário que se esforçava para desmoralizar o projeto, a TV
Pública era chamada de TV do Lula, Lulanews e outras bobagens. Eu e Franklin,
então ministro-chefe da SECOM, demonizados, apontados como dois stalinistas
defensores da censura e do controle da informação. Reinaldo Azevedo chamou-me de “cabocla
Tereza” durante quatro anos, violando a vedação constitucional da discriminação
por origem étnica e regional. Tenho mesmo um pouco de índia, de negra e de
branca. E venho da roça, do Brasil rural que já morreu. Cabocla, com muito
orgulho. De que valeria lembrar-lhe judicialmente que estava cometendo um
crime? Outro me chamou de ex-jornalista, outro de lulista infiltrada, outros de
tantas outras maccarthices.
Recordo isso agora,
depois de ler as notas da coluna de Monica Bergamo, porque elas informam que
este tipo de atitude – vindo de gente de direita ou de esquerda – está se
enraizando entre nós, banalizando-se. Este macarthismo de cada dia exige que as
pessoas estejam definitivamente alinhadas de um só lado do mundo, tenta
proibi-las de pensar livremente, de
enxergar o preto e todos os tons do cinza. Exige que digamos unicamente “sim”
ou “não”, mesmo quando acreditamos que a
verdade não está só de um lado, nem só de outro.
(argento) ... Tereza Cruvinel, segundo a Wiki:
ResponderExcluirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tereza_Cruvinel
(argento) ... deve ser por causa do tal de "Complexo de Vira Latas" ...
Excluir"Eu e Franklin, então ministro-chefe da SECOM, demonizados, apontados como dois stalinistas defensores da censura e do controle da informação".
ResponderExcluirEntão tá!!! O Franklin Martins foi ministro do controle social da mídia e não é defensor da censura, assim como a Tereza Cruvinel também não é. Cuba é uma democracia, a Venezuela é um paraíso e eu sou avô do Matusalém.
Comunismo é tão bom que os próprios comunas se ofendem quando tachados como tal.
ResponderExcluir(argento) ... tal qual Tereza - a Cruvinel - alguns outros também não gostam do "apelido" Radical ...
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&x-yt-ts=1421782837&x-yt-cl=84359240&v=ZataEz_m73E