Se eu tivesse que sobreviver como pitonisa, morreria de
fome. Vejam só o e-mail que mandei em 2005 para os então deputados federais José
Genoíno, Arlindo Chinaglia e Paulo Rocha:
Exmos. Srs. Deputados José Genoíno, Arlindo Chinaglia e
Paulo Rocha, respectivamente presidente do PT, líder do governo e líder do PT:
Sei que é difícil governar sem alianças que proporcionem uma
certa tranqüilidade no Congresso, mas para tudo há um limite. Sei também que os
47 deputados federais e os 3 senadores do PTB fazem falta na hora do apoio, mas
tentar encobrir crimes confessados publicamente pelo Sr. Mauricio Marinho, ao
votar contra a CPI dos Correios, dá a entender que o governo é refém de uma
falcatrua ou então conivente com ela, sendo ambas, opções gravíssimas: uma
denota fraqueza e a outra corrupção.
V. Exas.
estão confundindo imunidade parlamentar –
que já é um absurdo – com impunidade pra lamentar quando tentam de todas
as maneiras proteger vosso “parceiro” Roberto Jefferson, useiro e vezeiro
freqüentador de maracutaias mal explicadas (INSS, IRB, Correios, etc.). Essa
redoma criada em torno do deputado inclui até uma vergonhosa distribuição de
verbas aos aliados anunciada pelo ministro Palocci. Será que isso não vos sabe
a suborno? E com o meu dinheiro?
Tenho
certeza que V. Exas. não desconhecem que a maioria esmagadora dos seus
eleitores quer essa CPI. Será que não se dão conta de que fariam muito mais
bonito para seu eleitorado se a apoiassem?
Vossa
atitude reforça ainda mais minha certeza que, cada vez mais, os políticos se
afastam de quem os elege e sustenta. Nós, os contribuintes e eleitores, devemos
ser péssimos patrões, pois escolhemos péssimos empregados, mas estamos
melhorando e aprendendo a cobrar dignidade e decência de quem deveria dar o
exemplo mas não o faz. Normalmente os patrões costumam demitir os maus empregados,
mas como isso é difícil devido ao vosso corporativismo, eu aguardo com ansiedade o resultado das próximas eleições. O
brasileiro é paciente mas não é burro.
Grato
Ricardo
Froes
Além da ausência de poderes divinatórios - todos sabem os resultados das eleições de 2006 -, a coerência também
me falta: o brasileiro é burro sim, e muito!
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