Quando é para detonar eu detono mesmo, mas agora chegou a hora
de elogiar a prefeitura do Rio de Janeiro , e com prazer, porque o fato
aconteceu comigo.
As raízes de um ficus na calçada entupiram um cano que leva
as águas pluviais do meu prédio até à rede, causando, toda vez que chove, um
vazamento no prédio vizinho. Aconselhado pelo encanador que o constatou, liguei
para a empresa de águas, a Cedae, que, por sua vez disse que o problema do
esgotamento de águas pluviais era direto com a prefeitura e que eu ligasse para
lá.
Confesso que desanimei, achando que, depois de ficar horas
no telefone, eu iria ter que esperar sentado pelo reparo. Qual foi meu espanto
quando ao ligar, ser prontamente atendido e, sem burocracia, ser informado que
seria enviada uma equipe no prazo de 15 dias para solucionar o problema. Prazo
um pouco grande para quem está com um vazamento, o que eu argumentei, mas fui
informado pelo atendente que era praxe e o serviço poderia vir antes.
Para meu espanto número dois, no dia seguinte os
funcionários estavam aqui com a aparelhagem para desobstruir o cano, o que não
foi possível porque as raízes do ficus são impenetráveis. O chefe da equipe,
então, informou que, como a solução seria abrir a calçada e instalar um novo
encanamento, uma outra equipe viria para fazer o serviço.
Mais uma vez o pessimismo se abateu sobre mim. “Não virão
nunca!”, pensei com meus botões.
Mas... espanto número três: na segunda-feira (anteontem),
três dias depois, a calçada estava sendo quebrada para que o novo escoamento
fosse colocado.
Se tudo na prefeitura do Rio estiver funcionando assim, meus
parabéns com louvor, Eduardo Paes. Se não for tudo, mesmo assim parabéns, já
que não houve um senão que eu possa apontar nesse serviço.
Para não perder o hábito, vou criticar um ponto que não tem
quase nada a ver com a atual administração, mas que é uma vergonha. Em um papo
com o chefe da equipe - que aliás também pega no pesado e não fica só olhando,
como é praxe aqui nas obras públicas -, comentei sobre a profusão de fios e
canos no subsolo das calçadas. “A gente tem que quebrar tudo com o maior
cuidado, porque não sabe o que há por baixo”, disse ele, completando: “Já
pensou na explosão se a gente fura um cano de gás?” Depois dessa, “ameaça” dei boa tarde
e me afastei...
Na verdade é um trabalho de arqueologia, porque o Rio não
tem plantas de subsolo das calçadas, nem de gás, nem de energia, nem de água,
nem de esgoto, nem de telefonia e nem de TVs a cabo, o que faz esse tipo de
serviço ser perigosíssimo, demorado e caro, dada à mão de obra que dá furar dez
metros de calçada às cegas.
Fora isso, parabéns
ao prefeito.
Nao daria para fazer as plantas agora? O Rio nunca teve? Foram perdidas, destruidas?
ResponderExcluirToda noticia positiva é bom.