domingo, 3 de novembro de 2013

Dignidade não é uma coisa que um governo possa ou deva garantir

Para que não reste dúvida, dignidade é:
1 - qualidade moral que infunde respeito; consciência do próprio valor; honra, autoridade, nobreza
2 - qualidade do que é grande, nobre, elevado
3 - modo de alguém proceder ou de se apresentar que inspira respeito; solenidade, gravidade, brio, distinção
4 - respeito aos próprios sentimentos, valores; amor-próprio

As outras duas definições são apenas honrarias e benefícios:
5 - prerrogativa, honraria, título, função ou cargo de alta graduação
6 - benefício vinculado a cargo proeminente ou a alto título em um cabido

Falando em burrice - e não há nada pior que ela, nem doença -, não se pode deixar de mencionar a argumentação dos “gayzistas”, como o professor Moisés Guimarães, que escreveu o indignado artigo “Homofobia, até quando?”, publicado no Globo de hoje.

Para começar ele diz:

“Recentemente aconteceu uma morte que chocou a cidade de Palmas, Tocantins. Um professor de português de 56 anos foi morto a pedradas na saída da escola onde trabalhava. A barbárie de sua morte teve motivação: o professor assumiu ser gay.”

E mais:

“Alguém ainda se lembra do pai que teve a orelha decepada num rodeio em São Paulo só porque estava abraçado ao seu filho? À época, os jovens que os atacaram justificaram sua ação dizendo tê-los confundido com um casal gay.”

Dois casos.

Aí eu vou ao Google buscar dados e encontro a notícia que o Grupo Gay da Bahia, a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil, no Relatório de Assassinato de LGBT de 2012 informa que no ano passado 338 homossexuais foram assassinados no país, o que significa uma morte a cada 26 horas.

Vou um pouco mais adiante e vejo no segundo o Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública do Ministério da Justiça (incompletíssimo, uma vergonha) que foram registrados 50.108 homicídios (41.136 dolosos) no Brasil em 2012, ou seja, um assassinato a cada dez minutos e meio! O anuário diz também que em 2010 morreram 1.976 idosos acima de 60 anos vítimas de agressão de uma população de 20 milhões.

Em 2012, segundo pesquisa da inSearch Tendências e Estudos de Mercado, a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) no Brasil era de 18 milhões de pessoas (mais ou menos 9% da população total).

Portanto, se a matemática não mente, morrem, proporcionalmente, 5,2 vezes mais idosos do que LGBTs em função de agressões (5,8 vezes mais em números absolutos). Se formos considerar os LGBTs como “pessoas normais”, coisa que eles se recusam a ser, a proporção é simplesmente absurda - mais de 13.000 (eu disse treze mil) vezes maior.

Além de tudo há uma grave omissão quanto às explicações sobre esses 338 homossexuais assassinados em 2012, o que praticamente a inviabiliza sob o aspecto da exclusividade: é sabido que a grande maioria dos homossexuais - masculinos, principalmente - são clientes assíduos de profissionais do sexo e muitos o fazem indiscriminadamente, trazendo para sua intimidade pessoas que às vezes nem sabem o nome. Logo, a chance de ser vítima de algum tipo de crime é altíssima. Isso, a tal estatística não discrimina.

“A barbárie está para toda a gente e por todos os lados! Quem será a próxima vítima?”, “O que falta para que o poder legislativo compreenda a emergência de atuar no combate às mortes por crime de ódio?”, segue o professor perguntando.

Eu também gostaria de saber, professor, já que o senhor mesmo reconhece que “barbárie está para toda a gente e por todos os lados”, não só para os LGBTs.

E o professor Moisés Guimarães, para coroar seu besteirol, termina com a pérola:

“Espero ainda viver num país em que nossas escolas possam ter professores capazes de se assumirem sexualmente sem correrem o risco de serem apedrejados. Que nossas autoridades possam assegurar os direitos de todos, garantindo sua cidadania e dignidade.”

A troco de que alguém precisa se “assumir sexualmente”? Qual é a importância que há, para mim ou para quem quer que seja, se fulano ou beltrano come ou é comido? Do jeito que Moisés coloca a coisa dá a impressão que todos têm que aceitar que um professor entre na sala rebolando e falando fino. Que bobagem, isso não é se assumir é se exibir! É uma deformação de caráter.

E outra coisa: dignidade não é uma coisa que um governo possa ou deva garantir, mas sim uma conquista pessoal que depende exclusivamente do comportamento em todos os sentidos de cada um.

Quer igualdade? Aja normalmente...

Infelizmente, mais uma vez, mais um professor dá a medida exata do nível da nossa educação: um lixo imoral!

2 comentários:

  1. Moral só existe onde ha alicerces, regras a cumprir e exemplos a seguir.

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  2. Dignidade não é uma coisa que um governo possa ou deva garantir; mas, com insidiosa Inversão de Valores, pode ser "retirada" ...

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