sábado, 30 de novembro de 2013

Déficit da conta-petróleo é de U$ 12,7 bilhões, de janeiro a outubro. Nada como um governo do PT, vocês não acham?...

Ou seja, a relação entre a importação e a exportação de petróleo e derivados bateu um recorde negativo histórico este ano: nada mais nada menos que três vezes o recorde anterior de 2008.

E tem gente que vem dizer aqui no blog que está tudo uma maravilha...

Sumiço de cérebros

Segundo nota de Lauro Jardim, a cidade de São Paulo - seguida pelo Rio de Janeiro - tem sido o principal celeiro exportador de talentos nos últimos anos: 122.000 paulistanos com diploma de curso superior saíram da cidade desde 2007 - 31.000 a mais do que os que lá chegaram.

A capital que mais se beneficiou do fluxo de diplomados de outros locais foi Brasília. No mesmo período, desembarcaram na Capital Federal 41.000 imigrantes de nível superior, um número 17.000 acima que o dos emigrantes.

Em virtude do atual quadro cerebral de Brasília, suponho que algum fenômeno estranho esteja acontecendo na capital ou mesmo durante o caminho, já que, segundo recentes aferições, não há vestígios de vida inteligente por lá.

Sim, há ladrões inteligentes, mas não em Brasília, porque, segundo a “ética” petralha, basta ser cara de pau e sem vergonha para roubar. Fica bem mais simples, Segundo consta, essa ausência de inteligência foi incentivada pelo próprio PT com o intuito de aumentar substancialmente o número de filiados ao partido, já que as facilidades para a prática criminal e as garantias de impunidade são privilégios de todos os membros.  Exatamente por isso, calcula-se que os 41.000 imigrantes com diploma de curso superior chegados a Brasília desde 2007 e convenientemente descerebrados, corresponda apenas a um quinto dos que lá chegaram já desprovidos das suas faculdades mentais.

Pelo visto, deu certo.

Lentidão judicial

É com a autoridade e experiência de ministro-chefe da Controladoria-Geral da União que Jorge Hage afirma que, no Brasil, processos só chegam ao final em menos de 20 anos “se o acusado quiser”. Caso, entenda-se, o processado tenha conta bancária capaz de financiar a contratação de bons advogados e trafegue sem dificuldades por gabinetes do poder, duas condições que costumam andar juntas.

A respeito do post Freud explica?”, onde falo sobre o exagero de recursos judiciais protelatórios, leiam, Editorial O Globo: Recursos ilimitados são incentivo à impunidade.

A paranoia das estatinas

Eu sou igual ao PT: contesto até médico. Só que dessa vez eu tenho alguém de peso ao meu lado, Drauzio Varella. Sempre me bati contra o uso indiscriminado das estatinas - que, inclusive, levaram um amigo meu a uma pancreatite medicamentosa que quase o matou -, até porque o colesterol não é esse assassino em potencial que divulgam. Se assim o fosse, os gaúchos teriam a pior média de vida entre os brasileiros, já que seu nível médio do esteroide (no meu tempo era lipídio) são os maiores entre os estados, mas sua média de vida hoje é de 82 anos, a maior do Brasil.

Sem falar que esse furor de redução de parâmetros e a consequente paranoia "estatínica" podem levar a níveis abaixo dos desejáveis, já que o colesterol é necessário para o bom funcionamento do fígado (ajuda na fabricação da bílis), para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas A, D, E e K, é o principal precursor para a síntese de vitamina D e de vários hormônios esteróides que incluem o cortisol e a aldosterona nas glândulas supra-renais, e os hormônios sexuais progesterona,  diversos estrógenos, testosterona e derivados.

Drauzio Varella: A agonia do colesterol

Nunca me convenci de que essa obsessão para abaixar o colesterol às custas de remédio aumentasse a longevidade de pessoas saudáveis.

Essa crença - que fez das estatinas o maior sucesso comercial da história da medicina - tomou conta da cardiologia a partir de dois estudos observacionais: Seven Cities e Framingham, iniciados nos anos 1950.

Considerados tendenciosos por vários especialistas, o Seven Cities pretendeu demonstrar que os ataques cardíacos estariam ligados ao consumo de gordura animal, enquanto o Framingham concluiu que eles guardariam relação direta com o colesterol.

A partir dos anos 1980, o aparecimento das estatinas (drogas que reduzem os níveis de colesterol) abafou as vozes discordantes, e a classe médica foi tomada por um furor anticolesterol que contagiou a população. Hoje, todos se preocupam com os alimentos gordurosos e tratam com intimidade o “bom” (HDL) e o “mau” colesterol (LDL).

As diretrizes americanas publicadas em 2001 recomendavam manter o LDL abaixo de cem a qualquer preço. Ainda que fosse preciso quadruplicar a dose de estatina ou combiná-la com outras drogas, sem nenhuma evidência científica que justificasse tal conduta.

Apenas nos Estados Unidos, esse alvo absolutamente arbitrário fez o número de usuários de estatinas saltar de 13 milhões para 36 milhões. Nenhum estudo posterior, patrocinado ou não pela indústria, conseguiu demonstrar que essa estratégia fez cair a mortalidade por doença cardiovascular.

Cardiologistas radicais foram mais longe: o LDL deveria ser mantido abaixo de 70, alvo inacessível a mortais como você e eu. Seríamos tantos os candidatos ao tratamento, que sairia mais barato acrescentar estatina ao suprimento de água domiciliar, conforme sugeriu um eminente professor americano.

Pois bem. Depois de cinco anos de análises dos estudos mais recentes, a American Heart Association e a American College of Cardiology, entidades sem fins lucrativos, mas que recebem auxílios generosos da indústria farmacêutica, atualizaram as diretrizes de 2001.

Pasme, leitor de inteligência mediana como eu. Segundo elas, os níveis de colesterol não interessam mais.

Portanto, se seu LDL é alto não fique aflito para reduzi-lo: o risco de sofrer ataque cardíaco ou derrame cerebral não será modificado. Em português mais claro, esqueça tudo o que foi dito nos últimos 30 anos.

A indústria não sofrerá prejuízos, no entanto: as estatinas devem até ampliar sua participação no mercado. Agora serão prescritas para a multidão daqueles com mais de 7,5% de chance de sofrer ataque cardíaco ou derrame cerebral nos dez anos seguintes, risco calculado a partir de uma fórmula nova que já recebe críticas dos especialistas.

Se reduzir os níveis de colesterol não confere proteção, por que insistir nas estatinas? Porque elas têm ações anti-inflamatórias e estabilizadoras das placas de aterosclerose, que podem dificultar o desprendimento de coágulos capazes de obstruir artérias menores.

O argumento é consistente, mas qual o custo-benefício?

Recém-publicado no “British Medical Journal”, um artigo baseado nos mesmos estudos avaliados pelas diretrizes mostrou que naqueles com menos de 20% de risco em dez anos as estatinas não reduzem o número de mortes nem de eventos mais graves. Nesse grupo seria necessário tratar 140 pessoas para evitar um caso de infarto do miocárdio ou de derrame cerebral não fatais.

Ou seja, 139 tomarão inutilmente medicamentos caros que em até 20% dos casos podem provocar dores musculares, problemas gastrointestinais, distúrbios de sono e de memória e disfunção erétil.

A indicação de estatina no diabetes e para quem já sofreu ataque cardíaco, por enquanto, resiste às críticas.

Se você, leitor com boa saúde, toma remédio para o colesterol, converse com seu médico, mas esteja certo de que ele conhece a literatura e leu com espírito crítico as 32 páginas das novas diretrizes citadas nesta coluna.

Preste atenção: mais de 80% dos ataques cardíacos ocorrem por conta do cigarro, vida sedentária, obesidade, pressão alta e diabetes. Imaginar ser possível evitá-los sentado na poltrona, às custas de uma pílula para abaixar o colesterol, é pensamento mágico.

Coca-Quilo


Dia de Ação de Graças ou de ações de graça?


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Entre 15 empresas da América Latrina com os maiores prejuízos no último trimestre há 11 do Brasil. Nada como um governo do PT, vocês não acham?...

Li ontem que a OGX está na quinta colocação no ranking mundial de prejuízos, com um de US$ 953,1 milhões e, a sexta colocada, logo a seguir é a OSX, com um preju de US$ 794,8 milhões.

Diga- se de passagem, a análise feita com empresas somente da America Latina, entre as 15 com os maiores prejuízos, há 11 do Brasil, duas do México e duas da Argentina.

Posição            Empresa          Prejuízo no 3º Trimestre
1          OGX Petróleo  US$ 953,13 milhões
2          OSX Brasil       US$ 794,81 milhões
3          Eletrobras         US$ 410,39 milhões
4          Hrt Petróleo      US$ 324,77 milhões
5          Homex Desarr   US$ 266,85 milhões
6          Cemex               US$ 154,34 milhões
7          Marfrig              US$ 147,55 milhões
8          Tran Paulist        US$ 109,99 milhões
9          Gol                    US$ 88,353 milhões
10        Edenor               US$ 88,33 milhões
11        Eneva                 US$ 79,83 milhões
12        Cobrasma          US$ 68,66 milhões
13        Edesur               US$ 65,49 milhões
14        Cemat                US$ 60,96 milhões
15        Mendes Jr.         US$ 60,62 milhões

E viva o PT!

Falando em prejuízo, nada como a frase do Eike Batista sobre Lula, dita há dois anos

Eu, como brasileiro desta geração, digo com orgulho que o sucesso das minhas empresas não seria possível sem esse Brasil novo, criado pelo presidente Lula.”
Muito bem lembrada por Anhanguera no blog do Giulio Sanmartini.

Black Flayder...



Freud explica?

Não dá para entender por que certos trâmites jurídicos ainda vigoram, ou mesmo por que eles foram criados um dia. Senão vejamos:

O caso de uma biografia do maluquinho João Gilberto foi parar no STF, para onde, aliás, jamais deveria ter ido se a Justiça aqui fosse séria. Negado pelos ministros o pedido de João, proibindo o livro, o processo sai do STF e volta para a justiça comum, o TJ de São Paulo, onde começa tudo de novo. Tem cabimento?

Outro dia li que entre os processos que tramitam no STF há, por exemplo, o de uma briga de vizinhos na garagem e o de uma criança que fez pipi nas calças no colégio e foi admoestada com muita severidade pela professora.

Quiuspariu! Eu tenho até vergonha de dizer que sou brasileiro e gosto do meu país como poucos quando eu penso em que responder, se indagado sobre como consigo gostar de viver em um país onde as aberrações são as regras, em todos os níveis. O que responder sobre gostar de um povo tão burro a ponto de mais da metade achar que o governo rouba, mas continua votando nele?

Será que Freud explica? Froes não explica...

Mais uma distorção da Lei Rouanet

O Instituto Tomie Ohtake, que cuida da obra da artista plástica japonesa naturalizada brasileira, de cem anos, poderá arrecadar até R$ 19.061.853,89 pela Lei Rouanet para custear atividades em 2014.

Para começo de conversa, eu nunca consegui entender como e por que alguns luminares conseguem chegar a essas cifras tão quebradas. Mas o principal é a certeza que uma mulher com uma carreira tão longa - Tamie tem 100 anos -, produtiva e valorizada - um óleo seu sai por volta de 250 mil reais o metro quadrado - certamente não precisa patrocínio e muito menos de mais divulgação da sua obra, principalmente levando-se em conta que esses 19 milhões vão sair dos nossos impostos.

Para vocês terem uma ideia, aí vão as imagens de três obras com seu respectivos preços atingidos em leilões:

84 • Tomie Ohtake
Óleo sobre tela
100 X 100 cm
Último lance: 
R$ 100.000 | US$ 55.555
Leilão: Dezembro de 2011
40 • Tomie Ohtake
Óleo sobre tela
100 X 100 cm
Último lance: 
R$ 315.000 | US$ 157.500
Leilão: Junho de 2012
77 • Tomie Ohtake
Óleo sobre tela
20 X 20 cm 
Último lance: 
R$ 30.000 | US$ 15.000
Leilão: Junho de 2012

Você pagaria?

Falando em preconceito...

Como todos os outros grupelhos defensores de minorias, o pessoal do racismo é um porre, um poço de irracionalidade.

Ninguém sabe de onde surgiu a notícia que Camila Pitanga e Lázaro Ramos iriam apresentar a cerimônia do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de Futebol e que foram preteridos por Fernanda Lima e seu marido Rodrigo Hilbert.

Primeiro que, como eu disse, não se sabe a troco de que surgiu que Camila e Lázaro seriam escolhidos, já que Fernanda, que trabalha com a Fifa há alguns anos, e Rodrigo já haviam participado juntos, em 2010, do lançamento do emblema oficial da Copa, em Joanesburgo, na África do Sul e, um ano depois, Fernanda Lima conduziu o sorteio preliminar do Mundial, no Rio de Janeiro.

Bastou isso para que tivessem início um monte de debates na infernet sobre um suposto racismo da Fifa. Só que os caras são tão idiotas que não leem as notícias inteiras, porque além de Camila negar ter sido procurada pela Fifa para alguma coisa, a cerimônia vai ter como atrações musicais Alcione, Olodum, Emicida e Margareth Menezes, todos negríssimos.

Será que Chico Buarque, Roberto Carlos e Fabio Junior também vão reclamar de racismo por serem brancos que foram preteridos por negros?

Prêmio Sem Preconceito, mas bicha pobre não entra

Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual. No meu tempo, diversidade sexual era fazer um sessenta-e-nove. Hoje tem até órgão público (nota: órgão público não é o pinto de um prefeito) com nível de secretaria municipal para proteger os “pobres coitados” que optam pela exposição pública das suas preferências sexuais.

Não, eles não são humanos - ou pelo menos não devem se considerar como tal -, já que existem secretarias e até ministério dos Direitos Humanos, mas parece que eles não se enquadram. Devem se achar super-humanos, criaturas especiais, uma categoria acima dos reles mortais.

Aliás, esse troço de super-humano me lembrou uma piada, de tão absurdo que é:

O acólito pergunta ao seu monge-mestre: “Mestre o que é ser um super-homem?”
E o mestre: “Gafanhoto (lembrando o seriado Kung Fu), você é um super-homem se, quando passar a mão entre suas pernas, achar três bolas. Mas, cuidado, se achar quatro, você está sendo enrabado!”

É por aí.

Voltando. Na segunda-feira passada houve uma festa no Teatro Carlos Gomes, no Rio, para a entrega do “Prêmio Sem Preconceito”, organizado por essa tal Coordenadoria e pago, adivinhem por quem, para homenagear, não quem fez alguma coisa boa por alguém, inventou a cura de hemorroidas ou descobriu água em Marte, mas sim quem conseguiu se expor mais na mídia, quem foi mais histriônico e quem mais divulgou as vantagens do homossexualismo. É claro que a figura principal da noite foi a indefectível Daniela Mercury que, acompanhada de sua “esposa”, recebeu o prêmio e, com ela, protagonizou a grande atração da noite, o beijo na boca, ante o olhar embevecido e lacrimoso de um emocionadíssimo Carlos Tufvesson, o coordenador do órgão (êpa!).

Dói na alma e no bolso ver que o dinheiro dos nossos impostos vai para coisas tão fúteis como patrocinar convescotes para grã-finos e artistas milionários, cuja única diferença - que não chega a ser tão diferente assim - é um assunto que teria que ser estritamente pessoal e íntimo, mas que resolveram expor suas entranhas publicamente e muito provavelmente com o único intuito de aparecer, como o caso de Daniela, no ostracismo até que resolveu tornar de conhecimento geral seu “casamento” com uma mulher.

Os viados e sapatões pobres que se danem, que peguem gonorreia, sífilis e Aids, enquanto a nata da homoafetividade (rico é homoafetivo e pobre é viado mesmo) empavonada sacode suas joias nos salões, não é mesmo? 

P.S.: Lista dos vencedores do Prêmio Rio Sem Preconceito

Lucinha Araújo, Presidente da Sociedade Viva Cazuza
Jean Wyllys, deputado federal e ex-participante do Big Brother Brasil
Preta Gil, cantora e apresentadora
José Junior, coordenador da ONG Afroreggae
Bruno Chateaubriand, apresentador e socialite
Michael dos Santos, jogador de vôlei
Nilton Bonder, rabino
Luciano Huck, apresentador e empresário
Lea T, transexual e modelo
Carlos Ayres Britto, ministro do STF
Gilberto Braga e Ricardo Linhares, autores da novela Insensato Coração

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Alguém me explica qual é a do Google?

Como vocês podem notar, minha consulta foi “texas holdem poker level free”, para poder jogar meu poquerzinho sossegado e de graça.

A troco de que aparecem dois anúncios me propondo transformar um apêndice que já me deu tantas alegrias em um pênis enorme, encabeçando a página? De mais a mais, a essa altura do campeonato, se eu “ganhar” mais dez centímetros, além da coisa ficar mais problemática ainda para subir e, se subir, eu vou ter uma crise de anemia...


Nicolas Maduro arrasa em stand up comedy

“Buscaremos escola por escola, criança por criança, liceu por liceu, comunidade por comunidade e multiplicaremos a arte, assim como Cristo multiplicou os pênis.”

“Quero dizer aqui, atenção comerciantes deste país, pequenos e médios, esses comerciantes que vocês conhecem são tão vítimas do capital, dos capitalistas que especulam e roubam como nós.”

O que Mantega faz, além de falar besteiras?

Mesmo tendo cursado dois anos de uma faculdade Economia, eu não entendo xongas do busílis. Já falei isso aqui. Só peço não fazerem comparações com Lula, que cursou quatro anos de Primário e saiu sem saber ler ou escrever. Aí é sacanagem!

Apesar disso, não há como deixar de falar em Guido Mantega, que tenho a vaga impressão saber menos ainda sobre o assunto que eu, além de ser uma figura meramente decorativa. É pena, porque ele me parece um sujeito decente, talvez o único desse governo. O cara que já é tão ruim não fazendo nada, ao abrir a boca consegue fazer pior, como anteontem, quando, ao dar uma declaração desastrosa sobre o aumento dos combustíveis fez as ações da Petrobras despencarem 6%. Mantega é um perigo em ambos os casos, mudo ou falante.

Outra coisa: não sei até que ponto ele interfere nesse sobe-e-desce doido dos juros, mas a verdade é que esses tabelamentos são a única coisa que o governo sabe fazer, que se assemelhe vagamente a Economia. Mas, na minha ignorância sobre o assunto, eu pergunto: desde quando isso resolve alguma coisa se, pelo contrário, essa incerteza de não se saber a quantas andarão os juros amanhã só faz espantar os investidores?

Sorte é que o governo e os políticos dormem e, enquanto dormem, o país pode produzir. Eu ouço essa máxima há 50 anos, mas o problema é que agora parece que todos andam padecendo de insônia...

Tudo agora é permitido se houver uma ideologia

O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo, resolveu, em um apelo patético, que os “culpados” pela prisão do Dirceu, tadinho, são os reacionários, a mídia e, é claro, o saco de pancadas da hora, Joaquim Barbosa. Os crimes que ele cometeu não são nem detalhes e têm que ser solenemente ignorados.

Reacionários do Brasil: deixem Dirceu em paz.
Pelo menos na cadeia, poupem-no de seu reacionarismo estridente, obtuso e maldoso.
Qualquer coisa que ele faça vira contra ele.
A mídia publica, por exemplo, que ele teria pedido apoio a Lula. Uma declaração contra a brutalidade a que está sendo submetido por Joaquim Barbosa.
Isso vira “pressão”. Isso vira “tentativa de subverter a justiça”.
Até eu, que estive com Dirceu apenas uma vez, entendo que Lula deveria se manifestar com clareza a favor dele.
De amigos a gente espera o quê?
Lembro a mais linda frase sobre a amizade, escrita por Montaigne quando morreu seu amigo La Boétie. “Estava tão acostumado a sentir que éramos um só que agora me sinto meio.”
O que há de errado em Dirceu querer de Lula apoio numa hora duríssima como a que ele vive? É uma reação absolutamente humana.
Considere. Não é uma prisão normal. Nos últimos tempos, juristas insuspeitos de simpatia petista manifestaram repulsa ao julgamento do Mensalão.
Ives Gandra disse que Dirceu foi condenado sem provas, depois de estudar o processo. Bandeira de Mello, depois de acusar JB de ser um homem mau, sugeriu seu impeachment. Um celebrado constitucionalista português, Canotilho, citadíssimo pelos juízes do STF, disse ter visto falhas extraordinárias no julgamento, a começar pelo papel de Joaquim Barbosa.
Dirceu tem 67 anos. Está na última etapa da vida útil. E uma decisão contra a qual se erguem tantas vozes o põe na cadeia.
Imagine você nessa situação. Não iria reclamar um apoio de Lula, se este fosse seu amigo e conhecesse a história que levou você à cadeia?
Repito: não é uma cadeia normal.
(...)
Mas Dirceu está preso, e não pode sequer invocar o apoio de Lula que é crucificado pelos reacionários. Também não pode cuidar da cela que é acusado, como se viu numa matéria do Estadão, de ter mania de mandar e ser obcecado com limpeza.
Essa é a mídia brasileira.
Aquela é a justiça brasileira, na versão 2013 protagonizada por Joaquim Barbosa.

“Com o tempo e o uso, todas as palavras se degradam. Por exemplo: - liberdade. Outrora nobilíssima, passou por todas as objeções. Os regimes mais canalhas nascem e prosperam em nome da liberdade.” Nelson Rodrigues

“Na velha Rússia, dizia um possesso dostoievskiano: - ‘Se Deus não existe tudo é permitido’. Hoje, a coisa não se coloca em termos sobrenaturais. Não mais. Tudo agora é permitido se houver uma ideologia.” Nelson Rodrigues

Seu Paulo, vai dar o centro que é para não gastar as beiradas!

Fotopotoca do Toma


Arena ou Estádio?

Milton Valdameri, nosso consultor jurídico, mandou um comentário por eu ter me manifestado contra o uso do termo “arena” em vez de “estádio”.

Meu amigo Ricardo, fiquei surpreso ao perceber que você não sabe a diferença entre Arena e Estádio, então vou lhe explicar de forma acadêmica:

Segundo a Wikipedia:
Arena:
Uma arena é uma área fechada, quase sempre de forma circular ou oval, desenhada para apresentações musicais, teatrais ou eventos esportivos. É composta de um grande espaço aberto ao centro, rodeado por corredores e acentos para os espectadores. A característica chave de uma arena é que o lugar onde se realiza o evento, fica no ponto mais baixo, permitindo uma grande visibilidade. Teoricamente uma arena é projetada para acomodar um grande número de espectadores.
Estádio:
Estádio é uma construção que permite a prática de esportes que requerem grandes espaços, como futebol, beisebol ou atletismo. Em um estádio também são realizados grandes eventos, como espetáculos de música e cerimônias de abertura ou encerramento de eventos esportivos como as Olimpíadas, uma vez que seu tamanho permite a concentração de um grande público.

As principais diferenças são:
Arena é uma área fechada, estádio também.
Estádio é uma construção que permite a prática de esportes, arena também.
Arena realiza o evento no ponto mais baixo, estádio também.
Estádio permite a concentração de um grande público, arena também.
Arena permite outros eventos além dos esportivos, estádio também.

Respondendo à óbvia gozação do Milton e aproveitando para dar as devidas explicações aos "inventores" de bobagens:

O problema é que você procurou a definição dos dois no lugar errado. A Wikipedia não é e nem se propõe a ser um lugar confiável.

Arena vem do latim e significa, literalmente, areia. Mais especificamente, era parte central dos anfiteatros romanos, coberta de areia, onde se realizavam combates entre gladiadores e feras; por extensão passou a ser usado para definir o espaço circular, fechado, para touradas e outros espetáculos, a área central do circo onde se dão as exibições (picadeiro), estrado onde lutam os boxeadores e local de debate, de desafio, de luta.

Estádio vem do grego gr. stádion, é uma antiga medida de distância grega, equivalente a 125 pés geométricos, ou seja, 206,25 metros e também designa a corrida na extensão de um estádio, local onde se praticava essa corrida. Sua atual definição é um “campo para jogos e provas esportivas, circundado por arquibancadas ou outras instalações destinadas ao público”.

Portanto, além de arena não ser a definição adequada para um estádio de futebol, se a intenção de adotá-la como tal é alguma jogada de marketing para “internacionalizar” e facilitar sua identificação no mundo inteiro também é furada, porque estádio ou stadium é muito mais difundido e identificado como um local próprio para os esportes.

De mais a mais, para que mudar? Já pensou se algum engraçadinho purista como o Aldo Rebelo resolve que futebol - termo importado - vai ter que passar a ser chamado de balípodo ou ludopédio?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A imprensa poderia nos poupar de ficar repetindo as imbecilidades vindas dos órgãos públicos

Leiam e meditem:

“Defesa Civil: erro é possível causa de acidente na Arena”. Título de uma matéria em um dos sites da Globo

Um guindaste caiu, destruiu parte do novo estádio - arena é o cacete! - do Corinthians ainda em construção e matou três pessoas, e aí o senhor Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil de São Paulo, disse que ainda é cedo para conclusões, mas acredita que a tragédia pode ter sido provocada por um erro de procedimento.

Apesar de ser quase irresistível associar tão bombástica revelação ao sobrenome do seu Jair, não vou fazê-lo, mas eu gostaria de esclarecer que, pelo menos em tese, não há a mínima chance de um acidente desse tipo, com vítimas fatais, ser provocado por algum acerto, no sentido puro da palavra - fazer ficar certo -, não dos “acertos” do tipo dos que Sergio Naya fez e que causaram o desabamento de um prédio.

Parêntesis: Naya foi absolvido por cinco votos a zero do processo criminal que o acusava de causar o desabamento.

Essa gente nos faz de idiotas e a imprensa ainda confirma...

Overdose de estrume no Ibope do Estado do Rio de Janeiro. O povo é burro demais, não tem jeito!

Crivella em primeiro, Garotinho em segundo, Lindberg em terceiro, Jandira Feghali em quarto e Cesar Maia em quinto, na pesquisa do Ibope para governador do estado, não dá margem a discussão:

Merda atrai merda na razão direta das suas enormes massas localizadas nas cavidades cranianas e, na razão inversa do quadrado da distância entre o centro médio das merdas e uma inteligência mediana - que tende ao infinito.

M = C[m1x m2]/d2

Onde M é o resultado das eleições, também chamada de "a grande merda", “m1” e “m2” são as merdas cerebrais e “d” a distância média entre seus centros e uma inteligência mediana, onde C = 6,67x10-11 m³/kg.s², é a constante universal da cara de pau dos políticos.

Um discurso-depoimento sobre a Guerrilha do Araguaia que não foi contestado por Genoíno e nem por ninguém, e nunca deveria ser esquecido

“Genoíno, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje.” Coronel Lício Augusto Maciel

O discurso do Coronel Lício Augusto Maciel na Câmara dos Deputados, em sessão solene em homenagem aos combatentes mortos no Araguaia, realizada no dia 26 de junho de 2005, deve ser lido e relido, na íntegra (aqui), porque até mesmo só como narrativa ele vale a pena.

Reproduzo aqui a parte em que o coronel conta como foi a prisão do valente Genoíno.

“(...)Demos uma meia parada e passamos a destruir o equipamento abandonado por eles. Foi então que pressentimos a vinda de alguém pela trilha. Nós estávamos no meio da mata e esse elemento vinha pela trilha. Agachamo-nos e observamos um elemento forte, com chapéu de couro, mochila nas costas e facão na cintura. Então, quando chegou bem próximo, dei a ordem: ‘Prendam esse cara!’

Não sei, não posso me lembrar, se foi o Cid ou se foi o Cabo Marra que pegou o Genoíno, pois esse elemento, que dizia chamar-se Geraldo, posteriormente foi identificado como Genoíno - que naturalmente está me olhando agora. E eu tiro os óculos justamente para ele me reconhecer, porque da minha cara ninguém esquece, principalmente com aquela cara que eu estava na mata, depois de vários dias passando fome e sede, sujo, cheio de barba... Mas é a mesma cara... É o mesmo olhar de quando o encarei e disse:

‘Seu mentiroso! Confesse! Você não tem mais alternativa’.

Por que eu descobri que o Genoíno era guerrilheiro?

Ele se dizia Geraldo e se dizia morador da área (claro, elemento na área, suspeito, eu mandei deter). Mesmo algemado e com tudo nas costas, uma mochila pesada e grande, ele fugiu. O Cabo Marra deu três tiros de advertência, e ele parou. Mas não parou por causa da advertência, parou porque se emaranhou no cipoal e o pessoal conseguiu pegá-lo.

Eu perguntei: ‘Por que você está fugindo? Nós apenas estamos querendo conversar com você. Para você não fugir, vamos ter de algemá-lo’.

‘Eu sou morador’ - disse ele.

Deixei o pessoal especializado em inquirição conversar com o Genoíno - até então Geraldo. O Cid conversou bastante tempo com o Genoíno e, afinal, veio a mim e disse: ‘Comandante, não tem nada, não’.

‘Está bem’ - respondi. Como eu já estava há muito tempo no mato e já tinha decidido levar esse Geraldo para Xambioá, peguei a mochila dele.

Quero também ressaltar que havia um elemento na minha equipe - já falecido - especialista em falar com o pessoal da área; um elemento excepcionalmente bondoso, ao qual presto minhas homenagens. O João Pedro, apelidado por nós de Jota Peter, ou Javali Solitário - onde estiver estará me escutando. João Pedro era quem falava com o matuto, com o pessoal da área. Eu, na minha linguagem urbana, não era entendido nem entendia o que eles falavam. Pois bem, o Javali veio a mim e disse: ‘Ele não tem nada. É morador da área’.

Como homem de selva que era, peguei a mochila do Geraldo e comecei a abri-la. Tirei pulôver, rede e um bocado de ‘bagulho’ da mochila do Geraldo, até encontrar um tubo de remédio no fundo da mochila. Ao pegar aquele tubo e olhar para o Genoíno, vi que ele estava lívido, pálido. Lembro-me que ainda lhe disse: ‘Companheiro, fique tranquilo porque nós não vamos fazer nada com você; você é morador da área’. E abri o tubo...

Lá encontrei material típico de sobrevivência - linha de pesca fina, anzóis. Como eu havia feito um curso e só sabia teoricamente sobre o assunto, interessei-me por aquele exemplo prático, em um local de difícil acesso na selva amazônica. À medida que eu ia puxando aquelas linhas, o Genoíno - aliás, o Geraldo - ia ficando mais desesperado. E quando eu esvaziei o tubo, olhei para ele... estava branco como cera.

Quando eu olhei para ele [Genoíno]e disse: ‘Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem’, ele disse: ‘Eu falo’.

Foi quando, lá no fundo do tubo, vi um papel pautado, dessas cadernetas em que todo dono de bodega na área anotava as suas vendas. Cortei uma talisca do meu lado, puxei o papel e lá estava a mensagem do Comandante do Grupamento B, da Gameleira, o Osvaldão, para o Comandante do Grupamento C, Antônio da Dina. Estava lá a mensagem que o Genoíno transportava para o Antônio da Dina. Era uma mensagem tão curta que ele, como bom escoteiro que era, poderia ter decorado, pois até hoje, mais de 30 anos passados, eu me lembro do que ela dizia. Era uma dúzia de palavras em linguajar militar, de próprio punho do Osvaldão, o Comandante do Grupamento B da Gameleira, o grupamento mais perigoso da guerrilha, como constatamos no desenrolar das lutas.

Aliás, esse foi o grupo que matou o primeiro militar na área. Antes de qualquer pessoa morrer, o grupo do Osvaldão matou o Cabo Rosa, Odílio Cruz Rosa. Depois do Cabo Rosa eles mataram mais 2 sargentos e fizeram muito mal aos militares, que nada sabiam até então. Só quem sabia era o pessoal de informações.

Bem, prosseguindo. O Genoino foi mandado para Xambioá. A essa altura ele deixou de ser suspeito e disse tudo sobre a área. Quando eu olhei para ele e disse: ‘Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem’, ele disse: ‘Eu falo’.

Genoíno, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje.

Um elemento da minha equipe, fumador inveterado, abriu um pacote de cigarros, aproveitou aquele papel branco do verso, pegou um toco de lápis, não sei de onde, e o João Pedro começou a anotar o que o Genoino falava. Fui até um córrego próximo beber um pouco d’água. Voltei e o papel estava cheio, com toda a composição da Guerrilha - nomes, locais, Grupamento C, ao sul; Grupamento B, da Gameleira, perto de Santa Isabel; e Grupamento A, perto de Marabá. Eram esse os 3 grupos efetivos, em que se presumiam 30 homens por grupamento, além de um comitê militar, comandado por Maurício Grabois.

Peguei aquele papel e ainda comentei com ele: ‘Pô, meu amigo, tu és um cara importante desse negócio aí, hein?’ E mandei o Genoíno para Xambioá, onde foi recolhido ao xadrez e, posteriormente, enviado a Brasília. Três ou quatro dias depois, não me lembro, veio a confirmação da identificação: o guerrilheiro Geraldo era o José Genoino Neto.

Triste notícia veio depois. O grupo do Genoíno prendeu um filho do Antônio Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, a quilômetros de São Geraldo. O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho, que tinha a mesma idade. Eu dissera ao João: ‘Não quero levar o seu filho’. Eu sabia das implicações, ou já desconfiava. Mas o pobre coitado do rapaz nos seguiu durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os três nos aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros do José Genoíno pegaram o rapaz e o esquartejaram.

Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!

Toda a Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do pobre coitado do Antônio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz! Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio Pereira; cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos e, no final, deram a facada que matou João Pereira. Pois bem, eles fizeram isso apenas porque o rapaz nos acompanhou durante 6 horas. Para servir de exemplo aos outros moradores, de forma que não tivessem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas.

Foi o crime mais hediondo de que já soube. Nem na Guerra da Coréia ou na do Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente PM Alberto Mendes Júnior. Esse Tenente PM se oferecera voluntariamente para substituir dois subordinados que estavam feridos, capturados pela guerrilha do Lamarca. Lamarca pegou o rapaz, castrou-o, obrigou-o a engolir os órgãos genitais e trucidou-o.

Pois o crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. E eles sabem disso. Peçam desculpas ao Antônio Pereira, se ele estiver vivo! Tenham a coragem de reconhecer, pois toda a Xambioá sabe disso! (...)”

Um texto nojento de um bajulador do poder chamado Luiz Carlos Barreto que, entre outras, coisas acusa Joaquim Barbosa de tentativa de assassinato

Com 85 anos nas fuças e muito dinheiro no bolso, ganho com o puxassaquismo a Assis Chateaubriand, com a bajulação aos militares na ditadura e agora com o PT, Luiz Carlos Barreto deveria, pelo menos, se dar ao respeito ficando calado e evitando que a sua imagem, já tão podre, se deteriorasse ainda mais. Mas o produtor, entre outras coisas, da tragédia cinematográfica “Lula, o filho do Brasil”, como todo calhorda que se preza, ainda não está satisfeito com o que tem e também não está nem aí para fazer papéis ridículos, desde que seja bem remunerado para tal.

Graças ao comunista de carteirinha Ancelmo Gois, calunista - é “calunista” mesmo! - de O Globo, que publicou a ignomínia de Barretão contra Barbosa que reproduzo abaixo, muita gente que só abre o jornal para ler fofoca - Ancelmo além de calunista é fofoqueiro - agora vai poder ter uma ideia de quem é Luiz Carlos Barreto.

Bilhete aberto ao cidadão Joaquim Barbosa
“Se a sua intenção de bem servir à causa da Justiça é um propósito sincero e verdadeiro, vá correndo assistir ao filme ‘Sobral’, documentário de longa-metragem de autoria da jovem diretora Paula Fiuza, neta de Sobral Pinto - em exibição nos cinemas da cadeia Arteplex Itaú.
Um emocionante filme sobre o não menos emocionante personagem Heráclito Fontoura Sobral Pinto, advogado que marcou a vida sociopolítica-cultural deste país ao longo de várias décadas, deixando um legado de corajosas atitudes na sua luta permanente e obstinada pelo ‘direito de ter direito’ (Hannah Arendt).
O filme em questão abre com duas frases emblemáticas desse homem, que faz imensa falta ao Brasil de hoje: ‘Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido’, citando o artigo 1º da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, e ‘Odiar o pecado, mas amar o pecador’.
Essas frases definem o jurista democrata e o homem de fé cristã.
Não quero e nem vou me estender mais em outras considerações sobre erros e atropelos por você cometidos, cidadão Joaquim, nesse episódio da decretação da prisão dos condenados pela ação penal 470.
O erro maior e degradante cometido foi aquele que quase causou e ainda pode causar a morte de outro cidadão brasileiro - José Genoino.
Vá correndo, portanto, cidadão Joaquim Barbosa, assistir ao filme para banhar-se nas águas da sabedoria cívica, na convicção democrática e na indignação desse homem cristão e justo contra as injustiças.
Por fim, quero lhe dizer que odeio seus pecados, mas não posso deixar de amá-lo como pecador.”
Luiz Carlos Barreto, 85 anos, é produtor de cinema.

Bom, para começar, Barretão ofende a memória de Sobral Pinto ao considerar que o ilustre causídico e jurista iria “tomar partido” no caso dos mensaleiros porque, ao contrário do cineasta, Sobral era honesto com seu trabalho. O verdadeiro Direito exige, ao contrário de outras carreiras, isenção, sobretudo política, e foi graças a tê-la acima de tudo - e não a atuações especialmente brilhantes - que Sobral é uma unanimidade quando se fala em Justiça.

Foi bom que ele não se estendesse “em outras considerações sobre erros e atropelos” de Barbosa: evitou que eu me obrigasse a uma overdose de Plasil na veia, mas, infelizmente, ao chegar na parte em que ele acusa o presidente do STF da tentativa de assassinato de Genoíno, vomitei. Até porque, como só a torcida do Flamengo sabia, a tal doença grave do mensaleiro era pura cascata, como ficou provado ontem com a divulgação do resultado dos exames a que foi submetido.

Aliás, que o crápula não se esqueça que quem nomeou Barbosa foi Lula, e o fez por apenas dois motivos: porque ele é negro e porque ele é (era?) petista. Lamentavelmente para ele e para o apedeuta, que jamais poderiam imaginar que um petista fosse honesto, o tiro saiu pela culatra e, talvez até inspirado por Sobral, o ministro teve a postura digna que se exige do ocupante do mais alto cargo da Justiça no Brasil, pautada principalmente pela isenção, cuja definição (atual) de Barreto deve incluir o termo “petista”, como condição principal.

Degradado de carteirinha. É o que me vem à cabeça para definir Barreto.

Igreja Católica atual faz de tudo para esculhambar as missas

Domingo passado foi o batizado da Duda, minha neta número dois (cronologicamente falando). E eu fui - é claro - à igreja, muito embora não me agrade a ideia de submeter uma criança a qualquer tipo de obrigação religiosa. Fui exclusivamente por amor e consideração ao meu filho - que também não tem religião -, à minha nora e à minha neta - que, obviamente, também não tem.

O que presenciei na igreja foi algo inacreditável, que mais se assemelhava a uma feira livre, nada tendo a ver com uma cerimônia religiosa, a começar por um “mestre de cerimônias” - talvez um desses leigos que hoje ajudam nas missas - que, munido de um microfone em volume máximo, ainda por cima gritava os nomes dos 17 batizandos cujos pais, padrinhos e parentes respondiam também aos berros, em uma espécie de chamada prévia. Parecia anúncio de promoção de loja de quinquilharias na Rua da Alfândega.

Sentamos separados dos pais da Duda. A berraria imediatamente me deixou atordoado e saí para fumar após uns dez minutos, sem que a tal chamada tivesse terminado. Além disso, era gente que não acabava mais, e eu até me senti um pouco responsável pelo fato de ter contribuído com quatro filhos e respectivos maridos, esposas, filhos dos filhos, netos a caminho, mulher, ex-mulher, marido de ex-mulher e eu mesmo: 15 pessoas, só de minha parte, sendo que apenas três faltaram por estarem viajando, fora os parentes da minha nora, padrinho e madrinha da Duda e respectivos parentes diretos. Uma legítima multidão.

Fumei, voltei, e enfim o padre tinha começado a falar - tão alto quanto o “mestre de cerimônias” -, explicando longamente que a celebração não era budista, xintoísta, protestante ou espírita, mas sim católica. Depois de ficar ciente dessa importante revelação, sem esperar por mais outras tão espantosas quanto, eu resolvi ir a um supermercado por perto, que tinha visto no caminho, para comprar umas flores para a neta e uma caixa de paçocas para o neto. Peguei os “presentes” e, com calma e resignação, enfrentei a fila única descomunal do caixa sem me prevalecer das minhas prerrogativas de idoso. Paguei e voltei à igreja.

Nessa hora o padre estava naquela parte do senta-levanta-ajoelha, mesmo com a balbúrdia comendo solta, sem que os batizados propriamente ditos tivessem começado. Sem ter um pingo de paciência para assistir, não uma missa em si, mas uma zorra e desrespeito totais, deixei as pequenas sacolas do supermercado com minha filha e minha mulher, decidi tomar um pouco de “água benta” e rumei em direção a um pé-limpo em frente que eu já tinha previamente selecionado quando saí para fumar.

A essas alturas, uma da tarde - a cerimônia sem-cerimônia começara ao meio-dia -, goela seca, a cervejinha caiu como um néctar dos deuses do Olimpo e também me ajudou a acalmar. Bebi a o conteúdo da latinha de Antarctica rápido, mas com todo o respeito que a primeira do dia merece.

Voltei à igreja pela terceira vez e, desta, um pouco mais tranquilo. Mas, quis a alaúza instaurada com o firme propósito de tornar a coisa insuportável, que ainda estivesse começando a chamada para que, de uma a uma, as crianças recebessem o sacramento. E foi logo na primeira que eu vi que a coisa toda estava irremediavelmente perdida, quando, no final de uma interminável ladainha que o padre fazia com pais, padrinhos e agregados, obrigados a repetir suas palavras que me entraram por uma orelha e saíram pela outra, ele elevou a voz mais ainda e disse: “Repitam comigo de novo: ‘creio’!, sem comer chicletes! Não pode comer chicletes aqui!”.

Quiuspariu!, aquilo foi a gota d’água para o meu já tão judiado saquinho. E rumei, em definitivo, para o boteco, e de lá só voltei quando, do outro lado da rua, vi rostos familiares saindo do átrio. Enfim, duas horas depois de iniciada a azáfama, era hora de ir embora. Do bar e da igreja.

Fui e irei sempre a cerimônias religiosas desse tipo por consideração, desde que seus protagonistas me sejam caros e estejam presentes em carne e osso vivos, o que exclui velórios, enterros e missas de defuntos, sobre quais me dou o direito de decidir, de acordo com meu humor na hora, mas me dou o direito também, caso eu estiver presente a qualquer uma delas, de assistir ou não aos ritos, de acordo com o que eu considere respeitoso a quem é seu motivo e a mim.

Considero o que assisti domingo uma afronta a todos que lá estiveram com educação suficiente para saber respeitar qualquer manifestação religiosa, independentemente dos seus próprios credos ou “descredos”, aos católicos de uma maneira geral e, principalmente, às crianças que estavam lá para receber seu primeiro sacramento sem nem saber por quê. Única e exclusivamente por isso tudo preferi o supermercado e o boteco à verdadeira desfeita que um padreco e sua trupe cometeram, sobretudo com a minha neta.

Talvez a maioria das pessoas conteste meu direito de opinar sobre suas religiões por eu ser ateu. Talvez todos os crentes extremados de todas as crenças me considerem um pecador por isso. Tô nem aí, até porque, sem ser um estudioso, já li a respeito de quase todas muito mais que a maioria dos seus adeptos. Mas que nem todos se aflijam porque que minha pinimba hoje é com o catolicismo, mais especificamente, com o processo de esculhambação paulatina de um dos ritos mais bonitos de todas as religiões, que é a missa católica. Mais precisamente, era.

Fiz primeira comunhão - ainda quando o Mar Morto estava apenas doente - sendo obrigado a assistir missa todo domingo. Nas aulas semanais de catecismo fui cobrado da assinatura do pároco da Igreja Nossa Senhora da Paz, Frei Leovigildo, em uma cartelinha especialmente feita para isso, durante um ano. Lembro até que o cara escrevia com uma caneta tinteiro com tinta verde-cheguei e tinha uma caligrafia que era uma verdadeira obra de arte rococó, que, aliás, condizia com sua personalidade vaidosa.

Leovigildo rezava as missas em latim, que acompanhávamos pelo missal, dava os sermões em uma língua que vagamente se assemelhava ao português inteligível por meninos e meninas com sete anos de vida, mas, apesar dos pesares, aquela postura, o silêncio total que nos era exigido, as intervenções oportunas de um órgão e de um coral e a fala mansa e firme do padre - mesmo sem entendermos um décimo, tudo isso junto, criava um clima que remetia a algo mais que apenas uma extrema paz, coisa que eu só fui entender dez ou doze anos depois, quando resolvi empreender uma busca frenética por um deus, qualquer que fosse, comprando e lendo toda e qualquer literatura sobre o assunto, inclusive os ditos “livros sagrados” de quase todas as religiões.

Sim, a leitura me ajudou a compreender e respeitar muitas coisas, mas foi a memória que eu tinha das missas que assisti durante 1959, associada a uma certa maturidade intelectual dentro do que era possível a um rapaz de 18 anos, que me fez perceber a - digamos - elevação espiritual pretendida pelo catolicismo. Não importa se essas cerimônias foram engendradas e desenvolvidas por hábeis marqueteiros da Idade Média com o auxílio imprescindível dos arquitetos de então, que criavam ambientes que, sem dúvida, enlevam até hoje.

Um dos momentos mais bonitos que vivi e uma das emoções mais fortes que senti, foi dentro de uma igreja, em 1973, já ateu e então convicto. Um dia antes do fato eu a visitei com o grupo ao qual eu pertencia, em turismo pela Europa. É claro que eu, como estudante de arquitetura e admirador das artes, me encantei com a visita à Catedral de Notre Dame de Paris, mas, ao sair de lá, senti que ainda faltava alguma coisa para ver, sem saber exatamente o que era. Como eu estava hospedado em um hotel a três quarteirões da igreja, decidi que, no dia seguinte, acordaria bem cedo e iria, sozinho, fazer uma nova visita.

E assim fiz. Arrisquei, mesmo sabendo que a Catedral passava por pequenos reparos de restauro que determinavam seu fechamento em certos horários. E dei sorte, muita sorte. Primeiro que na porta principal, embora não estivesse aberta, havia uma meia folha apenas encostada, que não tive dúvidas em me esgueirar para atravessá-la. Segundo porque o encarregado de tomar conta da entrada era um francês muito simpático, talvez o único exemplar dessa raça em Paris, que, ante minhas argumentações em um legítimo dialeto marselhês adquirido em São João do Meriti, concedeu permissão para que eu entrasse. Terceiro porque a igreja estava completamente vazia de fieis e a presença dos poucos restauradores nem era percebida em meio à imensidão da nave. Quarto porque quase imediatamente após sentar e dirigir meu olhar para cima, para a beleza dos vitrais em uma manhã de sol, algumas notas soltas vindas de um órgão enriqueceram mais ainda o ambiente já tão rico apenas e tão somente pela beleza da luz através dos coloridos translúcidos. Quinto porque ao som do órgão, juntaram-se vozes que igualmente, em notas soltas variando entre três oitavas, completavam um maravilhoso e afinado caos sonoro. E sexto porque, alguns minutos depois, fui o único estranho no ninho brindado com a harmonia do que presumo ter sido um ensaio dos talvez mais gabaritados coral e órgão da França, interpretando as missas de Bach, Mozart e outros autores que minha limitada cultura musical não permitiu identificar.

Isso tudo combinado me levou involuntariamente a esconder as noções básicas da razão em algum lugar do cérebro. Passei a não sentir mais os efeitos do frio polar que fazia e os únicos arrepios que eu sentia eram o resultado de uma espécie de êxtase que ultrapassava em muito qualquer tipo de prazer vivido por mim até então. Nem mesmo o melhor sexo com a melhor mulher tinha sido tão completo e complexo quanto o que eu sentia naquele momento.

Havia perdido a noção de tempo, tanto que, não sei o quanto depois o tal gentil francês veio a mim e avisou da hora e que Notre Dame seria fechada para que todos os que ali trabalhavam almoçassem, inclusive o próprio. Agradeci e saí.

Só lamento não poder descrever o que senti em detalhes e, mesmo logo depois da experiência, eu já não conseguiria fazê-lo, porque as emoções puras são indescritíveis, por pessoais demais a ponto de não serem entendidas até por quem as vive.

Com absoluta certeza, apesar da falta de uma explicação convincente, afirmo não ter sentido nada que se assemelhasse a uma aproximação ou presença de um deus, mas tenho a certeza que muitos sentiriam ambas as coisas, se submetidos à mesma situação, mesmo que aquilo tudo não tivesse passado de uma mera informalidade, totalmente descompromissada com o rigor de uma missa. Quem sabe os deuses não me quisessem à época, já que eu era um feroz contestador de suas existências? Quem sabe eu, hoje, mais complacente, se passasse pela mesma experiência, fosse procurado por alguma divindade? Sabe-se lá?

Voltando ao batismo da neta, o que se verifica hoje na igreja católica é a sua completa dissociação do caráter religioso, transformada que foi em uma instituição dirigida e preocupada apenas com os aspectos sociais quando, por princípios, teria que tratar de fundamentos espirituais, até não exclusivamente, mas, pelo menos que fossem como seus alicerces.

Finalizando, acabei de ler, por alto, que o Papa Chico apresentou ontem a sua segunda encíclica, na verdade a primeira exclusivamente  sua, cheia de apelos demagógicos que pedem aos clérigos que se afastem da doutrina e se preocupem mais com o povo.

Mais tarde comento, mas, a princípio, é justamente contra esse tipo de coisa que eu me bato. Espiritualidade não combina com demagogia em nenhuma religião.