quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Golpe sujo isenta “pastores” de impostos sobre comissões e livra Malafaia e Soares de pagarem milhões à Receita

Vocês sabem o que é um “jabuti” lá no Congresso? Não, eu não estou me referindo ao quelônio da família dos testudinídeos. “Jabuti”, para Suas Excelências, é um artigo inserido em um projeto de lei que não têm nada em comum com seu tema.

A quadrilha episcopal reunida em Brasília tramando o golpe
O “jabuti” dos evangélicos já tem uns meses e foi tão bem escondido que pouca gente se deu conta. Na Medida Provisória 668, aprovada no Congresso em junho e sancionada por Dilma, que versava originalmente sobre o aumento de impostos sobre produtos importados, foram inseridos nada menos que 20 “jabutis”, sendo que um deles - pasmem - ampliou a isenção tributária de igrejas às “comissões” pagas a pastores por arrebanhar fieis ou recolher mais dízimos. O golpe - sim, foi golpe - foi costurado na surdina por Cunha, Malafaia, Soares, Rodovalho, o pastor Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus no Brás – Ministério Madureira e outros com a anuência de ninguém menos que Michel Temer, em um encontro de todos em Brasília, sendo que os dois principais beneficiários do “jabuti” foram o pastor Silas Malafaia e o missionário R. R. Soares.

O golpe sujo simplesmente jogou terra em cima da investigação que a Receita Federal vinha realizando há dois anos em 178 instituições religiosas por supostas sonegações de impostos dos valores repassados a pastores.

No Brasil, as igrejas têm isenção tributária de sua arrecadação, porém os pastores devem declarar Imposto de Renda de seus ganhos, e contribuir com o INSS. Como alguns pastores chegavam a receber até R$ 100 mil a título de ajuda de custo, esses valores ficariam de fora das declarações do IR e da percentagem equivalente ao INSS. No entanto, a Receita desconfiou que isso fosse uma manobra para mascarar ganhos reais, e durante as investigações, Silas Malafaia, presidente da Associação Vitória em Cristo, foi autuado em R$ 1,5 milhão, e o missionário R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, em R$ 220 milhões, além do bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, e o reverendo Mário de Oliveira (ex-deputado federal), presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), que também estiveram sob a mira da Receita Federal.

Cunha, que era da Igreja Sara Nossa Terra e hoje pertence à Assembleia de Deus, afirmou que o artigo não cria uma regra nova. “Apenas esclarece a regra antiga, porque do jeito que estava, dava desculpa para lavrar auto de infração contra as igrejas.”

3 comentários:

  1. (argento) ... sacumé, né?, Arnaldo, "quem tem Impõe, quem não tem ...", é a regra ...

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  2. A César o que é de César, a Deus o que é de Deus. Não seria razoável que as igrejas contribuíssem com dez por cento (dízimo) daquilo que arrecada para a previdência social. Ou só é razoável pegar dez por cento da aposentadoria dos outros para contribuir com a igreja?

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  3. (argento) ... talvez, o mais forte opositor à C"p"MF sejam as igrejas ditas evangélicas ...

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