Rola pela internet uma carta-aberta a Lula, publicada pela
Folha no final de semana e assinada pelo advogado Antonio Tito Costa, de 92
anos, que foi prefeito de São Bernardo do Campo (1977-1983) pelo MDB/PMDB,
quando teve atuação destacada nas greves de metalúrgicos no ABC paulista,
durante os movimentos de oposição à ditadura militar. Eis alguma frases
pinçadas da tal carta:
“Não falo das reuniões, madrugadas
adentro, em meu apartamento em São Bernardo, com figuras expressivas do mundo
político e também de outras esferas, como dom Cláudio Hummes.
“Prefiro não falar dos dias em que o
acolhi em minha chácara na pequena cidade de Torrinha, no interior de São
Paulo, acobertando-o de perseguições do poder militar da época: você, Marisa,
os filhos pequenos.
“Nem quero me lembrar das
assembleias do sindicato, depois da intervenção no estádio de Vila Euclides,
cedido pela Prefeitura de São Bernardo, fornecendo os aparatos possíveis de
segurança.
“Por isso, meu caro Lula, segundo
penso, você perdeu a oportunidade histórica de se tornar o verdadeiro líder de
um país que ainda busca um caminho de prosperidade, igualdade e solidariedade
para todos.
Agora virou moda as madalenas se arrependerem, incluindo o próprio
Bicudo, sobre quem já falei aqui algumas vezes. Um bocado tarde pro meu gosto. Essas
madalenas, é preciso que se diga, têm grande parcela de culpa sobre a situação
atual pelos seus erros grosseiros de avaliação, principalmente em relação ao
crápula que transformou o Estado em covil de bandidos da sua laia. Não só Lula,
mas é igualmente inaceitável que criaturas supostamente cultas, intelectuais,
não vissem também que Dirceu, Genoíno, Vicentinho - que acompanhava Lula pra
todo canto-, e outros sátrapas do gênero, não tinham a mínima condição intelectual,
cultural e moral para gerirem um País do tamanho do Brasil. Para uma Cuba, quem
sabe?...
Chico de Oliveira, Ferreira Gullar, Helio Bicudo e tantos
outros terem, um dia, concordado com Tito Costa sobre Lula ter perdido “a
oportunidade histórica de se tornar o verdadeiro líder de um país”, quando
estava mais do que nas fuças que ele jamais conseguiria ser algo mais que um
torneiro mecânico picareta, é confessar que já foram burros durante um
considerável espaço de tempo, o suficiente para que o apedeuta e sua quadrilha
conseguissem acabar com o País.
Enfim, fazer o quê? Antes tarde do que mais tarde, ou
nunca...
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