Peguei, na boa, lá do Blog do Giulio Sanmartini.
A matéria saiu na Época.
Jacques Fux, escritor e crítico literário, lança livro que
trata do assunto, um dos maiores tabus entre os homens
Crise econômica, política, profissional, conjugal, dentre
outras crises, podem refletir na sexualidade? Não só podem como interferem, especialmente
no comportamento sexual do homem, que pode ter disfunções eréteis. Hoje no
Brasil há em torno de 25 milhões de homens que têm disfunções, sejam leves,
moderadas ou graves. Sem contar que há um milhão de casos novos por ano,
segundo Antônio de Moraes Júnior, coordenador geral do Departamento de
Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Pequisa de julho deste ano, encomendada pela SBU, em
parceria com a Bayer, mostrou que 51%
dos homens nunca foram a um urologista. Indivíduos diabéticos, obesos,
sedentários, hipertensos, tabagistas, etilistas e sedentários possuem maior
chance de desenvolverem o problema. E, sim, aumentou o número de atendimento a
empresários e, veja você, bancários, porque precisam (e não estão conseguindo)
atingir metas. São cinco a seis casos novos por dia.
Para falar sobre o assunto fui atrás de um especialista no
assunto. O escritor e crítico literário Jacques Fux, que acabou de lançar
Brochadas - Confissões sexuais de um jovem escritor (Editora Rocco, 240 págs.,
R$ 29,50).
Por que ou por quem
os homens brocham?
Os homens, assim como as mulheres, brocham por inúmeras
razões, e muitas delas são misteriosas. Desde a antiguidade, grandes pensadores
vêm discutindo a questão. No Gênesis, por exemplo, há uma parte em que Deus
assume a culpa pela incapacidade de Abimeleque em ter relações com uma mulher.
Santo Agostinho, corroborando com essa mesma ideia, dizia que a brochada era
uma punição divina, em função do pecado de Adão e Eva. Já Platão e Montaigne
não entendiam o motivo de existir um órgão tão desobediente, teimoso e rebelde.
De acordo com as minhas vastas pesquisas empíricas e teóricas, diria que
brochamos por não desejar alguém, e, ironicamente, também por desejar
demasiadamente alguém.
A crise econômica deu
uma brochada geral?
Sim! Parece que a brochada é contagiante, hein?! Eu me
dedico, em uma das partes do livro, à investigação de todas as acepções do
"brochar", e porque ele seria, de fato, um termo intraduzível! Será
que nós, brasileiros, somos o único povo a vivenciar esses problemas em
diversos e distintos campos? Será?
Homem tem medo de
brochar? Por quê?
Nossa! E como! A cada dia descubro como essa questão é
complexa e também um grande tabu. Eu mesmo não admito que já brochei. Apesar da
primeira versão do Brochadas ter duas mil páginas, juro que tudo não passa de
ficção.
Bom, acho que o medo está relacionado à cultura
falocêntrica. A essa necessidade que impõe ao homem o dever de ser viril,
poderoso, potente. Em todas as áreas, não somente a sexual. E isso é
responsabilidade demais. E eu tô fugindo dela!
Só as pílulas salvam?
Talvez estejamos na época da revolução sexual masculina.
Quando a pílula anticoncepcional surgiu, as mulheres se "libertaram".
Elas finalmente puderam ter algum controle da situação. Hoje a pílula azul
funciona mais ou menos da mesma forma. Os homens, sempre com o comprimido no
bolso, estariam finalmente livres dessa "calamidade".
Historicamente, entretanto, existiram diversos elixires e
simpatias para combater a brochada. Até fizemos um "kit
antibrochante" contando várias dessas histórias. Há dois mil anos atrás,
Plínio, por exemplo, já sugeria usar pendurado no pescoço o molar de um
crocodilo. Isso, segundo ele, impediria a brochada. Será que conseguir hoje em
dia um desses molares seria mais barato, e mais eficiente, que comprar uma
dessas pílulas azuis? Vai saber!
O que fazer se a
brochada for inevitável? Sentar e chorar?
Sentar, chorar e escrever um livro! Acho que foi isso que
fiz! Espero que eu venda muitos para conseguir me tratar!
O que dizer diante de
uma brochada? Ops?
“Pegadinha do Malandro”? “Somebody love you”? Serve?
O que comer ou não
comer, beber ou não beber para não brochar?
Tem gente que não consegue se animar sem a bebida. Outros,
quando bebem, não conseguem fazer nada. O "kit antibrochante"
apresenta algumas recomendações: Hipócrates, o “pai da medicina”, dizia que
“legumes, cereais e nozes continham ar e calor necessários para ‘erguer’ a
paixão”. Também recomendava o uso de “Cantárida [feito do corpo triturado de
besouro] para evitar a brochada”. Pedânio Dioscórides, considerado o fundador
da farmacognosia através da sua obra De materia médica, fonte preciosa de
informação sobre drogas medicinais, indicava “orquídeas mergulhadas em queijo
de cabra se fores deitar com uma mulher e acaso precisares de coragem extra”.
Por que essa fixação
com o pênis sempre de prontidão?
No meu livro, falo que Cleópatra teria reclamado da “arma
inútil” de Antônio: “a vara do soldado caiu. Sua espada alada foi roubada”.
Será que isso é verdade? Ficção? Literatura? Não sei, apenas especulo. Mas acho
que o pênis de prontidão funcionaria mais ou menos como essa espada, que deveria
estar sempre pronta para guerrear. Mas, como todos sabemos, não é toda hora que
a gente tá pronto para "dar batalha".
Mulher também brocha?
Sim! O Brochadas mostra uma troca de cartas entre o
personagem-brocha e suas ex-namoradas. Ele conta os motivos de suas
"falhas" e pede que elas também revelem suas razões. A mulher, muitas
vezes mais sensível, inteligente e sábia, brocha pela perda do encanto, pela
idealização de um amor, pela insegurança. E também por nada disso! O livro
ainda diz que elas seriam as verdadeiras e únicas poetas. Só "ela",
surrupiando do Fernando Pessoa, poderia “fingir que é dor a dor que deveras
sentes”. Elas podem brochar, podem encarar a brochada do outro, e ainda podem
fingir.
Qual foi sua brochada
mais constrangedora?
Acho que quando isso acontece com uma mulher que você ama,
então o casal deve procurar as razões e os motivos. Talvez rir, ter uma
"DR", ou talvez resolver a questão na manhã seguinte! O problema é
quando isso ocorre numa daquelas noites com alguém que você nem conhecia há
duas horas atrás! Dá uma vergonha! Uma vontade de se transformar na Alice, do
País das Maravilhas, e tomar uma daquelas bebidas para encolher e fugir logo
dali. Infelizmente eu não tinha essa bebida. Foi terrível! Fui obrigado, então,
a escrever esse livro!
(argento) ... "segura na brocha que a escada caiu!" signfica segure-se no Prego, que é algo duro onde se pode firmar, para não cair junto com a escada ... nossa políticanalha é broxante ...
ResponderExcluir(argento) ... hojje acordei chueio de dúvidas - minha consorte ( ou com azar) passou dos 60; segundo a Matemática 3 X 20 = 60. A Matemática tá certa?
ResponderExcluirSe ela passou dos 60 na Marginal Pinheiros, então será multada, o Haddad reduziu o limite para 50.
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