quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

“Paulinho do Lula” e da Petebrás também era “consultor” da Friboi

Estadão

Uma planilha encontrada no computador do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa indica que ele chegou a firmar contrato para prestar serviços de consultoria para o Grupo J&F, controlador do frigorífico Friboi (JBS) e maior doador de campanhas eleitorais em 2014.

O documento consta de um dos inquéritos da Operação Lava Jato, que desbaratou em março do ano passado um esquema de corrupção envolvendo contratos da estatal petrolífera. Nas buscas da operação, os policiais federais também encontraram anotações na agenda do ex-diretor que citam como os valores supostamente recebidos do J&F seriam divididos.

Nessa indicação de partilha, há a sugestão de que parte do dinheiro seria devolvida ao grupo controlador da Friboi.

O J&F nega que tenha fechado contrato com Costa e que tenha desembolsado qualquer valor ao ex-diretor da Petrobrás. A planilha do computador e as anotações, porém, foram considerados suspeitos pela Polícia Federal, que passou a investigar se o grupo empresarial teve participação ou se beneficiou do esquema que abasteceu o caixa 2 de políticos e partidos no últimos dez anos no País.

Até agora, sabia-se que o J&F havia sido procurado por Costa, no fim de 2012, para que o grupo comprasse uma prestadora de serviços da Petrobras, a Astromarítima, que aluga embarcações para exploração de petróleo no mar. Em abril de 2014, quando a informação veio à tona, o J&F disse que o negócio não prosperou.

Costa atuava como consultor da Astromarítima, num pré-contrato de 13 de novembro de 2012 com comissão de 5% em caso de o negócio ser fechado, o chamado “success fee”.

A planilha encontrada no computador de Costa lista 81 contratos firmados pela consultoria Costa Global, do ex-diretor, e cita outros negócios. Intitulada “Contratos assinados – Costa Global”, ela tem oito campos em que estão listados os negócios do ex-diretor da Petrobras. Os itens das colunas trazem o “Nº do contrato”, “Empresa”, “Pessoa de Contato”, “Data da assinatura”, “Valor mensal”, “Validade”, “% de success fee” e “Status”.

O penúltimo item diz respeito à comissão por valor de negócio fechado e o último informa se o contrato foi finalizado, está em aberto ou traz observações pontuais.

Um dos contratos em vigor da planilha era com o grupo controlador da Friboi. O contrato de número “14” da lista está em nome da “J&F” e é de 10 de dezembro de 2012. Ele tinha validade de cinco anos e previa o pagamento de 2,5% de comissão nos negócios fechados. No item status foi anotado “assinado e trocado (p.s.: sem firma reconhecida)”.

Não há indicação, na planilha, sobre o motivo da consultoria. O grupo J&F sustenta que se tratava do mesmo negócio que veio a público em abril do ano passado: as negociações para a compra da Astromarítima.

Costa confessou à Justiça Federal os crimes em troca de redução de pena. Ele admitiu que as consultorias via Costa Global eram usadas para recebimento de dinheiro não declarado e de propina atrasada do período em que foi diretor (2004-2012), em depoimento prestado em ação penal que corre em Curitiba, no Paraná

O grupo empresarial também já havia aparecido nos autos da Lava Jato a partir de depósitos de R$ 800 mil da JBS (frigorífico do grupo) em nome de uma empresa fantasma investigada na operação. Outros itens que fazem parte da lista de indícios que colocam o J&F sob suspeita são mais anotações de Costa em sua agenda pessoal, de 2012 e 2013, com registro de reuniões e contratos com representantes do grupo empresarial.

Nela, a PF achou pelo menos três registros dos negócios envolvendo os nomes “J&F”. Em uma delas, Costa anotou “J&F 29/10/12”. Ao analisar a anotação manuscrita, os agentes escreveram “indica ser Grupo JBS – Friboi e Banco Original (banco que pertence ao grupo)”.

Logo abaixo estão anotados porcentuais que, para a PF, são as comissões dos envolvidos. “Success fee 3% J&F 3% empresa”. Ao lado está anotado “75% Paulo 25% Franklein”. “Franklein” é, segundo os investigadores, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, executivo da OAS preso no dia 14 de novembro por suspeita de integrar o cartel que abastecia o esquema de corrupção e propina na Petrobras. À PF, Medeiros negou atos ilícitos

Outra anotação de Costa diz respeito a um negócio na área de energia que o Grupo J&F tornou público em 2012. Era a tentativa de compra do Grupo Rede, dono de usinas geradoras de energia pelo País, que acabou não se concretizando. “J&F fez proposta de compra do Grupo Rede Energia que inclui dívida de R$ 5,7 bi (nove distribuidoras)”, escreveu Costa na agenda.

Naquele ano a J&F tentava comprar os ativos do Grupo Rede. Na ocasião, o consultor da J&F, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, anunciou que o grupo tinha interesse “em todos os ativos do Grupo Rede”. O negócio não se efetivou.

5 comentários:

  1. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1572039-em-depoimento-policial-cita-antonio-anastasia-senador-eleito-pelo-psdb.shtml

    A Folha do PT, que já foi Folha de SP, colocou em destaque o suposto envolvimento de Anastasia com o Doleiro Youssef (doleiro virou nome próprio nesse caso, por isso o D maiúsculo). Não duvido do envolvimento de pessoas do PSDB ou de outro partido de oposição nessa roubalheira ou em outras falcatruas, também não pretendo apresentar defesa para Anastasia ou Sérgio Guerra, mas não posso deixar de fazer alguns questionamentos sobre as notícias que os envolve na Operação Lava a Jato.

    No caso do Sérgio Guerra, que já morreu, a primeira versão disse que Paulo Costa teria providenciado 10 milhões para o Sérgio Guerra, mas não sabia se ele teria recebido o dinheiro. Na segunda versão o próprio Sérgio Guerra teria procurado o Paulo Cunha na Petrobras.

    As duas versões são estranhas, a primeira porque não menciona quem pegou o dinheiro para entregar ao Sérgio Guerra e a segunda por que se diferencia de todos os outros casos, onde os “beneficiários” não tratavam diretamente com o Paulo Costa.

    No caso do Anastasia existe apenas uma versão (até agora), mas o denunciante parece confuso, entregou o dinheiro em uma casa. O endereço e o proprietário não foram mencionados (na notícia). O denunciante descobriu que o candidato que venceu a eleição para o governo era o mesmo que tinha recebido a mala. Caramba! O denunciante não reconheceu o candidato ao governo quando entregou a mala, só o reconheceu depois da eleição?

    O mínimo que um jornalista deve fazer, quando há lacunas, é questionar a omissão de certas informações e buscá-las para apresentar ao público. Que todos os envolvidos em falcatruas sejam engaiolados, mas que a imprensa tenha mais responsabilidade na cobertura dos eventos. Ibsen Pinheiro foi massacrado na imprensa com base em um depósito de mil reais que foi transformado em um milhão, mesmo depois de comprovada a fraude não houve por parte da imprensa nenhuma iniciativa em divulgar o fato como deveria ser divulgado.

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    1. Para confirmar o que eu disse:

      http://coturnonoturno.blogspot.com.br/2015/01/jayme-careca-e-o-aloprado-da-operacao.html

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  2. (argento) ... para o público geral, alvo das balas perdidas, ..., funciona a tática de sempre: Informação, Contrainformação, DESINFORMAÇÃO!

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    1. (argento) ... "Eleitor Conffuso, Vota Errado"

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  3. Marota do Problema
    (Paródia: Garota de Ipanema – Milton Valdameri)


    Veja que coisa mais besta, que coisa sem graça,
    É essa baranga trazendo a desgraça,
    Maquiando o balanço sem se envergonhar.

    Onça do corpo arrombado, do papo furado,
    O seu palavreado é mais que um problema,
    É pura besteira o que sabe falar.

    É tudo se repetindo. É, o país não resiste.
    É a certeza que existe.
    A certeza que teve propina, que veio da gasolina.

    Ah, se eu não soubesse que o roubo se passa
    No PAC inteirinho e na empresa da Graça
    E vai piorando a todo o vapor.

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