domingo, 27 de março de 2016

Uma tréplica ao José da Conceição, vulgo, Zé do PT

Então vamos lá, Zé do PT. Você diz não ser comunista - e muito menos eu disse isso -, mas seu discurso é ao, demagogicamente, dizer que “luta e procura apontar as causas que geram as classes desfavorecidas cultural e economicamente” quando todos estamos fartos de saber que essas misérias são frutos exclusivos de países governados por déspotas que ousam pegar o poder como violinistas medíocres pegam seus violinos: tomam com a esquerda e tocam com um arremedo de direita.

Não é assim que funciona aqui no braziu do pt, onde os bancos e as grandes empresas têm lucros astronômicos e o povo continua numa merda de dar dó?

Pois é, Zé do PT. Eu não vou lhe responder mais uma vez, mas desta, vou deixar que Jarbas Agnelli responda por mim.

O petista instruído

O petista instruído é um sujeito extremamente avançado. Paira acima de nós, homens comuns, muitíssimo à frente de seu tempo. O petista instruído é uma entidade do futuro. Isso faz com que nós, míseros seres do presente, não encontremos nexo em suas frases ou lógica em seus pensamentos. O petista instruído vibra em outra frequência, fala em outro idioma. Nossa mente primitiva não é aparelhada para compreendê-lo. Se pudéssemos absorver, mesmo que por um segundo, a beleza de seu raciocínio superior, provavelmente nossos cérebros explodiriam.

Nós, seres das trevas, não entendemos quase nada sobre nada. Vagamos sem rumo, perdidos em um imenso oceano de dúvidas e inquietações. Enquanto isso, o petista instruído segue seguro por terra firme, olhos fixos no horizonte, carregando nas costas sua mochila vermelha, abarrotada com todas as respostas que ele precisará, pelo resto de sua existência.

O petista instruído enxerga o todo. Lê nas entrelinhas. Ouve o não dito. Entende o sub texto. Qualidades que o resto de nós nem sonha em um dia possuir, grotescos e abrutalhados que somos. Seres literais, que acreditam apenas nos fatos como se apresentam. Falta-nos a sua sensibilidade e capacidade de interpretação.

O petista instruído sabe selecionar e processar informações. Ele quer, como o resto de nós, o fim da corrupção, um Brasil mais justo e um governo mais eficiente. Mas não perde seu tempo chutando para todos os lados, como nós, pobres almas perdidas, que atacamos de Dilma a Cunha, de Renan a Aecio, mergulhados em uma confusão sem fim. O petista instruído otimiza seu tempo, usando seu foco apurado para criticar apenas quem tem que ser criticado. Sua análise é precisa e sua timeline, minimalista e econômica.

O petista instruído não se prende à picuinhas. Detalhes, como PIB negativo, o número de desempregados ou o rombo de 2,4 trilhões. Discussões meramente matemáticas do dia a dia são preocupações de gente que não tem a visão de longo alcance do petista instruído. Ele sabe que no fim tudo dará certo. E se não der, terá um boa explicação para isso.

Mas nem tudo são rosas na vida do petista instruído. Estar a frente de seu tempo não é uma tarefa fácil. Carregam o fardo de serem ilhas de respostas, cercados de ignorantes por todos os lados: pessimistas, alarmistas, gente cega e despreparada. A missão suprema do petista instruído é distribuir um pouco do bálsamo de seu conhecimento profundo. O petista instruído se sacrifica por sua nobre causa, doando horas e horas diárias de tempo nas redes sociais, para nos ungir com a benção de seus comentários iluminados.

O petista instruído é humilde. Raramente é visto assumindo sua petistice. "Não sou petista, mas..." é uma das formas que inicia suas pequenas aulas gratuitas, sem se gabar de sua superioridade.

Incompreendido por nós, enorme maioria obtusa, e muitas vezes rechaçado em público, o petista instruído não titubeia, e segue triunfante com seu pacote de certezas, em sua missão civilizatória e educadora. Eles são poucos, mas estão espalhados por muitas esferas. São artistas, escritores, atores, cineastas, articulistas, músicos etc, que nos mostram que, além de um conhecimento profundo, é preciso muita sensibilidade para atingir o nirvana da compreensão política e humana.

Louvemos então este ser superior, o petista instruído, que flutua tranquilo acima das hordas de desesperados. Paremos de resistir à melodia, para nós estridente, que sai de sua flauta escarlate, e sigamos, crianças, atrás do petista instruído - o petista de Hamelin. Se ele nos leva, aparentemente, ao precipício e à morte, é apenas senão pela mais nobre das causas: para que renasçamos todos em um mundo melhor, que só ele consegue enxergar a existência.

6 comentários:

  1. Ricardo: Grande angular é uma lente que amplia a visão. Nas fotografias tiradas com a grande angular o campo coberto pela imagem é maior que aquele que o olho humano alcança sem necessidade de girar o pescoço pra direita e esquerda. Neste domingo de Páscoa, desejo que você e o Jarbas Agnelli aprendam a usar a mente na forma de uma grande angular e consigam pelo menos rebater meu argumento de que os países prósperos conseguiram esta prosperidade cuidando de evitar a concentração da posse da terra. É fato. É histórico. As estatísticas estão disponíveis. Para facilitar suas pesquisas, sugiro ler com atenção (e entender) a lei de terras dos EUA (Homestead Act de 1862). Para facilitar a tarefa de ambos cito o link: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81822
    Porém se o coelhinho da páscoa negar-lhes o presente, vocês conseguirão enxergar "apenas" as bandeiras vermelhas do MST e nada mais além disso.

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  2. Título: Modelo baseado na pequena propriedade, aliado à mão de obra familiar, resolveu a questão agrária norte-americana - Texto: Como um marco na história da ocupação do oeste norte-americano por colonos de todas as partes do país e do mundo, o presidente Abraham Lincoln sanciona em 20 de maio de 1862 o Homestead Act (Lei da Fazenda Rural). Trata-se de um programa destinado a conceder terras públicas a pequenos fazendeiros a baixo custo. A lei concedia 160 acres – 650 mil metros quadrados – a todo solicitante, desde que fosse chefe de família e tivesse 21 anos ou mais, e garantisse permanecer e trabalhar a terra por no mínimo cinco anos, pagando uma pequena taxa de administração. Se os colonos quisessem obter antes o título de propriedade, só poderiam fazê-lo transcorridos seis meses e pagando 1,25 dólar por acre (aproximadamente 4.000 metros quadrados). Dessa forma, um modelo baseado na pequena propriedade, no plantio de diversos tipos de alimentos e criação de gado e aves de distintos portes, aliado à mão de obra familiar, resolveu a questão agrária norte-americana.

    O Homestead Act foi inicialmente proposto nos anos 1850, contudo os congressistas do Sul temiam que a ocupação do Oeste por pequenos fazendeiros poderia criar uma alternativa agrícola ao sistema escravagista sulista. Em 1858, uma lei de reforma agrária foi derrotada por apenas um voto no Senado e, em 1859, um projeto de lei foi aprovado em ambas as casas tendo sido, no entanto, vetada pelo presidente James Buchanan.

    A aprovação desta lei era prioritária na agenda do presidente Lincoln, que sucedeu a Buchanan. A ausência de congressistas do Sul em virtude da Secessão removeu grande parte da oposição parlamentar à lei. O presidente Lincoln promulgou o ‘Homestead Act’ em 20 de maio de 1862. Ao final da Guerra Civil cerca de 15 mil pedidos de terra já haviam sido feitos.

    O notável crescimento da economia norte-americana acabou estimulando a procura por novas terras. Levas de migrantes norte-americanos e imigrantes vindos da Europa manifestaram interesse em conquistar terras mais a Oeste, a partir da metade do século XVIII e no século XIX. Em meados de 1860, a população dos Estados Unidos já superava a marca dos 30 milhões de habitantes.

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  3. Link de onde retirei o texto acima:
    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/28975/hoje+na+historia+1862+-+lincoln+sanciona+homestead+act+lei+da+reforma+agraria+dos+eua.shtml

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  4. No mesmo Link: Os grandes proprietários defendiam que essas terras fossem vendidas a um preço alto que impedisse a formação de novos concorrentes no comércio agrícola. Por outro, industriais do Norte e pequenos fazendeiros defendiam que as terras fossem distribuídas com políticas que facilitassem sua ocupação e, ao mesmo tempo, permitisse o crescimento da oferta de alimentos e a ampliação do mercado consumidor industrial.

    Diante desse rápido crescimento demográfico, o próprio Estado resolveu adquirir novos territórios valendo-se da compra, da guerra ou da assinatura de acordos diplomáticos.

    Em 1803, os EUA conseguiram tomar posse da Louisiana por meio do pagamento de uma indenização de quinze milhões de dólares. Anos mais tarde, a Flórida foi comprada dos espanhóis por cinco milhões de dólares. Até a metade do século XIX, uma série de anexações e uma sangrenta guerra travada com o México garantiram boa parte dos territórios que hoje compõem os Estados Unidos da América.

    A partir de então, um novo dilema surgiu com relação ao processo de ocupação dessas novas terras. Afinal de contas, qual seria a medida governamental capaz de organizar a formação das novas propriedades?

    A maioria dos postulantes era de fazendeiros experientes do populoso leste ou da Europa. Em 1900, cerca de 600 mil inscrições já haviam sido feitas abarcando perto de 80 milhões de acres (325 mil quilômetros quadrados) de terras públicas.

    A fim de levar o desenvolvimento a esse novo espaço, a economia da Costa Leste levou a cabo ações para a integração das propriedades agrícolas e novas cidades que surgiam. Muitos quilômetros de ferrovias foram construídos para garantir a prosperidade dos novos empreendimentos.

    Além de conferir dinamismo à economia, a Homestead Act foi de fundamental importância para a consolidação da política agrária nos Estados Unidos. Em vez de favorecer a formação de uma pequena elite de proprietários de terra ligada à exportação de produtos agrícolas – como vinha acontecendo com a exportação de algodão para o Reino Unido – a medida tomada impulsionou o processo de modernização, garantiu a segurança alimentar e criou excedentes para a exportação de vários itens, fator crucial para a transformação dos Estados Unidos em grande potência econômica.

    Embora incontáveis pedidos continuassem a ser feitos já no século XX, a mecanização da agricultura norte-americana nos anos 1930 e 1940 levou à substituição de pequenas propriedades individuais por um pequeno número de fazendas muito maiores.

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    1. Fantástico, Zé do Caixão! Vamos então propor que o braziu do pt retroceda dois séculos, proíba todas as modernidades hodiernas e bote os capiaus cevados pela ignorância da esquerda no lugar das agroindústrias, só para copiar o modelito de Abraham Lincoln.

      Vamos acabar com os grandes rebanhos e criar gado magro em currais de fundo de quintal. Tacar fogo nas grandes plantações de soja também é fundamental para que essa gente do campo monitorada por gente da sua espécie possa plantar mais capim para seu sustento.

      Sugiro também a abolição da internet para que passemos a nos comunicar através de sinais de fumaça até que o telégrafo seja reinventado.

      Parabéns pela ideia, que nem original é, mas eu confesso que ri muito com a sua "argumentação"...

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    2. Falando em grande angular, um alerta: você está usando a lente ao contrário...

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