Toma Mais Uma, tia!
Zevi Ghivelder: A razão da ocupação
Embora soe recorrente, é preciso voltar ao assunto Caetano
Veloso/Israel, sobretudo em função do recente artigo de Donna Nevel, publicado
neste jornal. Em matéria de Oriente Médio, o senhor Veloso toca de ouvido e
jamais leu a partitura. Ele se apieda dos palestinos nos territórios ocupados
por Israel, mas ignora, ou finge ignorar, o motivo da ocupação. Em junho de
1967, Israel foi atacado pelo Egito, ao sul, e pela Síria, ao norte. Durante 72
horas, o rei Hussein da Jordânia ficou em cima do muro, até que falou pelo
telefone com o ditador egípcio Nasser, que o exortou a entrar no conflito. Há
uma gravação histórica dessa conversa. Assim como também está documentado o
pedido feito pelo então primeiro-ministro israelense Eshkol, diretamente a
Hussein, para que este se abstivesse da guerra.
Como se sabe, a Jordânia foi derrotada, e Israel ocupou a
Cisjordânia, onde viviam cerca de 800 mil palestinos, dos quais 400 mil ali já
eram residentes, e a eles se somaram mais 300 mil oriundos de Israel, após a
Independência daquele país. Em tempo: não foram expulsos, apenas atenderam às
promessas árabes de que voltariam no dia seguinte para esmagarem o novo país e
se banharem na bela praia de Tel Aviv. Estes palestinos viveram de 1948 a 1967
como súditos servis do rei da Jordânia, sem jamais reivindicarem a criação de
um estado próprio. Quando esboçaram algum desejo neste sentido, foram
massacrados pelo rei Hussein no Setembro Negro de 1970 e aí, sim, milhares
deles foram expulsos de seu território, deixando um rastro de quatro mil a seis
mil mortos.
Àquela altura, a Faixa de Gaza pertencia ao Egito. No acordo
de Camp David, de 1978, o então presidente Sadat sabiamente abriu mão de Gaza e
deixou a batata quente nas mãos de Israel, que dali se retirou unilateralmente
em 2005. Como recompensa, continua vítima de foguetes disparados pelo Hamas
contra sua população civil.
O senhor Caetano se refere ao assunto da troca de paz por
terra. Esta não é a questão. Quando a discórdia foi territorial, Israel
devolveu todo o Sinai ao Egito e foi assinado entre ambos um tratado de paz que
perdura desde 1979. O problema atual não se resume à posse de mais ou menos
quilômetros quadrados. Do lado palestino há uma perniciosa junção de fanatismo
religioso com um nacionalismo hoje dividido entre as aspirações (a destruição
de Israel) do Hamas, em Gaza, e do Fatah, na Cisjordânia. Do lado de Israel, há
também fanatismo religioso, nacionalismos exacerbados e uma impossibilidade de
interlocução no caminho da paz. Com quem negociar? Com o Hamas ou com o Fatah?
Enfim, o povo de Israel sobreviveu ao faraó, sobreviveu à
Inquisição, sobreviveu ao Holocausto e vai sobreviver ao senhor Veloso também.
(argento) ... hehehehehe, trata-se de (mais) um caso, muito comum no BraZiu, conhecido como Ouvido Absoluto!, ... Absolutamente SELETIVO
ResponderExcluirCaetano é um poeta... quando compõe letras de músicas e quando fica calado sobre outras questões.
ResponderExcluir"Seu" Zevi
ResponderExcluirNão se preocupe. O que o Caetoso Velano fala não se escreve.
O dito latino 'verba volant' foi criado em função dele (rs)
Suas bobagens perdem-se na fumaça. E o Milton fez um B I N G O !