Eu não só relutei como achei por bem não comentar nada. Eu não teria mais do que palavrões cabeludos, repetitivos e apropriados para dizer.
Lucas Berlanza
Relutei em escrever sobre isso; achei que não seria uma boa
ideia. Afinal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva consegue como ninguém
despertar em mim o pior como ser humano. É a figura mais moralmente miserável
que já ocupou o cargo máximo do país; Lula me irrita tanto que, diante da
entrevista que ele concedeu nesta quinta (05/11/15) ao jornalista Kennedy
Alencar no SBT, acreditei que tecer quaisquer comentários mais elaborados
implicaria inserir uma palavra de baixíssimo calão em cada linha.
Mudei minha resolução. Por duas razões. Primeiro, porque
acredito que nunca deixará de ser útil expor o nível de imoralidade de figuras
como Lula, beirando à psicopatologia. Por incrível que pareça, ainda há quem
reconheça nele algum legado positivo, ainda há quem admire o seu governo, e
estamos absolutamente convencidos de que ele não merece nenhuma consideração.
Toda e qualquer imagem positiva que esse populista infame ainda conserve
precisa ser combatida, sob pena de o edifício de governança baseada na corrupção
e na bravata construído em torno dele resistir por mais tempo aos merecidos
golpes sofridos via Lava Jato, Zelotes e tutti quanti.
Segundo, porque suspeito que a entrevista de ontem foi
histórica, e vale o esforço moral do registro, feito com todo o comedimento que
me for possível. Não creio tenha havido outra concentração similar de mentiras
escancaradas por minuto em um nível tão sórdido e asqueroso na televisão
brasileira. Lula soa como um gângster sem finesse, um helminto esquivo, que faz
ginásticas revoltantes para fugir da verdade a cada pergunta. É quase um
personagem de quadrinhos. Tive dificuldades enormes em acreditar no que estava
vendo e ouvindo.
É difícil até selecionar as passagens mais absurdas. Muitas
delas, sem dúvida, residem nas referências ao também ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso. Segundo Lula, FHC “sofre com seu sucesso”; o petista
especulou que FHC desejava que ele vencesse a eleição de 2002 contra Serra, por
esperar que seu governo seria um fracasso e depois o social democrata poderia
voltar ao cargo “nos braços do povo”. FHC teria preconceito com ele por ser
metalúrgico e não saber falar inglês, e, portanto, por um “problema de
soberba”, alimentaria até hoje uma profunda inveja do governo “extraordinário”
de Lula – governo esse, que junto com o de Dilma, trouxe orgulho aos
brasileiros perante o mundo, “promovendo a maior inclusão social desse país”.
Lula conseguiu ter o cinismo de dizer que as famigeradas acusações de compra de
votos para a reeleição no governo FHC foram o único caso de “mensalão”
comprovado e assumido. Lula ainda é capaz de negar o maior escândalo de seu
governo? Nada que espante, sendo que ele é capaz de comparar as estatísticas do
PRIMEIRO MANDATO – note, o primeiro mandato – do rival com o primeiro mandato
de sua sucessora Dilma e dizer que os números de Dilma são melhores. Não
somente Lula, mas os petistas de modo geral não conseguem ter a honestidade de
reconhecer o cenário adverso que os tucanos receberam, ao passo que eles
ganharam uma conjuntura internacional e um Plano Real de mão beijada e
conseguiram jogar boa parte disso no lixo. Como é que o monarca emérito
extra-oficial do Brasil, que nega de todas as formas sua influência na
estrutura de poder nacional, consegue dormir à noite?
Sobre as investigações acerca das somas suspeitas em sua
conta e de outros políticos, a compra de medida provisória, os negócios
obscuros de seu filho, enfim, sobre a aproximação das investigações policiais
do seu santo nome, Lula se afirma tranquilo. Ele garante que os vazamentos da
imprensa a respeito, embora sejam claramente reduzidíssimos diante do que seria
o ideal, são “seletivos”. No entanto, Lula não pestaneja: “essas coisas são
normais de um país democrático” e ele “duvida” que qualquer um, seja “seu maior
inimigo ou seu maior amigo”, possa alegar que teve com ele alguma conversa
sobre ilicitudes. Lula “duvida”; curiosamente, certeza não tem. Na verdade,
mesmo, foi nos governos do PT, como já dizia Dilma e ele agora repete, que se
tornou normal investigar políticos corruptos. O petismo fez muito para
fortalecer a polícia no encalço dos poderosos, e hoje só se escapa ileso no
Brasil se você não for corrupto. Em outras palavras, foi graças aos governantes
vermelhinhos que mensalão e petrolão puderam ser descobertos.
Sim, porque eles não têm nada a ver com isso. Lula é
totalmente inocente. Ele não sabia de nada. Com a sinceridade que lhe é
característica, o ex-presidente se queixa de que ninguém lhe disse nada sobre a
existência do esquema de corrupção na empresa, que “essas coisas você só
descobre quando a quadrilha cai”, afinal “ninguém tem a corrupção estampada na
testa”. Lula compara isso com as nossas casas; quantas coisas acontecem com
nossos filhos, diz ele, dentro de nossas residências, sem que nós saibamos, não
é mesmo? Assim foi com o petrolão durante o seu governo. Coitadinho… Ele
comandava um país inteiro sem saber o que se passava dentro das empresas
estatais mais importantes, porque simplesmente ele nunca sabe de nada. Sempre
me perguntei: o que é pior? Um presidente ladrão ou um imbecil e ignorante, que
não enxerga um palmo à frente do nariz?
Lula até fez algumas críticas ao governo Dilma. Disse que
não tinha certeza de que o governo tivesse total clareza do que viria; mas
confia 100 % em que Dilma sabe o que tem de fazer agora. Não há essa tragédia
toda que pintam; estamos sofrendo alguns pequenos efeitos da já distante crise
internacional. Estão exagerando e criando um clima tenebroso de pessimismo, com
base em ilusões. Rebaixamento de nota na classificação de risco das agências
internacionais, inflação, popularidade abaixo de 10%, capas desanimadoras na
imprensa estrangeira, isso tudo são ilusões. Nada está acontecendo. Estamos
imaginando um país, quando a verdade é o que está na cabeça de Lula. O Brasil
verdadeiro é esse paraíso de sucesso, reconhecido e admirado em todos os cantos
do mundo. O povo devia estar feliz. Só não está porque os jornais preferem
apostar em manchetes sensacionalistas.
Fecho essa lista, que seria interminável se fôssemos enumerar
todos os comentários de Lula, com sua incrível afirmação de que Fernando Haddad
é a melhor coisa que já aconteceu a São Paulo. Estou certo de que o prefeito
das ciclovias insanas é também do agrado dos nossos leitores paulistas… Só que
não. O prefeito, que atingiu o auge da reprovação, é motivo de revolta e
escárnio na capital.
Que mais dizer? Redijo cada linha deste texto desanimado,
enojado, nauseado, indignado com a figura sub-reptícia e dissimulada de Lula,
que argumenta estar defendendo um “projeto político” de ascensão social
representado por ele e sua sucessora, e, se necessário for para fazer essa
defesa, ele lançará sua candidatura presidencial em 2018. Lula não existe. Seu
mau-caratismo é tão sobrenatural que quase cremos não seja mais do que um
personagem de ficção. No entanto, essa ficção engambelou o Brasil. Não pode
mais engambelar. Se segue havendo quem acredita que esse vilão bufão tem algo a
dizer quando os ventos da justiça parecem soprar em seu cangote, a ponto de ele
ter espaço no SBT para fazer o seu circo, tem-se mais uma prova de quão robusta
é a barreira que nos separa da civilização.
Lula, repito, não existe. Que seu projeto para 2018 também
não exista, para o bem de todos nós.
(argento) ... - https://www.youtube.com/watch?v=j9cG5EriK70
ResponderExcluirEle não precisa do cargo para estar no comando...(vide o que ocorre atualmente no país)
ResponderExcluirEste infrator e sua corte tem que serem punidos rigorosamente, não pela justiça permissiva que temos no país, mas por uma justiça militar que os condene a pena máxima pelos crimes cometidos contra o povo brasileiro e traição a pátria.
Perpetua ou 200 anos, morte acaba depressa.
sanconiaton
Em tempo.
ResponderExcluirPara não perpetuar o erro...
Leia-se perpétua
sanconiaton
Lula em 2018? Só se a nossa justiça deixar ou seus ministros amestrados do STF receberem muito em troca! Porque do contrário o lugar dele é na Papuda, lugar de papudos.
ResponderExcluirRonaldo São Carlos/SP