A prisão do amiguinho do Barba, José Carlos Bumlai,
ressuscitou uma denúncia de chantagem que começou a ser apurada na época do
mensalão e acabou arquivada por falta de provas. Suspeitava-se de que Lula
estava sendo vítima de chantagem em 2004 e que parte do empréstimo de R$ 12 milhões
levantado por Bumlai no banco Schahim, em setembro daquele ano, teria sido
usada para pagar o suposto chantagista, o empresário de transportes de Santo
André, Ronan Maria Pinto.
A ligação entre o empréstimo e a suposta chantagem foi feita
pelo juiz Sérgio Moro no despacho em que ele mandou prender Bumlai. Há dois
meses, o lobista Fernando Baiano contou, em depoimento de delação premiada, que
ouviu de terceiros que o empréstimo “teria sido tomado para pagar uma chantagem
que o presidente Lula estaria sofrendo”. Baiano não disse quem passou a ele tal
informação.
Há três anos Marcos Valério tentou obter uma delação
premiada dando detalhes sobre o empréstimo contando à Procuradoria-Geral da
República que o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira o havia procurado em
2004 pedindo ajuda porque Lula, Dirceu e Gilberto Carvalho estavam sendo
chantageados por Ronan, que teria pedido R$ 6 milhões em uma reunião com
Pereira e Valério para comprar um jornal no ABC. Segundo Valério, Pereira disse
que o valor havia sido obtido por Bumlai junto ao Schahim e repassado ao
empresário.
A Lava-Jato investiga se uma parte do empréstimo foi parar
nas mãos de Ronan. Valério nunca esclareceu o que seria a chantagem. A suspeita
é que ela teria relação com o assassinato do prefeito petista de Santo André,
Celso Daniel.
Que isso não se perca pelo caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário