quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Órgão do patrimônio histórico pede embargo de restauração do Copan - faltou combinar a divisão da pilhagem, suponho...

Tem gente que acha essa merda linda...
O conselho municipal do patrimônio histórico, Conpresp, pediu à Subprefeitura da Sé o embargo das obras de recuperação da fachada do Copan, que começaram em setembro sem autorização, segundo o Conpresp.

A subprefeitura poderá interditar a obra caso fiquem comprovadas as irregularidades apontadas pelo órgão no Copan, edifício que é tombado e figura entre os principais marcos da arquitetura paulistana.

A troca das pastilhas está orçada em R$ 23 milhões. As cores cinza e branca serão mantidas, mas as pastilhas de porcelana serão trocadas por outras de material mais resistente e impermeável. São 45 mil metros quadrados de pastilha.

O Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), órgão técnico do conselho municipal, afirma que as obras começaram sem anuência e que o condomínio obteve apenas uma autorização em 2011 para colocação de telas e uma remoção de pastilhas de forma emergencial.

“Diante da informação de que as obras na fachada haviam sido iniciadas sem a autorização do Conpresp, o DPH tomou as providências para solicitar que a obra seja embargada”, informou o Conpresp.

O Copan foi projetado na década de 50 pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A reforma começou um ano antes do aniversário de 60 anos do edifício e está prevista para acabar em 2018.

Bom, pelo jeitão da coisa, as obras no trambolho - mais um - de Niemeyer só perigam ser embargadas por uma questão de burocracia, ou seja, a falta de autorização do Conpresp e não pelo absurdo das cifras apresentadas: R$ 23 milhões para empastilhar 45 mil m2.

Senão vejamos:

A pastilha varia muito de preço e, no varejo, vai de R$ 30 a R$ 100 por m2, preços que devem cair pelo menos pela metade no caso da compra de 45 mil m2. Mas vamos fazer as contas pelo preço mais alto no varejo mesmo. Vai dar R$ 4,5 milhões de material.

No caso da mão-de-obra, o preço vai de R$ 15 a R$ 50 por m2 para áreas pequenas, diminuindo bastante de acordo com o aumento da área. Mas, de novo, vamos usar o mais caro, e pagar R$ 2,25 milhões de mão-de-obra.

Somando tudo, a obra para empastilhar o Copan dá R$ 6,75 milhões. Sobram R$ 16,25 milhões. Vão para o bolso de quem?


4 comentários:

  1. (argento) ... o restante entra no poço (abismo sem fundo) dos "encargos sociais" ...

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  2. (argento) ... tá mais pra Reidy.

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  3. Uma pergunta de 1ª (pode ser até de 2ª...intenção). Vamos ser muito bonzinhos, e dizer que se gastaria mais R$ 6,75 milhões para decapar todos os 45 mil m2.
    Ainda assim sobrará R$ 9,5 milhões. Caceta! A administração comunista de SP é esfomeada, não? Mas isso não é novidade para nenhum leitor, né não?

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    1. Tem razão, eu esqueci da remoção das pastilhas existentes, se é que ainda existe alguma coisa que não tenha caído no Copan, mas porra, isso não custa nem dez reis de mel coado!

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