O Palácio do Planalto viveu ontem um momento de
trégua na disputa política e foi “invadido” por Alegria, Alegria, cantada por
Caetano Veloso, e pela poesia concreta de Augusto de Campos, o homenageado da
noite. Na cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural, a ameaça de
impeachment que ronda o Planalto ficou longe dali em boa parte do tempo, mas acabou
citada no final.
“Vivemos sem dúvida um momento especial. Estamos diante da
tarefa de continuar trilhando o caminho da democracia, da tolerância, do
respeito às diferenças, da convivência democrática e solidária”, disse a
presidente Dilma Rousseff, diante da plateia formada, em sua maioria, por
artistas. “Vocês são fundamentais para o sucesso dessa tarefa. Eu usarei as
palavras da música do Caetano Veloso: esse mundo que estamos construindo virá
que eu vi.”
Caetano cantou cinco músicas durante a cerimônia, no Salão
Nobre do Planalto, arrancando aplausos entusiasmados da plateia. No repertório
estavam ElegiaTropicália<>Língua O megaevento custou R$ 1,1 milhão,
segundo o Ministério da Cultura. O show contou com execução do Hino Nacional ao
som da guitarra da banda de Caetano.
Ao receber a comenda, o poeta Augusto de Campos, de 84 anos,
defendeu Dilma dos ataques da oposição, que pressiona por sua saída do cargo, e
disse que prestava sua solidariedade a ela. “Acima de tudo, sempre a vi como
heroína da luta pela democracia nos abomináveis tempos da ditadura e nesse
momento eu a vejo resistir com a mesma firmeza e coragem àqueles que tensionam
ingloriamente mal ferir a integridade das nossas instituições democráticas”,
afirmou.
Por mais de duas horas, as persianas cinzas do Palácio do
Planalto se transformaram em telão e abrigaram versos de Augusto de Campos,
cores, formas, fotos e informações sobre os 32 agraciados com a ordem. Até uma
crítica indireta ao ajuste fiscal apareceu no telão. “A cultura não quer, não
pode se submeter às regras do mercado”, dizia uma inscrição. “A arte precisa
ter liberdade.” Pouco antes, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, já havia
reclamado dos cortes no orçamento de sua pasta.
Tudo foi preparado para ser uma festa e deixar o mau humor
do lado de fora. Dilma desceu a rampa iluminada que dá para o Salão Negro sem
esconder a satisfação. Quatrocentas pessoas a esperavam, sob aplausos. “Nós
hoje nos emocionamos porque sempre que há uma manifestação cultural que
congrega tantos talentos é impossível não se emocionar”, disse. Ao receber a
homenagem, a índia Sonia Guajajara, que também foi homenageada, entregou à
presidente uma camisa criticado a PEC 215, que tira do Executivo e passa para o
Legislativo o poder de demarcar terras indígenas
(argento) ... é de Lin yutang o pensamento - o copy-paste não o é por preguiça:
ResponderExcluir"Em lugar de homens, temos membros de uma classe; em lugar de idéias e preconceitos e idiossincrasias pessoais, temos ideologias ou pensamentos de classe; em lugar de personalidades temos fôrças cegas e em lugar de indivíduos temos uma dialética marxista que controla e prevê tôdas as atividades humanas com infalível precisão. Todos progredimos alegres e entusiàsticamente para o padrão das formigas."
(argento) ... ATENÇÃO!
Excluir... inceticida ...
Muito bom, Argento.
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