segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Teoria da Conspiração da Mega Sena

É a enésima vez que vejo pessoas “descobrirem” fraudes na Mega Sena e é a enésima vez que vejo besteiras. Será que ainda tem gente que acredita que uma mutreta de R$ 205 milhões passaria despercebida pela grande mídia e pela Justiça?

Falsificação grotesca
Uma das besteiras foi a foto do “volante premiado” (imagem), uma montagem porca, mas que neguinho não se cansa de botar nos facebooks da vida. Outra é um vídeo mostrando que o contrato social da lotérica está em nome de um tal de Nasser Youssef Nasr, que é efetivamente dono de duas casas lotéricas, sendo que uma, a Wands, foi onde o apostador vencedor fez as apostas, mas que não é o ex-deputado estadual do Espírito Santo Nasser Youssef Nasr que, por mais bizarro que pareça é um homônimo do comerciante.

Mas o que mais me deixa perplexo é que muitos acham que Nasser Youssef Nasr, o lotérico, é parente do doleiro preso do PT, Alberto, também Youssef, sem se dar conta que Youssef é o “José” árabe, nome tão comum que é capaz de suplantar em número os Muhammads da vida. É mais ou menos como dizer que Lula da Silva é descendente do casamento de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) com Chica da Silva, em um verdadeiro samba do afro-descendente doido.

Na verdade havia - será que ainda há? - um esquema de desvio sim, ainda no tempo da quina (antes de 1996, ano do lançamento da Mega), mas muito incipiente, restrito e não muito rentável, embora engenhoso no sentido de não levantar suspeitas e envolvia os prêmios menores - ternos e quadras, Não havia alteração de resultados nem fraudes no peso das bolas, mas sim uma “janela” no programa que permitia aos envolvidos registrar suas “apostas” ganhadoras de ternos e quadras depois do sorteio. Prêmios pequenos não chamam atenção. Era pouco mas garantia um pixulé.

Só isso. No mais, até agora é invenção. Daqui para frente eu não garanto.

Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Fábio Medina Osório, presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado: Sinais exteriores de riqueza já bastam

Constitui improbidade administrativa - ilícito tipificado na Lei 8.429/92 - a conduta de político ou servidor que, direta ou indiretamente, adquire, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do seu patrimônio ou renda, cabendo-lhe comprovar, se necessário, a origem lícita desse patrimônio, desses bens e rendas, se alegar sua procedência legítima.

Não se trata, pois, de reprimir apenas a corrupção em si, mas os sinais externos de riqueza incompatíveis com a função pública, o chamado enriquecimento sem causa aparente, uma forma de improbidade autônoma em face da corrupção. De acordo com a Lei de Improbidade, a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente, e a mera inobservância desse dever básico já constitui sinal de improbidade.

A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no país ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob dependência econômica do agente público, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

As declarações de bens dos agentes públicos serão anualmente atualizadas. Caso haja omissão das autoridades quanto à cobrança dessas atualizações, podem e devem ser denunciadas. O agente público até poderá entregar cópia da declaração de Imposto de Renda, para tentar suprir a exigência legal, mas deve ter claro que a declaração de bens e valores que compõem seu patrimônio privado é mais abrangente do que a própria declaração do Imposto de Renda, pois remete ao conceito de “patrimônio privado”, “bens de qualquer natureza”, “rendas”, além de outras variáveis.

O agente político, nesse contexto, deve prestar contas de sua evolução patrimonial, atuando com transparência e lealdade institucional, eis a razão de ser deste rigor normativo. Atos anômalos, como empréstimos, doações, depósitos em contas próprias ou de terceiros, seja direta ou indiretamente (como beneficiário), devem ser documentados e objeto de controles públicos. Os chamados sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com essa declaração anual exigida por lei, já caracterizam suporte para ação de improbidade, se não houver explicações razoáveis do investigado.

O enriquecimento de um agente político não pode ser um mistério, eis que exposto ao escrutínio dos órgãos correicionais competentes e submetido a um regime de relação de especial sujeição com o Estado. Admite-se que um homem público tenha atividades empresariais ou profissionais paralelas, desde que não haja conflitos de interesses com os assuntos públicos que lhe são afetos. E o enriquecimento de seus parentes e pessoas próximas, se a ele relacionado, deverá sofrer idênticos controles. É o caso do uso dessas pessoas, físicas ou jurídicas, como “laranjas”, expressão que designa quem intermedeia transações financeiras ou societárias fraudulentas, emprestando seu nome ou estrutura, documentos ou contas bancárias para ocultar a identidade de terceiros.

Há uma nova legislação que reprime o uso dos “laranjas”, especialmente quando estes se revestem da qualidade de pessoas jurídicas. Trata-se da Lei 12.846/13, a Lei Anticorrupção brasileira, que se interliga às legislações dos países signatários de tratados e convenções internacionais que combatem esses ilícitos.

A constituição de empresas no exterior, ou no Brasil, para ocultar ativos, dissimular interesses ou dificultar investigações pode sujeitar a pessoa jurídica (de que se valha o agente político direta ou indiretamente) às sanções da Lei Anticorrupção do país onde estiverem sediadas, suscitando cooperação internacional estreita. E, é bom lembrar, os mecanismos investigatórios e tecnológicos, aliados ao fim do sigilo bancário internacional, posicionam o crime organizado num inédito patamar de vulnerabilidade em face dos órgãos de repressão públicos, notadamente diante dos avanços de instrumentos como a delação premiada e os acordos de leniência e cooperação internacional entre Ministérios Públicos, sem falar na inteligência e atuação integrada do sistema punitivo internacional, como um todo.

Recuperação do Rio Doce não é um bicho de sete cabeças

Se há algo que hoje me martele a cabeça é a impressão que estão carregando demais nas tintas sobre a recuperação do Rio Doce. É claro que o rompimento em si foi uma catástrofe enorme e inadmissível. Seja de quem for a culpa, todo castigo será pouco e não é uma multazinha de dez merréis que vai servir de reparação, mas que estão exagerando nos laudos sobre a recuperação do Rio Doce, lá isso estão.

Deu na BBC Brasil

Cientista garante que o Rio Doce vai se recuperar sozinho

Paulo Rosman, professor de Engenharia Costeira da COPPE/UFRJ é autor de um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente para avaliar os impactos e a extensão da chegada da lama ao mar, ocorrida no último domingo e que afeta a costa do Espírito Santo. Embora especialistas tenham divulgado previsões de danos catastróficos, que incluiriam danos à reserva marinha de Abrolhos, no sul da Bahia, e um espalhamento da lama por até 10 mil m², Rosman afirma que os efeitos no mar serão “desprezíveis”, que o material se espalhará por no máximo 9 km e que em poucos dias a coloração barrenta deve se dissipar.

Para ele, há três diferentes cenários de gravidade do desastre e de velocidade de recuperação. No alto, onde a barragem se rompeu, próximo ao distrito de Bento Rodrigues, deve durar mais de um ano e dependerá de operações de limpeza dos escombros e de um programa de reflorestamento. Para ele, a sociedade e os governos mineiro e federal precisam cobrar de Vale e BHP Hillington, donas da Samarco, o processo de reflorestamento e reconstrução ambiental, de custo “insignificante” para as empresas.

Ele diz que, na maior parte do percurso do rio Doce, as próprias chuvas devem limpar os estragos e os peixes devem voltar ao rio no período de cinco meses, e, no mar, a diluição dos sedimentos deve ocorrer de forma mais rápida – até janeiro do próximo ano.

Nos últimos dias, especialistas, ativistas, moradores, pescadores e indígenas têm repetido que o rio Doce “está morto”. O senhor diz que ele “vai ressuscitar”. Como isto deve acontecer?
Há muitos exemplos de acidentes muito mais graves e mais sérios do que este da barragem de Mariana. Veja a erupção vulcânica do monte Santa Helena, nos Estados Unidos (em 1980). Foi tudo devastado e destruído, numa área imensamente maior. Você vai lá hoje e vê que os animais voltaram e a mata voltou.

Para fazer a conta, você tem que pegar o peso da lama e dividir pela massa específica dessa lama. Se neste momento eu tenho 4 kg/m³ de água e for dividir pela massa da lama, dá mais ou menos 1,3 mm. Então isso significa que se esses sedimentos todos se depositassem no fundo do rio formariam um tapete de 1 mm de espessura, o que nem vai acontecer, porque a correnteza vai levar.

As fortes chuvas entre novembro e abril “lavarão” o rio Doce, num processo natural. Digo isso baseado em quantidades de sedimentos, em conhecimentos de processos sedimentológicos, na dinâmica de transporte desses sedimentos pelas correntes dos rios, dos estuários, das zonas costeiras. Então essas coisas são relativamente rápidas, a natureza se adapta, se reconstrói, se modifica.

Como o senhor avalia a mortandade e o retorno de peixes ao rio, posteriormente? E como responde a especialistas que avaliam que a recuperação da área e do rio pode levar mais de dez anos?
A onda de lama matou os peixes, mas o volume, pelo que eu vi publicado nos jornais, representa uma quantidade muito baixa. A não ser que tenha havido algum erro de cálculo, foi divulgado que morreram 8 mil kg de peixes no rio Doce. Veja, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro: quando há uma baixa mortandade, estamos falando em 70 mil peixes, mas este número pode chegar a 200 mil, e depois sempre há o retorno. A gente sabe que não demora muito para que a Lagoa encha de peixe de novo.

Quanto aos comentários de especialistas citados, eu diria apenas que eu espero que eles estejam enganados. Não vou entrar em discussão. Mas basta olhar coisas que já aconteceram. Por exemplo, a quantidade de sedimentos que desceu dentro do rio Itajaí-Açu (SC), no final de 2008, quando caíram inúmeras encostas no vale do Itajaí, na região de Itajaí e Blumenau. Houve um desmoronamento do cais do porto, um mega-assoreamento do canal do porto de Itajaí, sem contar diversas mortes na tragédia. Foi um evento natural, e em quantitativos ele é extremamente maior do que esse do rio Doce.

E o porto de Itajaí está lá, o rio Itajaí-Açú está lá, Blumenau está lá. O rio voltou ao normal. Sinceramente eu acho que essas pessoas estão sendo movidas pelo impacto humano da tragédia, pela emoção. As mortes e os prejuízos são dores e perdas eternas. Mas temos que separar. Para voltar para o plano racional, só deixando o tempo passar.

É possível mensurar a quantidade de sedimentos que chegou ao mar do Espírito Santo e o impacto ambiental disso? Dias atrás cientistas cogitaram impactos catastróficos nos ecossistemas marinhos da região.
Sim. De acordo com os últimos números, a concentração a 10 km de distância da foz do rio Doce, onde a lama teve contato com o mar, está entre 50 e 20 mg/l de sedimentos em suspensão. Isto é muito insignificante para ser considerado um risco ambiental. É absolutamente desprezível.

Para se ter uma ideia, a água transparente do mar, costeira, tem tipicamente 5 mg/l de sedimentos em suspensão. A água dentro de uma baía tem tipicamente entre 50 mg/l a 100 mg/l de sedimentos em suspensão. A água de um rio com cor barrenta tem em torno de 500 mg/l de sedimentos de suspensão, são todos dados naturais.

Rios muito barrentos, como o Amazonas, têm entre 1.500 e 2.000 mg/l de sedimentos em suspensão na época de cheia.

Então se a 10 km da foz do rio Doce você vai ter concentrações de no máximo 50 mg/l no mar, embora você veja a coloração diferente por mais algumas semanas, é óbvio que não estamos falando de danos ambientais. Diferentemente de um vazamento de petróleo, que você usa bactérias para decompor e limpar – e leva tempo e gera mortalidade de vida marinha muito maior -, no caso atual você não tem como “limpar” a lama no mar. Ela se dilui naturalmente, sozinha.

Mesmo que você tenha um padrão de ventos que gere correntes fora do usual, a distância é tão grande e a diluição é de tal ordem que não causaria efeitos danosos em Abrolhos.

E quanto à composição destes sedimentos que compõem a lama? É possível que seja descoberto que têm uma toxicidade muito maior do que se imagina e que possa causar danos futuros?
Risco sempre há, mas não tenho razões para acreditar nisso. Já ouvi pessoas que não são da área darem prognósticos devastadores quanto à toxicidade desse material. E já ouvi pessoas que são especializadas, da área de geologia, e que conhecem muito bem isso, dizerem o oposto, que se trata de um material de baixa toxicidade.

Então não tem grandes impactos persistentes no longo prazo. As pessoas podem tirar da cabeça essa ideia de que se trata de algo radioativo, de um veneno ambiental que vai matar tudo e nunca vai sair do chão. Não é nada disso.

Para você ter uma ideia, a doutora Marilene Ramos, que é a presidente do Ibama, tem doutorado em mecânicas do solo. Ela fala inclusive com um conhecimento específico de solo muito maior do que o meu. Ela me disse que esse material não é de alta toxicidade e que é basicamente areia fina, argila e óxido de ferro. Claro que tem traços de outras substâncias, mas em concentrações muito baixas, que não oferecem risco.

Na sua opinião o que deveria ser feito no distrito de Bento Rodrigues (MG), o vilarejo mais devastado pela avalanche de lama? Como limpar ou recuperar o local? E quanto isto pode custar?
Primeiramente o governo de Minas Gerais precisará avaliar o que retirar de escombros, de estruturas danificadas, e ver se deixa algo como marco simbólico da tragédia. É um absurdo permitir o retorno das pessoas para aquele local.

Se eu fosse o governo de Minas Gerais obrigaria a Samarco a fazer um parque memorial ali. Fazer um projeto bonito, fazer um paisagismo, uma correção de solo, um jardim, e ficaria como memória, com homenagem às pessoas que sofreram essa desgraça toda. Ninguém vai poder voltar a morar ali.

O senhor orientaria o governo mineiro a retirar os outros povoados que estão na linha de avalanche de outras barragens de rejeito de mineração?
Com certeza. Muitas vezes os povoados se formam próximo às barragens porque atraem empregos e comércio. Mas o poder público não poderia permitir a instalação de povoados em áreas de passagem de eventos como esse que ocorreu. Hoje não faltam ferramentas computacionais que nos permitem simular um rompimento de uma barragem e mostrar qual é a trilha de percurso da avalanche. Atualmente é inaceitável e injustificável ter povoados em rotas de avalanche de barragens, ninguém poderia morar nestes locais.

O senhor considera que isto foi uma irresponsabilidade dos atores envolvidos?
Olha, irresponsabilidade é quando você tem consciência do fato e não faz nada. Tudo é óbvio depois que você já sabe o que aconteceu. Ou seja, a partir de agora, deste exemplo dramático e catastrófico, se o governo não tomar medidas para realocar pessoas em áreas de alto risco, em outros locais onde se sabe que poderia ocorrer algo semelhante a Mariana ou até pior, eu diria que estaríamos falando de uma atitude mais do que irresponsável, mas sim criminosa.

Há duas opções. Você pode remover o povoado para outro local, ou se o povoado for grande demais, você embarga o negócio lá em cima. Para de usar a barragem, estabiliza, deixa secar, e pronto. Transfere a atividade para outro lugar. Tem que ver o que é mais viável.

As Emendas de Cunha à MP 608/2013, pelas quais ele supostamente teria recebido R$ 45 milhões de André

MPV EMC 8/2013 MPV60813 Inteiro teor Medida Provisória
Situação: Transformada na Lei Ordinária 12838/2013
Apresentação: 01/03/2013
Ementa: Dispõe sobre crédito presumido apurado com base em créditos decorrentes de diferenças temporárias oriundos de provisões para créditos de liquidação duvidosa nas condições que estabelece e dispõe sobre os títulos de crédito e instrumentos emitidos por instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, para composição de seu patrimônio de referência, e altera a Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010.

As Emendas de Cunha à Medida Provisória de Dilma são duas, mostradas abaixo: a primeira (EMC 1/2013) é um jabuti que trata das exigências dos exames da OAB - nada a ver; já a segunda (EMC 8/2013), com a imagem abaixo,  trata efetivamente da alteração da MPV60813. Pelo que deu para saber, de Eduardo Cunha são só essas duas.

EMC 1/2013 MPV60813 => MPV 608/2013 Inteiro teor
Emenda na Comissão
Acessória de: MPV 608/2013
Autor: Eduardo Cunha - PMDB/RJ
Apresentação: 05/03/2013
Ementa: Dá nova redação à MPV 608/2013
Última Ação Legislativa: 05/03/2013 Comissão Mista da MPV 608/2013 ( MPV60813 )
Apresentação da Emenda na Comissão, EMC 1/2013 MPV60813, pelo Dep. Eduardo Cunha

EMC 8/2013 MPV60813 => MPV 608/2013 Inteiro teor
Emenda na Comissão
Acessória de: MPV 608/2013
Autor: Eduardo Cunha - PMDB/RJ
Apresentação: 06/03/2013
Ementa: Dá nova redação à MPV 608/2013
Última Ação Legislativa: 06/03/2013 - Comissão Mista da MPV 608/2013 ( MPV60813 )

Apresentação da Emenda na Comissão, EMC 8/2013 MPV60813, pelo Dep. Eduardo Cunha
EMC 8/2013

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Del Nero repassa “empreguinho” de R$ 60 mil por mês a filho de Sarney - quem tem fiofó tem medo!

Marco Polo del Nero, entregou o cargo que ocupava no Comitê Executivo da Fifa. Ele indicou para seu lugar Fernando Sarney, vice-presidente da CBF na Região Norte. A Conmebol, reunida nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, aceitou a saída do Del Nero e a recomendação de Sarney como novo representante da Confederação Sul-Americano no comitê com um salário estimado em 200 mil francos por ano (R$ 735 mil).

Cheio de medo de acabar preso como Marin, Del Nero não sai mais do Brasil e já deixou de comparecer à eleição na Fifa, em 29 de maio, a três reuniões do Comitê Executivo da Fifa, ao sorteio das eiminatórias da Copa de 2018, deixou de acompanhar a seleção brasileira em amistosos, Copa América e eliminatórias.

Aliás, em outubro a imprensa noticiou que a Conmebol já tinha decidido tirar Del Nero do Comitê de Ética da Fifa. Na ocasião informou-se que a decisão já teria sido tomada pela cúpula da entidade, que faria o anúncio no encontro no Rio, só que o canalha, segundo nota oficial no site da CBF, diz que deixou o cargo para “dar atenção integral ao futebol brasileiro”.

Marco Polo: vai tomar no centro que é para não gastar as beiradas!

Fernando Sarney: como é que vai o caso da operação boi barrica, que o Estadão está proibido de mencionar há seis anos, censurado por uma arbitrariedade judicial em função de uma demanda sua?


Romário, o 171 da vez

Quer dizer então que agora, depois de tornadas públicas as gravações onde Delcídio mencionou a conta do baixinho na Suíça, ele admite que já teve conta no BSI (“Quando eu jogava na Europa, tive conta no BSI, só não sei o ano”)? E o que dizer do que ele declarou com todas as letras em 31 de julho?


Demorou a ser revelado, mas Romário nunca me enganou: é do time! Vai ser um reforço e tanto para o time dos amigos do Lula no Campeonato Brasileiro dos Presídios.



Uma hora e meia de gravações de Bernardo Cerveró

Mais um surto do Boechat

O Ricardo Boechat, de vez em quando, surta mais do que o normal dele, que já é meio puxado para o exagero nas tintas, principalmente nas vermelhas.

Ao noticiar ontem o ganhador solitário dos R$ 205 milhões da mega sena, que fez sua aposta de R$ 3,50 em uma loteria de um bairro chique de Brasília, Boechat disse achar muito estranho que alguém só jogue a aposta mínima em um bairro de ricos e que logo na manhã seguinte ao sorteio o ganhador retire todo o dinheiro da Caixa, comportamento típico de gente habituada com muito dinheiro, segundo ele.

O que será que ele estaria insinuando com isso, uma armação? Se foi, quem armou tem que ser muito burro. Uma dinheirama dessas deixa um rastro colossal. De mais a mais, bairro de rico não tem porteiros, cozinheiras, jardineiros, choferes e por aí afora?

Acorda, Boechat!


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Lista dos salafrários que votaram pela soltura de Delcídio

PDT
Telmário Mota (RR)

PMDB
João Alberto Souza (MA)
Edison Lobão (MA) - quem sabe o próximo a ir para o xilindró - vergonhosamente se absteve e Renan Calheiros (AL) não vota

PSB
Roberto Rocha (MA)

PT
Angela Portela (RR)
Donizeti Nogueira (TO)
Gleisi Hoffmann (PR)
Humberto Costa (PE)
Jorge Viana (AC)
José Pimentel (CE)
Lindbergh Farias (RJ)
Paulo Rocha (PA)
Regina Sousa (PI)
Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) foram os únicos do PT a discordar do partido e votaram sim.

PTB
Fernando Collor (AL)

Resolvido o problema das escolas do Rio: R$ 82 milhões disponíveis - escolas de samba, bem dito...

Deu no Ancelmo que os R$ 24 milhões da prefeitura do Rio - o dobro do ano passado - não são a única fonte de recursos das escolas de samba do Grupo Especial.

Para o carnaval de 2016, 11 das 12 escolas estão autorizadas a arrecadar verba pela Lei Rouanet. A soma chega a R$ 58.775.729,04, dinheiro meu, seu, nosso. Só a Imperatriz foi autorizada a captar uns R$ 8 milhões.

Enquanto isso, a Educação e a Saúde tiveram cortes de 20% em seus orçamentos e a UERJ está sem aula por excesso de lixo...

Valeu Pezão! E não esquece do salário do pessoal do Tribunal de Contas, aquela merda que não serve para coisa nenhuma onde só os motoristas ganham R$ 32 mil por mês, lembra?

Inacreditável! Obama lança panfletos 45 minutos antes para avisar ISIS dos bombardeios

Deu no FrontPage Magazine que os Estados Unidos bombardearam e destruíram 116 caminhões-tanque do ISIS. Cheios ou vazios, por certo isso diminuiu bastante a capacidade de transporte de petróleo e, por conseguinte o “faturamento” do ISIS.

Até aí, tudo bem, só que 45 minutos antes do ataque os mesmos aviões, em muitas passagens em baixa altitude, lançaram panfletos que diziam: “Saiam de seus caminhões agora, e fujam deles. Aviso: Ataques aéreos estão vindo.  O caminhões-tanque serão destruídos.  Afastem-se de seus caminhões-tanque imediatamente. Não arrisque sua vida”. A justificativa para essa advertência foi a brilhante conclusão que os motoristas dos caminhões utilizados para operações que dão suporte ao ISIS “provavelmente não são membros do ISIS”.

“Nós não estamos nesse negócio para matar civis, estamos neste negócio para deter o ISIS - para derrotar o ISIS”, disse o coronel Warren, comandante da operação.

Enquanto isso o ISIS ganhou 45 minutos de advertência e aprendeu que tudo que tem a fazer é cercar-se de civis e tornar-se invulnerável, assim como os talibãs fizeram no Afeganistão.

Se esse bando de palhaços estivessem combatendo na 2ª Grande Guerra os nazistas iriam fazer a festa... E se a esquerda permanecer no poder, os nazistas islâmicos vão ganhar nesta versão da história.

Delcídio sem problemas

Diálogo entre o Senador Delcidio e o Policial Federal ontem cedo:

- Vossa Excelência está preso, por favor me acompanhe.

- Eu tenho direito a um advogado.

- Sim, ele já está preso ali na viatura.

- Tenho direito a um telefonema, preciso falar com meu assessor.

- Nem precisa telefonar, senhor ele também está preso na viatura da frente.

- E se eu precisar de dinheiro pra fiança?

- Ainda sem problemas, seu banqueiro está na viatura de trás. Vamos embora!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Presente de Natal para Lula: Cana!

Moro está comendo Lula pelas beiradas, como convém. Com o cerco fechando em torno do Brahma a sua imagem vai se desgastando, o que facilita e muito a ação da Justiça que aos poucos passa a contar com a simpatia do povo à medida que o prestígio de Lula cai.

Apesar de continuarem dizendo que ainda não há provas contra o apedeuta, eu tenho certeza que já as há mais que suficientes – não reveladas – faz tempo, mas seria impensável prender o Barba há seis meses, quando ainda tinha crédito do povo. Ia ser uma revolta popular.

Quem sabe o xilindró do apedeuta nos venha como presente de Papai Noel?

Cerveró fecha delação premiada após entregar gravações que incriminaram Delcídio

Entortou mais ainda?

Deu na Folha

O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, fechou um acordo de delação premiada depois que sua defesa entregou evidências de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), tentou, em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, fazer com que ele não firmasse colaboração com a Justiça. Delcídio e Esteves foram presos pela Polícia Federal nesta manhã.

O filho de Cerveró, Bernardo, entregou aos investigadores imagens de Delcidio oferecendo vantagens a Cerveró para que ele não fizesse delação.

O acordo foi firmado com a Procuradoria Geral da República por envolver políticos de foro privilegiado e também cita a presidente Dilma Rousseff ao afirmar que ela sabia dos esquemas envolvendo a Petrobras como integrante do conselho da estatal.

Esta foi a terceira rodada de negociações entre Cerveró e os procuradores no sentido se firmar um acordo de delação.

As primeiras conversas conheceram por volta de agosto, quando ele falou sobre a compensação do contrato de um navio-sonda da Schaihin para quitar uma dívida de campanha com o PT. Cerveró também havia citado em um dos anexos que Delcidio ganhou propina na venda da refinaria de Pasadena.

Na época, porém, os procuradora não consideravam o ex-diretor um figura “confiável” e o viam como um “jogador”.

A saúde emocional abalada, com oscilação de humor e visitas semanais de psiquiatra, com medicação, também levantou questionamento.

Potiretama, IDH 0,604, está com Dilma

Peguei de um amigo - Paulo Eboli - no Facebook.


Retrato 3x4 do Brasil

Potiretama é um município cearense a 280 quilômetros de Fortaleza, com 6.129 habitantes, dos quais 1.250 são beneficiários do Bolsa Família.

Seu IDH -conforme dados de 2010 é 0,604, o que leva o município a ocupar o 125º lugar no Ceará e o 4.055º no Brasil.

Potiretama não tem sequer um hospital ou mesmo escolas com um mínimo de qualidade!

Falta até água, bastando dizer que no prédio da Prefeitura, sede da maior autoridade municipal, falta água até mesmo para lavar as mãos!

Você imagina qual é a maior economia de Potiretama? O Bolsa Família.

Quer saber o que tal programa BOLSA FAMILIA produz com invulgar competência? Ócio, vagabundagem e VOTOS.

Em 2010 uma empresa de Mossoró instalou no município uma unidade industrial para processamento de castanha de caju.

A Prefeitura, então, criou uma cooperativa para disciplinar a atividade dos trabalhadores, mas a empresa, que começara com 130 funcionários, só durou três meses. Motivo? Falta de mão de obra!

Será que os 6 mil habitantes estavam todos empregados? Não, trabalhar para que se recebem tudo de graça, com os nossos altíssimos Impostos pagos regiamente.

Quanto aos votos, nas recentes eleições presidenciais a candidata Dilma Rousseff recebeu 92% dos votos, cabendo ao outro candidato os restantes 8%.

Em números absolutos, dos 3.816 eleitores que manifestaram sua vontade nas urnas, 3.511 optaram pela permanência da senhora Dilma Rousseff como presidente, mostrando que o programa não é um mero CABO Eleitoral.

Em verdade é muito mais. É, isto sim, um “GENERAL” Eleitoral, é como alimentar jumentos, que esperam todo dia seu alimento sem nada produzirem!...

Potiretama não deixa margem a dúvida... não deixa pessoa alguma mentir.

Enfim, uma luz no fim do túnel no caso do assassinato de Celso Daniel

A prisão do amiguinho do Barba, José Carlos Bumlai, ressuscitou uma denúncia de chantagem que começou a ser apurada na época do mensalão e acabou arquivada por falta de provas. Suspeitava-se de que Lula estava sendo vítima de chantagem em 2004 e que parte do empréstimo de R$ 12 milhões levantado por Bumlai no banco Schahim, em setembro daquele ano, teria sido usada para pagar o suposto chantagista, o empresário de transportes de Santo André, Ronan Maria Pinto.

A ligação entre o empréstimo e a suposta chantagem foi feita pelo juiz Sérgio Moro no despacho em que ele mandou prender Bumlai. Há dois meses, o lobista Fernando Baiano contou, em depoimento de delação premiada, que ouviu de terceiros que o empréstimo “teria sido tomado para pagar uma chantagem que o presidente Lula estaria sofrendo”. Baiano não disse quem passou a ele tal informação.

Há três anos Marcos Valério tentou obter uma delação premiada dando detalhes sobre o empréstimo contando à Procuradoria-Geral da República que o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira o havia procurado em 2004 pedindo ajuda porque Lula, Dirceu e Gilberto Carvalho estavam sendo chantageados por Ronan, que teria pedido R$ 6 milhões em uma reunião com Pereira e Valério para comprar um jornal no ABC. Segundo Valério, Pereira disse que o valor havia sido obtido por Bumlai junto ao Schahim e repassado ao empresário.

A Lava-Jato investiga se uma parte do empréstimo foi parar nas mãos de Ronan. Valério nunca esclareceu o que seria a chantagem. A suspeita é que ela teria relação com o assassinato do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel.

Que isso não se perca pelo caminho.


Delcidio, mais um salafrário em cana, traçava rotas de fuga para Cerveró

Agora reza, safado!
Nas gravações em que foi flagrado e que o levaram à prisão, o senador Delcídio do Amaral discutiu possíveis maneiras para a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Nas conversas gravadas ele discutia em detalhes com o filho de Nestor Cerveró e o advogado do ex-diretor que rotas deveriam ser usadas na evasão.

O plano seria implementado tão logo fosse concedido habeas corpus para livrar Cerveró da cadeia.

Eu me pergunto como é que esses canalhas podem encarar a família depois de fazer coisas desse tipo.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Do Oiapoque ao Chuí, ou, da siririca ao dedo no cu

Como se não bastasse o episódio dos oito ou nove gaúchos e gaúchas tarados enfiando os dedos nos cus, uns dos outros, agora é a Universidade Federal do Amapá (Unifap) que promete para o dia 26 uma “oficina de siririca e chuca” - masturbação feminina e lavagem anal, respectivamente - como pré-evento do III Simpósio Sobre Gênero e Diversidade.

Aliás, uma nota da Unifap explica que mudou o nome de oficina para “roda de conversa chuca e siririca: um diálogo sobre o corpo, interdições e descobertas”, “para evitar a má interpretação que vem ocorrendo”. Quiuspariu!, cuméquipode alguém, em nome de uma Universidade, ser tão imbecil assim? Faz até lembrar o cara que chegou no registro civil querendo mudar o seu nome, José Bunda, para João Bunda.

Esses merdas em pé são o retrato da educação no braziu do pt, do Oiapoque ao Chuí. Que se danem as matérias tradicionais se é muito mais importante saber se você vai dar ou comer um cu depois da aula.

Ah, eu ia esquecendo: e mais uma vez somos nós que sustentamos, agora, dedo na xota e lavação de cu.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pegando pesado: “A longa noite negra da consciência”

Félix Maier: A longa noite negra da consciência

“Ciência social, no Brasil, é crime organizado.” Olavo de Carvalho

O Dia da Consciência Negra foi criado em 9/1/2003, mas é celebrado todos os anos no dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares. Muitos municípios brasileiros inventaram um feriado nesse dia, para alegria de uns poucos, como os funcionários públicos e os gazeteiros de sempre.

No dia 20/11/2003, o site O Indivíduo publicou o texto do estudante Pedro Sette-Câmara, “A negra noite da consciência”, criticando a “Semana da Consciência Negra”, que estava sendo realizada na PUC carioca. Foi um bafafá e tanto, que rendeu xingamentos sem fim ao escriba, como racista, hitlerista e outros nomes que todo esquerdista gosta de grudar na testa de quem não reza de acordo com sua cartilha politicamente correta.

Uma década depois, pode-se afirmar que a noite negra da consciência nacional continua cada vez mais profunda - e não é por conta unicamente de alguns movimentos negros. Está mais do que comprovado que o marxismo, o gramscismo, o desconstrucionismo à Jacques Derrida, a teoria crítica ou contracultura da Escola de Frankfurt, o politicamente correto, o preconceito linguístico à Pierre Bordieu ou à la Marcos Bagno são correntes afins que têm por objetivo prioritário a destruição da cultura ocidental de origem jucaico-cristã. Com a revolução ideológica dos esquerdistas, pode-se dizer que foi para o brejo “a consciência crítica dos intelecutais, que é fator regulador e filtrador do processo de interpretação” (CURY, 2012: 102-3). Com a pregação da filosofia da miséria, o que restou foi a miséria da filosofia.

A rigor, já são 40 anos que dura a longa noite negra da consciência brasileira, como escreveu Olavo de Carvalho. Dentro desse processo de desconstrução social do Brasil, os movimentos negros têm grande importância ao propor e receber “reparações” de todo tipo em nosso País, por conta da escravidão imposta a seus antepassados, em detrimento da população em geral. Batendo de frente contra a Constituição, que preceitua que todos são iguais perante a lei, independente de raça, religião ou sexo, esses movimentos querem direitos exclusivos por conta da cor de sua pele. Para tal, foram criadas as famigeradas “cotas étnicas”, que eu chamo de “cotas racistas”, configurando um racismo às avessas, o racismo negro. Hoje, existe cota étnica para negros e índios nas universidades e no serviço público. Não contentes com tais privilégios, querem também cotas no Parlamento. Já abordei esse assunto em textos publicados no MSM, como back2black.

A longa noite negra da consciência, especificamente relacionada aos negros, pode ser comprovada pela importação de tudo o que não presta dos EUA, como o funk e o rap. Vá lá, há algumas poesias de funk e rap que são criativas e legítimas, por mostrar cruamente o que ocorre nas “comunidades” outrora chamadas de “favelas” brasileiras. Como se sabe, o rap (rythm and poetry - ritmo e poesia) é um tipo de “música” que teve origem na periferia de grandes cidades norte-americanas, especialmente em guetos de negros, muitas vezes pregando a violência. “Nos últimos anos, houve debates acalorados dentro da comunidade negra e da mídia dominante após o suposto louvor à formação de gangues, à violência e às drogas por parte dos rappers” (KELLNER, 2001: 239).

A pregação de violência nos morros cariocas, especialmente contra a PM, pode ser conferida com o rapper Mr. Catra, do CD pirata “Proibidão”:

“Cachorro (PM),
Se quer ganhar um dindim (dinheiro),
Vende o X-9 (delator) pra mim
O patrão (chefe do tráfico) tava preso,
Mas mandou avisar
Que a sua sentença nós vamos executar
E com bala HK (fuzil)”.

E o que disse o então Secretário Estadual de Direitos Humanos do Rio, João Luiz Duboc Pinaud (que é primo de Mr. Catra)? “É um rapaz muito inteligente e sensível”.

Junto com o rap e o funk, veio o ebonics, a língua inglesa negra dos EUA, que ignora verbos, suas conjugações e a pronúncia. O termo originou-se de ebony e phonics. Lá como cá, é moda falar errado, dentro dos conceitos do preconceito linguístico do tipo “é nóis” ou “nóis pega os peixe”, como foi visto em cartilha do MEC.

Outra invenção americana foi a “teologia negra”, a qual, por sorte, ainda não deitou raízes por aqui. Por enquanto. Afinal, se muitos mulatos brasileiros se declaram negros puros, rejeitando o DNA do sangue branco que corre em suas veias, tudo é possível. “O marxismo - como movimento revolucionário - procura conquistar o poder fomentando conflitos sociais. Nos Estados Unidos, a boa situação financeira dos trabalhadores industriais os imuniza contra o vírus da luta de classe. Não podendo fomentar o ódio social da luta de classe, o marxismo pretende, atualmente, nos Estados Unidos, fomentar a luta racial. A este diabólico serve a ‘Teologia Negra’. O principal (porém não o único) representante da teologia negra é James Cone. Nascido em 1938, no seio da comunidade negra norte-americana, é licenciado em teologia pelo Seminário protestante de Evanston (Illinois) e doutorado pela Northwestern University. Seu primeiro e mais importante livro, Teologia Negra e Poder Negro, foi editado em 1969; e em 1970, publicou Teologia Negra da Libertação. (Miguel Paradowski, in “A Teologia Negra”, Verbo, Espanha, maio/julho/75). Para Cone, a teologia é uma obra coletiva, comunitária, mas somente quando surgida na “comunidade dos oprimidos”; para o teólogo racista, “somente uma comunidade dos oprimidos é uma comunidade cristã”. Por isso, para Cone, a “teologia branca” é a “teologia do Anticristo” e, para ser cristã, a “teologia branca deve transformar-se em teologia negra, renegando a brancura como forma adequada do existir humano e afirmando a negritude como a intenção de Deus para a humanidade”. A Teologia Negra tem a mesma tendência que qualquer grupo de contestação política radical: “transformar a comunidade tradicional em grupos de ação, isto é, transformar a instituição em energia social - postulado do marxismo revolucionário” (Sig. Altmann, redator dos temas religiosos do Der Spiegel, in “Adeus, Igreja”, Una Voce, jan/março/75).

Afinal, o que de importante, culturalmente, foi criado pela comunidade negra nos últimos anos no Brasil, além de violentos raps e funks que glamourizam a violência e a promiscuidade? A caxirola? Pois é, o troço foi proibido de ser usado na Copa do Mundo no Brasil em 2014, depois que expectadores jogaram a estranheza na cabeça dos jogadores em jogo realizado em Salvador, Bahia, a cidade que criou a tal coisa. Lá se foi para o ralo o sonho bilionário de Carlinhos Brown...

O baiano Francisco Félix de Souza nasceu em 1771, filho de um português com uma escrava. Alforriado aos 17 anos, mudou-se para a terra dos seus ancestrais, na África. “Assim, em 1788, Francisco Félix de Souza desembarcou em Benin e, por ironia do destino, tornou-se um próspero traficante de escravos. Morreu aos 94 anos, teve 53 mulheres, oitenta filhos e 12.000 escravos, deixando aos herdeiros um fabuloso império de 120 milhões de dólares, em dinheiro de hoje” (Alexandre Oltramari, in “Pelas lentes da história”, revista Veja, 10/12/2003, pg. 115).

Uma das últimas alucinações brasileiras é o movimento “Reparações Já”. Idealizado pelo Núcleo de Consciência Negra (NCN), o movimento surgiu em 1993, na Bahia, e pleiteia que o Estado brasileiro indenize a cada descendente de escravo africano pelo trabalho gratuito de seus ancestrais, ou seja, “todos os negros e mestiços do país”. Não tenho dúvida de que esses senhores, caso tivessem vivido no tempo da escravidão, também teriam seus escravos, como ocorreu com Zumbi dos Palmares e Francisco Félix de Souza. A indenização pretendida pelo movimento é de US$ 102 mil para cada descendente de escravo. Eu concordo em pagar minha parcela, desde que, antes, eu tenha o direito de ter uma dúzia de escravos e algumas jovens mulatas para me acalentar nas minhas horas tristes...

O jornalista Nelson Ramos Barretto, autor de famosa trilogia sobre indígenas, quilombolas e MST, lembra como o movimento negro substituiu a bondosa Princesa Isabel por Zumbi, um escravocrata que espalhava o terror nas populações vizinhas a partir do Quilombo dos Palmares. Barretto apresenta uma prova de que “Zumbi mantinha escravos de tribos inimigas para os trabalhos do quilombo”, tirada do livro Divisões Perigosas, de José de Souza Martins (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, pg. 99): “Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo linguístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões” (BARRETTO, 2007: 20).

“Nos anos 70, os historiadores marxistas projetaram no Quilombo de Palmares tudo o que imaginavam de sagrado para uma sociedade comunista: igualdade, relações de trabalho pacíficas e comida para todos. Sabe-se hoje que o quilombo do século 17 estava mais para um reino africano daquela época que para uma sociedade de moldes que surgiram mais de um século depois. Zumbi provavelmente descendia de imbangalas, os ‘senhores da guerra’ da África Centro-Ocidental. Guerreiros temidos, eles habitavam vilarejos fortificados, de onde partiam para saques e sequestros dos camponeses de regiões próximas. Durante o ataque a comunidades vizinhas, recrutavam garotos, que depois transformariam em guerreiros, e adultos para trocar por ferramentas e armas. Esse modo de vida é bem parecido ao descrito por quem conheceu o Quilombo dos Palmares. ‘Quando alguns negros fugiam, mandava-lhes crioulos no encalço e uma vez pegados, eram mortos, de sorte que entre eles reinava o temor’, afirma o capitão holandês João Blaer” (Leandro Narloch, in “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” - http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/10631-guia-politicamente-incorreto-da-historia-do-brasil.html, acesso em 10/6/2011).

Resumo da opereta: a consciência não deve ser negra, branca, amarela ou vermelha, apenas consciência. Afinal, o gênero humano é um só e não cabe mais, cientificamente, o conceito de raças, a não ser para os racistas, que se aproveitam de leis espúrias e antidemocráticas para obter, não direitos, mas regalias que não merecem.

Que saudade dos compositores e cantores negros americanos do negro spiritual, do blues, do jazz, ou dos antigos compositores negros brasileiros do samba e do chorinho. O clássico, em todas as artes, infelizmente sumiu além do horizonte, dando lugar à mais pura baixaria. E isso não acontece somente entre a cultura negra. O que temos hoje é a esbórnia total no teatro, no cinema, na televisão, na cultura e nas canções. Dignidade, nunca mais!

Notas:

BARRETTO, Nelson Ramos. A Revolução Quilombola - Guerra racial, confisco agrário e urbano, coletivismo. Editora Artpress, São Paulo, 2007.

CURY, Augusto. O Colecionador de Lágrimas - Holocausto nunca mais. Planeta, São Paulo, 2012.

KELLNER, Douglas. A cultura da mídia - Estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. EDUSC, São Paulo, 2001 (Tradução de Ivone Castilho Benedetti).


No Rio de Janeiro falta é autoridade, Gullar - lei já tem pra cacete!

Ferreira Gullar: Cidade sem Lei

Viver no Rio de Janeiro não está fácil. Sei de várias pessoas que, embora adorando a cidade, resolveram ir embora. As razões são muitas, desde a insegurança, que cada vez mais atemoriza as pessoas, até o caos urbano, que vai se impondo em quase todos os bairros.

As causas dessa situação certamente são várias, mas, dentre elas, a que nos parece ser a principal é o total desrespeito às normas do convívio social e que se manifesta a todo momento e em todos os lugares. A permissividade se instalou no comportamento de considerável parte da população carioca, a tal ponto que, se alguém se atreve a reclamar, estará sujeito a represálias. Quem se comporta conforme as normas sociais é considerado “careta”.

Como se sabe, as normas sociais foram criadas para permitir o convívio pacífico das pessoas. Graças a elas, cada indivíduo é educado para saber o que lhe é permitido fazer e o que não lhe é permitido, ou seja, o meu direito termina onde começa o direito do outro.

Sim, mas não é assim no Rio. Aqui o dono de um boteco de uma porta só ocupa a calçada em frente com cadeiras e mesas para servir bebidas alcoólicas a dezenas de pessoas. Põe sobre sua porta um aparelho de televisão que transmite os jogos de futebol pela noite adentro, sendo que, a cada gol, aquela torcida berra. Mas e a família que mora no primeiro andar, em cima do boteco? Não pode ver a novela, não pode ouvir música e não vai poder dormir tão cedo.

Pergunto: a lei permite isso? Claro que não. Perturbar o sossego público é crime, mas não aqui no Rio. Sábado passado, fui caminhando pela rua Barata Ribeiro, uma das principais de Copacabana, e me surpreendi com a quantidade de bares e restaurantes que ocupam as calçadas com cadeiras e mesas. É quase impossível passar por ali. O transeunte tem que descer da calçada para a pista por onde passam ônibus e automóveis, correndo o risco de ser atropelado.

Faz pouco tempo, isso era coisa rara, ocorria apenas na avenida Atlântica, cujas calçadas são bastante amplas, permitindo o livre caminhar das pessoas. Agora, a ocupação das calçadas pelos botecos, lanchonetes e restaurantes ocorre em todos os bairros e as autoridades, que deveriam zelar pelo cumprimento das leis, nada fazem. Por quê?, perguntamos nós, cidadãos, prejudicados em nossos direitos. Será que os encarregados de manter a ordem recebem propinas? Em São Paulo estava acontecendo o mesmo abuso, mas o prefeito proibiu, segundo soube.

Entre janeiro e maio deste ano, o Instituto de Segurança Pública do Rio realizou um estudo detalhado para avaliar os problemas de segurança da cidade. O resultado, ainda que previsto, foi assustador: de um total de 345.964 ligações para o telefone 190 da polícia, 51.405 reclamavam da perturbação do trabalho ou do sossego. Mais de 17 mil queixavam-se dos sons vindos do vizinho; mais de 11 mil, vindos dos bares; e mais de 10 mil, da via pública, e por aí vai...

Um morador do bairro de Santa Teresa, depois de telefonar dezenas de vezes pedindo a ajuda da polícia para poder dormir, desistiu e passou a dormir em casa de parentes e conhecidos. É que a polícia vem, obriga o cara a abaixar o som, mas, assim que vai embora, ele o põe mais alto ainda para se vingar do chato que, veja você, deseja dormir!

É que a chamada lei do silêncio não serve para nada. As próprias autoridades admitem que é quase impossível aplicá-la. A lei que serve para deter esses abusos é a que pune os atentados ao sossego público, porque é disso que se trata. A indiferença das autoridades a esses abusos chega, no Rio, às raias do absurdo. Se vier à nossa cidade maravilhosa tenha cuidado ao atravessar uma rua, porque aqui frequentemente alguém é atropelado por uma bicicleta, um triciclo ou motocicleta, pois andam todos na contramão e em alta velocidade. Para eles também não há sinal fechado, já que desobedecê-lo, no Rio, não é exceção, é a regra. E as motocicletas, que andam com o cano de descarga destampado apenas para fazer barulho e atordoar as pessoas?

A verdade é que o Rio, hoje, é uma cidade sem lei.

Falta atitude no brasileiro até nas coisas mais banais

Mundo Cordel: Reflexão no cinema (mas não foi sobre o filme)

Quinze de novembro de 2015. Feriado de Proclamação da República. Não vi muitos sinais de que se tratava de uma data comemorativa. Até porque o feriado caiu em um domingo, aí ninguém dá mesmo muita importância para isso.

Almocei com minha mulher em um shopping center, aproveitando o sossego das lojas fechadas em homenagem ao feriado republicano, e fomos ao cinema.

O filme não era lá essas maravilhas, mas servia como entretenimento. Até que as imagens sumiram da tela. A plateia fez um “Aaaaah!” tímido, mas logo silenciou. As pessoas esperaram, educada e pacientemente, que o problema fosse resolvido.

Acontece que a solução não chegou tão rapidamente como se esperava. Após uns longos minutos, as imagens voltaram à tela, só que em um ponto posterior àquele onde a exibição havia parado. Alguém gritou “Volta o filme! Volta o filme!”. E, depois de mais um tempo, o filme acabou voltando mesmo, mas logo parou novamente. Paralelamente a esses problemas na exibição, percebemos que o ar condicionado parara de funcionar.

Para nós, bastava. Levantamo-nos e fomos à gerência exigir nosso dinheiro de volta.

Apesar do aborrecimento dominical, o fato não mereceria de mim qualquer registro, a não ser por duas razões: 1) nenhum representante do cinema dirigiu a palavra aos espectadores, para explicar o problema ou se desculpar; 2) a maneira passiva (e não apenas pacífica) com que as pessoas se comportaram diante da situação.

Porque na minha – talvez muito particular – maneira de ver as coisas, a gerência do cinema tinha o dever de enviar alguém, logo na primeira falha, para dizer aos espectadores algo do tipo: “Senhoras e senhores, temos um problema técnico. Estamos tentando solucionar, mas os clientes que preferirem podem se dirigir à gerência agora, para receber seu dinheiro de volta”.

Como tal não ocorreu, nem qualquer outra variação que sinalizasse algum respeito da empresa pelas pessoas que ali estavam, a reação destas me pareceu mais estranha ainda.

Apesar de aquelas pessoas estarem pagando (caro) por um serviço que não estava sendo prestado adequadamente, e ainda, sendo tratadas sem um mínimo de respeito, elas não demonstravam nenhum sentimento de indignação. Ninguém ficava de pé, ninguém erguia a voz, ninguém protestava. Nada.

Depois que eu e minha mulher nos dirigimos à gerência, umas seis pessoas nos seguiram. Mas a grande maioria permaneceu lá, quieta.

Tudo isso me fez pensar no seguinte: como esperar que essas pessoas, que não têm iniciativa sequer para exigir um tratamento digno em um cinema, participem ativamente da vida política do país? Como esperar que ocupem as ruas e as praças, exigindo dos políticos, e das autoridades em geral, uma conduta compatível com seus cargos?

Mas, já ocorreram manifestações populares enormes este ano! – contestarão alguns.

É verdade – respondo – e foram fatos realmente extraordinários. Mas acontecidos episodicamente, em tardes de domingo, sem uma regularidade que viesse a manter alguma pressão mais efetiva.

Para a situação que o país vive, enfrentando crises econômica e política, é pouco. Para um país no qual ex-diretores de sua maior estatal, alguns dos maiores empresários do país e dezenas de políticos estão envolvidos em um esquema gigantesco de corrupção, é muito pouco. Para uma nação que vê o presidente da Câmara dos Deputados ameaçado de cassação, e a presidente da República ameaçada de impeachment, é quase nada.

A cada dia, novas raízes do baobá da corrupção são expostas pelas escavadeiras da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça Federal. Nos Estados e nas prefeituras, inúmeros casos menores, mas não menos criminosos, são exibidos regularmente em reportagens de revistas e programas de televisão. Licitações fraudulentas, cartéis, escoamento do dinheiro público para empresários inescrupulosos e campanhas políticas são fatos corriqueiros.

E a economia se deteriora. E o desemprego cresce. E a inflação aumenta.

O descrédito da classe política é tão grande que, nas poucas vezes em que uma quantidade significativa de pessoas saiu à rua para protestar, foi marcante a rejeição à presença de símbolos, bandeiras e até pessoas ligadas a partidos políticos. Centrais sindicais e movimentos sociais também não eram bem vindos. Seja porque quem estava na rua não acreditava nessas entidades, seja porque essas próprias entidades tratam aquelas pessoas como se não fizessem parte do povo.

O certo é que a insatisfação das pessoas com a situação do país é percebida em qualquer conversa de bar. Insatisfação por fatos ocorridos em nível municipal, estadual e federal. No Poder Executivo, no Legislativo e no Judiciário.

Mas falta um mecanismo de canalização dessa insatisfação, para que ela gere um processo de transformação da realidade. Para que as pessoas se unam, e exijam respeito de seus representantes.

Talvez nos faltem lideranças, talvez nossa educação não tenha sido bem direcionada para a formação de cidadãos. Não seio que é. Sei apenas que nos falta algo.

Como naquela sala de cinema. Onde ninguém gostou do que estava acontecendo, mas faltava algo que fizesse as pessoas tomarem uma atitude. Não apenas para exigir o dinheiro de volta, como fizemos eu e minha mulher, mas para exigir, acima de tudo, respeito e dignidade.

Quadrilha petralha agora vai divulgar mentira na “Oropa, França e Bahia”

Deu no Valor:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes petistas preparam um tour pela Europa e Ásia para divulgar uma cartilha lançada pelo PT, onde a sigla se defende das denúncias de corrupção e atribui à oposição, à imprensa e a setores do Estado uma tentativa de criminalizá-lo. O documento será traduzido para o inglês e o espanhol, e ganhará nova tiragem. Na sexta-feira, Lula orientou os jovens petistas a ler, estudar e reproduzir o documento em defesa de seu legado, do partido e do governo Dilma Rousseff.

Faz lembrar o poema de Ascenso Ferreira:

Oropa, França e Bahia
 
Num sobrado arruinado,
tristonho, mal assombrado,
que dava pros fundos da terra.
(“Pra ver marujos,
Tirulilluliu!
quando vão pra guerra...”)
E dava fundos pro mar.
(“Pra ver marujos,
Tiruliluliu!
ao desembarcar”).
 
...Morava Manuel Furtado
português apatacado,
com Maria de Alencar!
 
Maria era uma cafuza,
cheia de grandes feitiços.
Ah! os seus braços roliços!
Ah! os seus peitos maciços!
Faziam Manuel babar...

A vida de Manuel,
que louco alguém o dizia,
era vigiar das janelas
toda a noite e todo o dia,
as naus que ao longe passavam,
de “Oropa, França e Bahia”!

E por aí afora...

domingo, 22 de novembro de 2015

Wall Street Journal: “Petrobras é a petrolífera mais endividada.” Parabéns aos ladrões do PT!

A conta da estatal Petrobras, a companhia petrolífera mais subsidiada do mundo, está vindo para o Brasil. São US$ 127.500.000.000 acumulados em dívidas, depois de passar a maior parte da década passada se entupindo de crédito barato estrangeiro em uma tentativa de se tornar um dos top-five produtores mundiais de petróleo.

E por aí afora. Sarah Leshner Carvalho, analista do Barclays ainda completa:

“Eu recebi telefonemas de investidores de todos os fusos horários ao redor do mundo. Não há quase nenhum lugar do mundo onde não hajam envolvidos com títulos da Petrobras.”

Deram mole, a França dançou

Do New York Times

Michel Houellebecq: A França falhou

No rescaldo dos atentados de janeiro em Paris passei dois dias sem poder desligar, diante dos canais de notícias. No rescaldo dos atentados de 13 de novembro, quase não liguei a televisão; contentei-me em ligar para as pessoas que conhecia nos bairros atingidos (e que era um monte de gente). Você se acostuma aos atentados.

Em 1986, uma série de explosões ocorreu em Paris, em diferentes locais públicos (foi o Hezbollah libanês, acredito, o responsável). Houve uns quatro ou cinco atentados, num período de alguns dias, talvez por uma semana. Não me recordo exatamente. Mas o que me lembro perfeitamente é da atmosfera no metrô, naquela primeira semana. O silêncio dentro dos carros era total; e os olhares dos passageiros se cruzavam carregados de desconfiança.

Era a primeira semana. E então, logo depois, as conversas foram retomadas, o clima voltou ao normal. A perspectiva de outra iminente explosão ainda estava lá, na mente de todos; mas havia passado a um segundo plano. Você se acostuma aos atentados.

A França vai se segurar. O francês vai se segurar, sem mesmo precisar de um heroísmo particular, sem mesmo ter a necessidade de uma “reação nacional”. Eles vão se segurar porque não há outra maneira de fazer, e porque você se acostuma a tudo. E porque nenhuma força humana, nem mesmo o medo, é mais forte do que o hábito.

“Mantenha a calma e siga em frente”. Tudo bem, é o que vamos fazer (mesmo que estejamos bem distantes, infelizmente, de ter um Churchill para nos conduzir). Ao contrário da crença difundida, os franceses são bastante dóceis, bastante fáceis de governar. Mas igualmente eles não são completos idiotas. Sua principal falha reside muito numa espécie de frivolidade negligente que torna necessário, periodicamente, refrescar-lhes a memória. A situação desafortunada na qual nos encontramos tem responsáveis, e responsáveis políticos; e estas responsabilidades políticas haverão de ser, cedo ou tarde, analisadas. É pouco provável que o insignificante oportunista que detém o cargo de chefe de Estado ou o débil mental congênito que faz as vezes de primeiro-ministro, ou mesmo os “tenores da oposição” reapareçam fortalecidos desta análise.

Quem, exatamente, diminuiu os efetivos das forças policiais, até que estivessem completamente no limite, e quase incapazes de cumprir sua missão? Quem, exatamente, martelou ao longo dos anos que as fronteiras eram um absurdo antiquado, símbolo de um nacionalismo rançoso e nauseante?

As responsabilidades, como se pode ver, são largamente compartilhadas.

Quais responsáveis políticos engajaram a França nas operações absurdas e dispendiosas cujo principal resultado foi mergulhar no caos o Iraque, em seguida a Líbia? E quais responsáveis políticos se preparavam, há bem pouco tempo, para fazer a mesma coisa na Síria?

(Estava esquecendo, é verdade que nós não fomos ao Iraque; não pela segunda vez. Mas foi por pouco, e parece certo que Dominique de Villepin, então ministro das Relações Exteriores, entrará para a História unicamente por isso — o que não é nada — por ter impedido que a França por uma vez, por somente e uma única vez em sua História recente, não participasse de uma operação criminosa que também foi uma estupidez).

A conclusão que se impõe é, desgraçadamente, severa: nossos sucessivos governos após dez (20? 30?) anos, lamentavelmente, sistematicamente, categoricamente falharam na sua missão essencial: proteger a população sob sua responsabilidade.

A população, ela não falhou. No fundo, não sabemos exatamente o que ela pensa, os governos sucessivos têm tomado muito cuidado com referendos (com exceção de um, em 2005, sobre uma proposta de Constituição Europeia, cujo resultado preferiram ignorar). Mas pesquisas de opinião são permitidas e, no que elas são valorosas, revelam mais ou menos as seguintes coisas. A população francesa sempre manteve sua confiança e sua solidariedade acerca de seus policiais e suas Forças Armadas. E tem amplamente recebido com desgosto a pregação da “moral de esquerda” (moral?) sobre o acolhimento de refugiados e de imigrantes. E ela jamais viu sem suspeição as aventuras militares no exterior que os governos julgaram boas de se associar.

Poderíamos multiplicar os exemplos de divergências, que se tornaram abissais, entre a população e aqueles que supostamente a representam. O descrédito que atinge atualmente, na França, a todos os partidos políticos não só é massivo: é legítimo. E me parece, parece-me bem que a única solução que nos resta é ir suavemente para a única forma de democracia real: que entendo, rumo à democracia direta.