quarta-feira, 5 de agosto de 2015

FHC e os alemães

Não, eu não me refiro à entrevista que Fernando Henrique deu à revista alemã “Capital”, mas sim aos amigos inseparáveis Alz e Heimer, que parecem estar em sintonia com nosso ex-brilhante ex-presidente. Quando o bom senso abandona sem mais nem menos o raciocínio de um cidadão que se destacava quase que exclusivamente por essa virtude, só os alemães explicam. Senão, vejamos o que ele tem dito ultimamente:

“A Excelentíssima Presidente da República deveria ter mais cuidado. Em vez de tentar encobrir suas responsabilidades, jogando-as sobre mim, que nada tenho a ver com o caso, ela deveria fazer um exame de consciência. Poderia começar reconhecendo que foi no mínimo descuidada ao aprovar a compra da refinaria de Pasadena e aguardar com maior serenidade que se apurem as acusações que pesam sobre o seu governo e de seu antecessor.”
FHC em nota divulgada à imprensa em fevereiro deste ano, referindo-se à autorização da presidente pela compra de 50% da refinaria, no Texas (EUA), quando era ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, em 2006, após Dilma afirmar que, se os escândalos de corrupção na Petrobras tivessem sido investigados durante a gestão de FHC, alguns dos funcionários corruptos não estariam mais praticando atos ilícitos. Na época, FHC disse se sentia “forçado” a reagir, uma vez que “a própria presidente entrou na campanha de propaganda defensiva, aceitando a tática infamante da velha anedota do punguista que mete a mão no bolso da vítima, rouba e sai gritando “pega ladrão!”.

“O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo.”
FHC ao rechaçar o tal papo proposto por Lula há alguns dias.

Isso tudo para, dias depois, FHC dizer que Dilma não está envolvida no escândalo de corrupção na Petrobrás:

“Eu a considero uma pessoa honrada, e não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também não pelo ódio dentro do meu partido, ódio que se volta agora contra o PT.”

Além de frisar que para que Lula seja preso, é preciso que haja algo “muito concreto” e que isso dividiria o País, já que ele é um líder popular. E disse que talvez Lula tenha que depor como testemunha, “o que já seria suficientemente desmoralizante”.

“Não se deve quebrar esse símbolo (Lula), mesmo que isso fosse vantajoso para o meu próprio partido. É necessário sempre ter em mente o futuro do País. Ele certamente tem muitos méritos e uma história pessoal emocionante. Um trabalhador humilde que conseguiu ser presidente da sétima maior economia do mundo.”

Para terminar, nomeou-se deus, dizendo que Lula foi apenas um seguidor seu:

“Eles fizeram dele um deus, mas ele apenas levou adiante a minha política.”

Lamentavelmente a constatação é óbvia: FHC não está batendo bem da cabeça.

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