Deu na Folha
Durante encontro de ex-alunos da Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, juristas defenderam que a presidente Dilma Rousseff
renuncie à Presidência da República com o objetivo de preservar as instituições
brasileiras que, segundo os defensores do manifesto, foram atingidas por
sucessivos escândalos de corrupção durante o governo dela e de seu antecessor,
Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
O porta-voz do grupo foi o jurista e ex-ministro do STM
(Supremo Tribunal Militar) Flavio Flores da Cunha Bierrenbach. Em discurso aos
cerca de 300 presentes ao Circolo Italiano, em São Paulo, Bierrenbach afirmou
que “o Brasil não pode ser hipotecado à corrupção”.
“O povo brasileiro não suporta mais o estigma de legatário
da herança maldita das felonias de seus governos. Governos cujo espólio inclui
escândalos que se sucedem como pragas bíblicas, dentre os quais o desmanche da
Petrobras é o mais revoltante”, afirmou, na única menção direta à Operação Lava
Jato.
Dentre os presentes estavam o secretário de Segurança
Público de São Paulo, Alexandre de Moraes, e o jurista Modesto Carvalhosa. Em
entrevista à reportagem, Carvalhosa já havia afirmado que a presidente Dilma
prevaricou e que o governo está se articulando para livrar as empreiteiras
implicadas na Lava Jato de punições severas.
Após o almoço, que aconteceu em comemoração à instalação dos
cursos de direito no Brasil, por dom Pedro 1º, em 11 de agosto de 1827, foram
recolhidas assinaturas de apoio ao manifesto.
O discurso de Bierrenbach também trouxe uma breve crítica
aos opositores do PT. “A oposição, caso existisse, bem poderia apontar algum
rumo, fora dos figurinos embolorados do oportunismo de ocasião.”
O ex-ministro do STM concluiu que a “comunidade jurídica,
despida de qualquer uniforme partidário”, pedia a Dilma um “gesto de grandeza,
para que a senhora presidente da República preserve tanto as instituições que
jurou defender como sua própria biografia”. Ao fim, declarou: “Renúncia já!”.
O manifesto tem boa intenção, mas o inferno é feito de boas intenções. O ponto determinante para começar a solucionar a crise depende da renúncia do Temer, é a renúncia dele que a população deve pedir, não para responsabilizá-lo pela crise, como um ato para oferecer novas eleições ao Brasil, sem o Temer a Dilma não se sustenta.
ResponderExcluirEntão vejamos o meu diário de agosto para hoje, Oitavo dia útil:
Aliados de Cunha preparam reação à aliança de Renan com o governo Dilma. Cunha é do PMDB, Renan é do PMDB, o vice de Dilma, Michel Temer, é do PMDB e também é articulador político do governo, mas não foi o Temer que articulou e a articulação não foi com o PMDB, mas o PMDB tornou-se o tutor da crise política, instalou a crise no Congresso e dentro do próprio partido.
Isso não coloca a Dilma mais longe de uma renúncia, ao contrário, permite que ela renuncie deixando o PMDB comprometido a situação deixada pela presidente que renunciou, garantindo a continuidade da crise após a renúncia, Dilma poderá dizer ao público que o problema não era ela. O PMDB, que tem a fama de não ser para principiantes, levou uma rasteira de alguém sem o mínimo de talento ou currículo político (Dilma Rousseff).