A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) já foi tema de muitas críticas minhas aqui no TMU, tomada que foi pelo partidarismo político, mais especificamente o petralhismo escancarado. Bem melhor do que eu para falar sobre essa ordem, hoje em desordem com a Justiça e com o Direito, é Reginaldo de Castro, seu ex-presidente.
Reginaldo de Castro: Por onde anda a OAB?
Poucas vezes na história republicana do Brasil tantos e tão
graves acontecimentos puseram em risco o Estado Democrático de Direito. São
questões que, no passado, provocariam a intervenção da única tribuna pública
não estatal em defesa da cidadania: a Ordem dos Advogados do Brasil, cujo
Estatuto a compromete com a defesa da Constituição, da democracia e dos
direitos humanos.
A OAB surgiu no bojo de uma crise institucional de grandes
proporções: a Revolução de 1930. São 84 anos. Desde então, teve papel decisivo
em todos os conflitos da vida brasileira, sempre mantendo distância crítica dos
protagonistas do processo político, ocupando, com isenção e destemor, a tribuna
da sociedade civil.
Não por acaso, quando o general-presidente Ernesto Geisel,
em 1974, intentou a abertura democrática, dirigiu-se não a um partido político,
mas à OAB. Raymundo Faoro era seu presidente e encaminhou os pleitos da
sociedade: restabelecimento do habeas corpus, fim da censura, revogação dos
atos institucionais, anistia e eleições diretas. Numa palavra, a
redemocratização.
O atendimento não foi imediato; a abertura, como se recorda,
era lenta e gradual. Mas a agenda desembocou, no final do governo seguinte, do
general Figueiredo, na redemocratização.
Hoje, diante de sinais claros de retrocesso, sente-se a
falta da palavra e da orientação da OAB. Falo como seu ex-presidente e alguém
que preza sua história e papel social. Distingo a instituição dos que
circunstancialmente estão no seu comando.
Estamos diante de uma agenda política assustadora. Teme-se
pela independência do Judiciário e do Legislativo. O aparelhamento do Estado,
síntese desses temores, culmina com a edição do decreto 8.243, que o entrega ao
arbítrio dos “movimentos sociais”, sem que se defina o que são, já que podem ser
institucionais ou não, segundo o decreto.
Antes, tivemos o mensalão, pontuado de agressões por parte
dos réus ao STF e ameaças de morte a seu presidente, Joaquim Barbosa. E ainda:
a tentativa de regulamentar (eufemismo de censurar) a mídia; a inconstitucionalidade
do programa Mais Médicos; a desobediência do presidente do Senado ao STF quanto
à instalação da CPI da Petrobras; a violência dos black blocs nas manifestações
de rua; as ações criminosas de milícias armadas do MST e do MTST, entre
numerosas outras ilegalidades que reclamam uma palavra firme de condenação por
parte da advocacia brasileira. E o que se ouviu da OAB? Nada.
São assassinadas no Brasil anualmente mais de 50 mil
pessoas, a maioria, jovens e pobres, em decorrência do narcotráfico. Hoje, o
Brasil é, além de rota preferencial do comércio de drogas, o segundo maior
consumidor mundial de cocaína e o primeiro de crack. O PT, há quase 12 anos no
poder, não inclui esse combate entre suas prioridades. E o que diz a OAB? Nada!
Preocupo-me com essa omissão, que, como é óbvio, não é
gratuita: tem substância política, expressa na inclusão do nome de seu atual
presidente, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, na lista de postulantes ao STF. A
presidente Dilma Rousseff faria um grande favor à advocacia brasileira
nomeando-o, em justa paga aos inestimáveis serviços prestados a seu governo.
A OAB é grande, mas sua atual direção trai a sua história e,
com isso, infunde desamparo à nossa frágil democracia. É preciso resgatá-la e
devolvê-la a seu glorioso lugar de porta-voz da cidadania brasileira.
(argento) ... Sim, há uma AGENDA, começa no Ensino Fundamental, não sem motivo Sucateado - não se aprende a ler, logo, não se Interpreta aquilo que se leu, não se aprende a escrever - completa-se no Ensino dito Superior, onde qualquer interpretação é "devidamente TRADUZIDA".
ResponderExcluir... o Aparelhamento das Instituições é Apenas uma CONSEQUÊNCIA ... e segue a Agenda do SISTEMA ... (argento)
(argento) ... dentro do Windows, não é possível formatar a partição "C", do Windows ... (argento)
ExcluirAh!, a OAB? ... vai bem, obrigado.
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