Brasil em primeiro, por Tania Zagury, filósofa e educadora.
É verdade, ficamos em primeiro, mas não na Copa! Estou me
referindo ao estudo que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico divulgou no qual ocupamos o primeiro em bagunça na sala de aula.
Somos o país cujos professores mais perdem tempo para combater a indisciplina
(20% do tempo, mais 12,2% em tarefas como fazer a chamada, e somente 67% em
atividades pedagógicas).
Diante do quadro, sobram especulações. Segundo alguns, falta
ao docente domínio de classe; outros apontam a tecnologia como solução; há os
que afirmam que as aulas são desmotivadoras e a bagunça, mera consequência.
Preocupam-me afirmativas que culpam o professor - e param aí. Porque o problema
é mais complexo e se agrava ano a ano. Professor apanhar de aluno ou ser
xingado já é corriqueiro. E, sim, alguns docentes erram - afinal ninguém é
perfeito.
Não nego que todas as hipóteses acima estejam corretas. Não
atacam, porém, a raiz do problema. Estudo que empreendi em 2006, com cerca de
dois mil docentes, mostrou que, de norte a sul do país, professores consideram
a indisciplina e a falta de respeito dos alunos o seu mais grave problema. E
sinto dizer: boa parte disso se origina na família e, claro, pode se agravar se
a escola não for de qualidade. Verdade é que boa parte dos pais deixou de lado
o que tão bem fazia: a socialização primária, que nada mais é do que ensinar
limites, respeito a colegas e autoridades - enfim as bases da boa educação. O
que faz muita diferença. E era o que permitia aos docentes iniciar a aula tão
logo entrassem em sala. Hoje demanda meses para que alcancem a situação de
aprendizagem - um conjunto de condições que têm que estar presentes no ambiente
para propiciar concentração e foco, essenciais no processo de aprender.
Turmas muito indisciplinadas tornam impossível até mesmo escutar
o que o professor diz, quanto mais se concentrar! Aprender assim é loteria.
Claro, o professor tem ação preponderante no processo. Mas, na sala de aula que
se rege pelo descompromisso, cadeiras e bolinhas voam! Além disso, há toda uma
situação dita “politicamente correta” que inibe que se faça qualquer sanção a
alunos recalcitrantes. A situação beira o insolúvel. Contribui bastante para o
caos a postura de alguns pais que ameaçam trocar de escola quando contrariados
ou “denunciar à imprensa” quem puniu o seu anjinho... Tudo isso levou os alunos
à percepção de que podem fazer tudo que quiserem que nada lhes acontecerá. E
podem mesmo, em muitos casos.
A escola tornou-se refém dos que insistem em torpedear a
própria aprendizagem - e acabam prejudicando a todos. Então, antes de comprar
tablets, é preciso garantir espaço mínimo de autoridade pedagógica ao gestor e
sua equipe, sem o que é impossível propiciar qualidade. Claro, o professor pode
e deve dar aulas modernas e usar meios que ajudem a motivar. Mas é importante
saber que, se seis em cada 30 alunos não querem fazer nada a não ser pular e
cutucar colegas, e se o professor não tem meios para impedi-los, acabam
tornando impossível aos demais até mesmo... ligar o tablet! E aí, aprender o
quê? E ensinar como?
Eu não tenho dúvidas que esse comportamento é fruto de 12
anos de governo do PT, cujo exemplo dado e incentivado pelos seus dirigentes é o
desrespeito a tudo e a todos, a começar pelo seu deus apedeuta que, pelo que
diz e faz, não respeita nada e tampouco se faz respeitar, um sujeito sem formação,
não acadêmica, mas de valores morais e éticos. Um amoral nato.
Esse é o padrão do brasil do pt.
Os doze anos de PT agravaram a situação, mas ela começou há muito tempo. A filósofa e educadora diz que empreendeu um estudo em 2006, com certa de dois mil docentes, então eu gostaria de saber o que ela fazia antes de 2006, pois para ser filósofo e educador é necessário estar em estudo constante, mas pelo texto que ela apresentou ela não tem nenhuma informação anterior a 2006 sobre o “estudo que ela empreendeu”.
ResponderExcluirVou mencionar aqui algumas observações que fiz durante minha trajetória na escola e meu convívio com alunos e professores até o dia de hoje.
1) A pedagogia tornou-se pautada pela psicologia, conforme a interferência da psicologia aumentava na pedagogia, a qualidade do ensino diminuía.
2) A psicologia atingiu um grau de interferência tão grande que surgiu a psicopedagogia.
3) Alunos com deficiência de aprendizado são sistematicamente encaminhados pelos professores aos psicólogos, que os encaminham para os psicopedagogos.
4) Professores, psicólogos e psicopedagogos não se relacionam com os alunos, relacionam-se com “perfis psicológicos”. Os três responsabilizam a família pelo rendimento (ou comportamento) do aluno, mas se o aluno superar suas deficiências o mérito não será da família.
5) Nenhum psicólogo, psicopedagogo ou professor se propõe a analisar e discutir a qualidade dos livros didáticos com os pais, nem sequer procuram fazer qualquer avaliação dos mesmos.
Resumindo, os responsáveis pela destruição do ensino e pela desestruturação das famílias estão culpando as famílias pela catástrofe que produziram.
(argento) ... acertou na Mosca, Milton; é, sim, a Política que se pratica no BraZiu, Desde a época da Revolução de 1964, a Educação-Ensino vem se deteriorando a olhos vistos (só não vê quem não quer). Como nenhuma política para reversão deste quadro foi praticada por nenhum dos Partidecos-Sopa-de-Letrinhas que, hoje, tentam Impor a "Culpa na Família, por eles mesmos desestruturada, chegamos a este estado de Absurdidade. (argento)
Excluir(argento) ... o que são, a Sopa-de-Letrinhas e os Parlamentos senão um Grande Balcão de Negócios? (argento)
ExcluirBom, Milton, a qualidade do ensino não é o foco do artigo e sim uma consequência da indisciplina dos alunos, que é uma das suas causas. Você e o Argento foram para caminhos diferentes dos do artigo, que trata do comportamento dos alunos e do seu desrespeito às autoridades, uma total falta de noção de hierarquia.
ExcluirE isso começou bem depois de 64, porque até eu encerrar minha longa carreira de universitário, em 1977, ainda havia um relativo respeito ao corpo docente.
(argento) Embora a "qualidade" não seja o foco da abordagem, esta decaiu não só em função da indisciplina dos alunos, mas do descaso com a políticas de Educação, aliado ao "politicamente correto Estatuto" que retira o Arbítrio Disciplinador dos Pais e da Escola.
Excluir(argento) ... parte dos meus custeios vieram das aulas de reforço, onde pude acompanhar mais de perto a involução da qualidade do "ençino" ministrado nas escolas (argento)
Excluir(argento) hehehehehe... acredito que nem mesmo Tania Zagury, filósofa e educadora, acredite no que escreveu. (argento)
ExcluirCaro Ricardo, o artigo responsabiliza o comportamento dos alunos pela qualidade do ensino, enquanto que eu me contraponho dizendo que a qualidade do ensino é responsável pelo comportamento dos alunos, pela desestruturação da família. Acabaram com a qualidade do ensino há muito tempo, e o comportamento dos alunos foi piorando junto com a qualidade do ensino, agora chegam os responsáveis pela destruição do ensino e culpam os alunos que são as vítimas.
ResponderExcluir(argento) ... a "escola" e o "ensino" foram bagunçados, a bagunça e o desinteresse dos alunos é uma consequência disto, não tenho dúvida, endosso Miltom. (argento)
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