quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ah, se João Saldanha fosse vivo...

Maitê Proença ontem, no programa Extra Ordinários, mesmo sem entender xongas de futebol, mandou uma boa. Se futebol é um jogo coletivo, é muito estranho que a seleção do Brasil não tenha conseguido isso nos cinco jogos anteriores, mas só ontem, contra a Alemanha, com o tal “apagão coletivo”.

Mudando de assunto, mas nem tanto, Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é uma associação privada cuja principal atividade econômica é a produção e promoção de eventos esportivos. A ela respondem as Federações estaduais (e distrital, no caso do DF), responsáveis pelos campeonatos em cada Unidade da Federação. A CBF é responsável pela organização de campeonatos de alcance nacional, como o Campeonato Brasileiro das séries A, B, C e D, além da Copa do Brasil. Também administra a Seleção Brasileira de Futebol Masculino e Feminino.

Eu pergunto: as seleções brasileiras de futebol masculino e feminino representam oficialmente o Brasil?

Em caso negativo, tudo bem. Otário é quem paga para ir ao estádio e encher o bolso dos ladravazes que desde que eu me entendo por gente comandam essa espelunca.

Em caso positivo, outra pergunta: como pode uma associação privada representar o Brasil? E continua valendo a observação acima: otário é quem paga para ir ao estádio.

Pois é, acontece que a Constituição Federal de 1988 tem como “Cláusula Pétrea do Direito Desportivo” o seguinte:

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

Ora, esse artigo, além de vago, legitima a “intimidade” de o poder público com as entidades desportivas privadas, o que resulta em uma grande promiscuidade entre políticos corruptos e oportunistas, que nadam em um oceano de dinheiro gerado - Campeonato Brasileiro de Futebol: mais de R$ 3 bi - sem dar satisfação a ninguém.

Enquanto isso, cadê a “destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional”? Cadê a “proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional”? Cadê o Poder Público incentivando o lazer, como forma de promoção social?

E cadê a seleção sendo realmente brasileira, e não uma vitrine de jogadores escalados por seus empresários que deixam uma grana preta na mão desses dirigentes de araque que escolhem técnicos coniventes e partícipes dessa roubalheira?

Ah, se João Saldanha fosse vivo...

5 comentários:

  1. Pois é Ricardo, a coisa foi tão feia que o Galvão Bueno percebeu (comentei em outra postagem), a Maitê Proença percebeu e... a Ana Maria Braga percebeu. Por motivos que não cabe comentar aqui, eu estava vendo a Ana Maria Braga, ela fez o seguinte comentário: foi uma gentileza da Alemanha não ter feito mais gols.

    Eu concordo plenamente com, com os três que citei, em outro comentário que fiz aqui no TMU onde chamei a seleção de grupo e coloquei entre parêntesis que não era uma equipe.Sobre a CBF o Ricardo disse tudo, é vitrine de jogadores escalados por empresários.
    Apenas para lembrar, o Leão (quando técnico da seleção) foi desclassificado na Copa das Confederações e foi demitido por telefone, mesmo tendo sido proibido de escalar certos jogadores, sob a alegação de que a disputa não era importante. Quando o Falcão foi técnico da seleção, também foi proibido de escalar jogadores que atuavam no exterior. O esquemão é explícito, quando o técnico não é do esquema, são proibidos de escalar quem eles querem e são responsabilizados por qualquer resultado ruim, quando são do esquema podem fazer o fiasco que for e saem como "profissionais". Na copa de 1998 o Parreira foi demitido durante a competição pela Arábia Saudita, mas consegue estar como auxiliar técnico da "Seleção Brasileira". É mole?

    ResponderExcluir
  2. ... enquanto brazileiros discutem lágrimas, a economia Contabiliza LUCROS ...
    (queria descobrir para qual seleção o Fafana torcia, se é que torcia para alguma)

    ResponderExcluir
  3. ... destinos da "seleção canarinho", por aí:

    http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/copa-2014/noticia/2014/07/tite-e-favorito-para-assumir-selecao-brasileira-depois-da-copa-4547027.html ..

    ..."rei morto rei posto, vivas ao (novo) Rei!" - os Negócios continuam! ... "os Cães Ladram, a Caravana (da realeza) passa"

    ResponderExcluir
  4. ... , agora fala o "homem envolvido": não seria bacana um banho, de 10 a zero na Argentina?
    ... (temos seleção pra isso?)

    ResponderExcluir
  5. Por falar em Negócios, copiado da net:

    Júlio César (R$ 530 mil/mês);
    Victor (R$ 235 mil/mês);
    Jefferson (R$ 250 mil/mês);
    Thiago Silva (R$ 3,2 milhões/mês);
    David Luiz (R$ 418 mil/mês);
    Dante (R$960 mil/mês);
    Henrique (R$ 100 mil/mês);
    Daniel Alves (R$ 600 mil/mês);
    Maicon (R$ 1,2 milhão/mês);
    Marcelo (R$ 830 mil/mês);
    Maxwell (R$ 1,08 milhão/mês);
    Fernandinho (R$ 1,2 milhão/mês);
    Luiz Gustavo (R$ 660 mil/mês);
    Paulinho (R$ 1 milhão/mês);
    Hernanes (R$ 800 mil/mês);
    Ramires (R$ 656 mil/mês);
    Oscar (R$ 475 mil/mês);
    Willian (R$ 625 mil/mês);
    Hulk (R$ 2 milhões/mês);
    Bernard (R$ 1,1 milhão/mês);
    Fred (R$ 750 mil/mês);
    Jô (R$ 150 mil/mês);
    Neymar (R$ 5 milhões/mês).

    ResponderExcluir