quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Jabor deve desculpas a todos por ter apoiado o que hoje critica

Os petistas têm uma visão de mundo deturpada por conceitos compartimentados e acusatórios: luta de classes, vitimização, culpados e inocentes, traidores e traídos. Acham que a complexidade é um complô contra eles, acham a circularidade inevitável da vida uma armação do neoliberalismo internacional. Confundem simplicidade com simplismo. Nunca fazem parte do erro do mundo; sentem-se superiores a nós, tocados pelo dedo de Deus.
Arnaldo Jabor: O califado petista

Tudo muito bonito, Jabor escreve bem, diz que não aguenta mais “tentar ser ‘sensato’ sobre a insensatez”, tem um discursinho que deslumbra aqueles dondocos e dondocas da classe média que costumam dizer, estufando os peitos, que anulam seus votos porque político é tudo igual, mas só que ele sempre se “esquece” de dizer quantas cinco vezes votou em Lula para presidente, sendo, portanto, como formador de opinião, um dos responsáveis por isso que aí está, de que hoje tanto reclama para aparecer bem na foto.

Hipócrita como tantos outros oportunistas, Jabor jamais pediu desculpas ou nunca fez um mea culpa que legitimasse essas suas reclamações de hoje. O getulista, brizolista, stalinista e leninista de vinte ou trinta anos atrás hoje se dá o direito de ironizar e criticar essa gente que um dia foi a luz que justificou seu apoio incondicional ao petralhismo.

Em resumo: vai enganar o cacete, Jabor! 

6 comentários:

  1. Essa história de "mea culpa" não é tão simples quanto parece, se cada um fizer sua "mea culpa", não faltarão pessoas com o dever de fazer "mea culpa da mea culpa".

    Então vamos repassar alguns episódios: quem votou no Collor para presidente também deve fazer "mea culpa", ou apenas aqueles que votaram no Lula?; quem apoiou o Plano Cruzado também devem fazer "mea culpa", ou apenas aqueles que concordaram com o Brizola?

    Não sei se consegui me fazer entender, mas em certas situações não há como escolher os amigos, tudo se resume em escolher um inimigo e apoiar os inimigos desse inimigo, ou ficar neutro e e depois fazer "mea culpa" por ter sido omisso.

    Quando foi lançado o Plano Cruzado (domingo à noite) fui contra desde o princípio (segunda pela manhã, quando fiquei sabendo pelo jornal), não consegui encontrar UMA só pessoa que discordasse do plano até a quinta-feira, quando o Brizola (por coincidência) apareceu no horário reservado para o PDT.

    Algum tempo depois (um ou dois meses) descobri por acaso que um amigo (argentino) concordava comigo. Mesmo os brizolistas mais fanáticos (eu conhecia muitos) defendiam o Plano Cruzado com unhas e dentes, pela primeira vez ouvi eles dizerem: "desta vez o Brizola está errado". Durante aproximadamente 10 meses eu sabia de apenas 3 pessoas que discordavam do Plano Cruzado, Brizola, meu amigo argentino e eu.

    Quando o Plano Cruzado desmoronou, sabe quantas pessoas disseram que eu estava certo? NENHUMA. Todas tinham uma "teoria" de que "o plano" era bom, mas tinha que ter feito isso e aquilo para dar certo.

    Resumindo, de minha parte ninguém precisa fazer a tal "mea culpa" simplesmente para agradar o público ou formadores de opiniões (jornalistas).


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  2. (argento) ... do Pequeno Principe: Amar eh Nunca Pedir Perdao - de qual amor falava?

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    1. Falava do amor verdadeiro, aquele que não oprime o semelhante, não deseja nenhum mal (ou mau) ao semelhante, não discrimina o semelhante, não usa o semelhante como escada para subir na vida, ajuda e estende a mão ao semelhante!
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      Agindo assim, pedir perdão por qual dessas atitudes?

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  3. José Antônio da Conceição, 21 de agosto de 2014 01:06

    Atualmente estou cursando o segundo período do Curso e Aquacultura da UFMG. Hoje mesmo tive uma aula, pela manhã, da disciplina "Setor Agrário e Organização Social no Brasil". Alguns irão classificar isso como "marxismo sendo ensinado dentro das Universidades", mas a história é bem outra:
    Estou conseguindo vislumbrar, consultar os dados e entender "de verdade" as origens da fome e da miséria espalhada em todos os países da América Latina.
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    A expressão "neoliberalismo internacional" contida no texto carrega atrás de si toda um contexto histórico que explica detalhadamente onde estamos enquanto nação (povo) e porque estamos (povo e países) nesta situação deprimente, vivendo a estratificação social vigente e testemunhando a disparidade existente na distribuição da renda.
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    No Brasil, aos "Coronéis" devemos a manutenção da unidade de toda extensão territorial da nossa nação a um alto custo: somente votavam aqueles que sabiam escrever o nome e, para que não escrevessem o próprio nome em cédulas "erradas" eram reunidos no curral onde deviam votar sob olhares atentos, daí a expressão "voto de curral". Os mais reticentes (os "do contra") eram amarrados e conduzidos à força até a urna para que que votassem sob "livre e espontânea pressão" no candidato do Coronel, daí a expressão "voto de cabresto".
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    Os "Coronéis" comandavam milícias próprias e a soma de todas estas milícias compunham a Guarda Nacional que garantia a integridade do território. As famílias dos Coronéis uniam-se em casamentos e em acordos políticos para manutenção do "status quo". Como consequência destas e de outras mazelas temos atualmente o comando do agronegócio Brasileiro concentrado em apenas nove famílias, temos Renan, Sarney e Collor ainda ocupando cargos de comando na nação. A distribuição desigual da renda e a concentração das terras nas mãos de poucos explicam o resto da artimanha que construiu muitas nações de "excluídos".
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    Falar de Liberalismo, neoliberalismo ou comunismo sem situar estar expressões dentro do contexto histórico faz parte da manutenção da ideologia da elite. Que elite? A mesma de sempre, que concentra em suas mãos as terras, o capital, a produção e os preços. A mesma elite que direciona os votos de cabresto e de curral, a mesma elite que mente sobre a existência do poder e do Estado pois na verdade o Estado (e as ações deste) são ela mesma!
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    Arnaldo Jabor está dentro da maior "vitrine" nacional. O getulista, brizolista, stalinista e leninista de vinte ou trinta anos atrás vestiu-se com outras roupas e adquiriu os hábitos da mesma elite contra a qual lutou. O Arnaldo Jabor de hoje, ganha dinheiro ajudando a confundir as mentes sobre os fatos e sobre as raízes de onde eles se originaram. O resto é só ideologia (um conjunto de ideias mentirosas, procurando justificar o injustificável) nas quais o Arnaldo se deu o direto de navegar como se nos mares estivesse.

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  4. Eu não concordo com o Ricardo.
    Não acho que ninguém deve pedir desculpas por ter votado em beltrano ou ciclano, ou ter um ideologia diferente da nossa.
    Há liberdade de credo, também há liberdade de ideologia, mesmo que eu gostaria que fosse ao contrario (sou um pouco déspota)
    O importante é que ele deixou de apoiar o PT e isso demonstra que não é burro.
    Outra coisa, parece que voce admira o Barbosa, o Barbosa não só é ou era petista como também disse há dois anos que voltaria a votar na Dilma, se mudou de opinião não sei, pois o voto deve ser secreto.
    Voce acha que o Barbosa também deve pedir desculpa?

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    1. Bom, o Barbosa não tem nada a ver com a história. Ele é juiz, não escreve em jornal, até onde eu saiba, ele nunca emitiu juízo de valor sobre o governo e nunca defendeu partidos ou posições políticas suas, portanto, não deve desculpas a ninguém.

      Agora, os Jabores da vida devem sim e muitas desculpas, senão fica muito difícil acreditar em honestidade. Mudar de opinião conforme o patrão é sacanagem.

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