Toma Mais Uma e as Negas

Eu já estava achando estranho o silêncio sobre a série de Miguel Falabella que vai estrear no dia 16 de setembro na Globo. Trata-se do “Sexo e as negas”, uma paródia do “Sex and the city” americano que tanto sucesso fez.

Antes de mais nada, eu queria deixar registrado que, embora eu não tenha nada contra, a essas alturas do campeonato considero o título bastante provocativo, pois estamos em tempos em que o “politicamente correto” atinge o ápice da sua estupidez. Tanto é que a seis dias da estreia já são sete o número de denúncias de racismo recebidas pela ouvidoria da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Seppir) sobre “Sexo e as Negas”, sendo que ontem o órgão federal autuou a Rede Globo e solicitou mais informações sobre o conteúdo da trama. No documento, a Seppir sinaliza que também encaminhou as acusações ao Ministério Público no Rio de Janeiro para uma avaliação do caso.

“A Ouvidoria da Igualdade Racial vê com estranheza e preocupação qualquer tipo de manifestação que reproduza estereótipos racistas, machistas, que se alicerce na sexualidade das mulheres negras, ou venha a reforçar ideias de inferioridade dessas mulheres, seja nas artes, no cinema ou nas telenovelas e seriados. As produções televisivas deveriam refletir a diversidade da população brasileira em todos os seus segmentos, contribuindo para a consolidação de uma sociedade justa, plural e igualitária”, afirmou o titular do órgão, Carlos Alberto de Souza e Silva Júnior, ao UOL.

Obviamente, trata-se de um rematado idiota querendo aparecer, já que se trata de um prejulgamento estúpido ou, mais que isso, de um escancarado preconceito contra a liberdade de expressão.

Nem vou reproduzir aqui os óbvios - mas completamente pertinentes - argumentos que Falabella usou para se defender de tantas acusações babacas. Quem tem um pingo de juízo sabe muito bem que quem se faz de vítima ou de defensor de uma, não passa de um calhorda atrás de notoriedade.

Tampouco concordo com Rodrigo Constantino, que enquadra Falabella na sua “esquerda caviar” sem a mínima razão, ou seja, apenas por uma declaração dele que seu humor é para o povão e não exclusivo da classe A. Ora, desde quando isso configura essa babaquice do Rodrigo se Miguel é idolatrado por todas as classes sociais?

Faltam a esses enfants gâtés da direita um muito de humildade e, principalmente, de ponderação. Se continuar assim, não demora muito e eles se nivelam à escória do PT.