Da Folha
Algumas campanhas publicitárias lendárias, como a da menina
de 12 anos que veste seu primeiro sutiã - “o que não se esquece”-, hoje seriam
inimagináveis, avalia o criador do filme, o publicitário Washington Olivetto.
“Seria impensável mostrar esse filme com a Patrícia Luchesi,
um comercial com música clássica e uma menina descobrindo o gesto de ser mulher”,
disse Olivetto, 62, na última segunda (15) no Arena do Marketing, evento
organizado pela Folha em parceria com a ESPM.
Para o publicitário, o pensamento politicamente correto “acabou
com a alegria da liberdade criativa”.
“Você tem de um lado o cara politicamente correto, que é
cerceador e bem educadinho. E do outro o incorreto, que é mal educado e
pseudo-divertido. Temos que buscar o que é politicamente saudável, que respeita
a inteligência, mas com irreverência e bom humor. Há coisas que não são ofensivas,
mas fazem pensar.”
Para Olivetto, o humor brasileiro vive “uma crise de
vulgaridade”. “É um humor que tenta gargalhar, mas não sabe fazer sorrir.”
Os dois comerciais e outros de Olivetto, como a série da
Bombril com o ator Carlos Moreno, traduzem o que o publicitário diz ter sido
sua ambição maior quando escolheu virar publicitário, nos anos 70: fazer uma
publicidade que cai no gosto popular e que se propaga pelo velho boca a boca. “Eu
queria entrar para o imaginário popular e, com isso, transformar o consumidor
em mídia. Hoje isso é óbvio, mas na época foi intuitivo. Porque esse negócio de
rede social já existia, mas sem a tecnologia. As vovozinhas conversando na rua
formavam uma rede social.” Emmanuel Publio Dias, professor da ESPM que também
participou do bate-papo mediado pela jornalista da Folha Anna Virginia
Balloussier, lembrou de outro clássico de Olivetto que hoje seria alvo de
ataques politicamente corretos: os amortecedores Cofap, com cães da raça
Dachhund. “Este seria barrado pelas associações de protetores de animais.”
Um dos publicitários mais premiados do país e do mundo, com
mais de 50 leões no Festival de Publicidade de Cannes, Olivetto fez uma crítica
ao atual momento da área - na sua visão, prejudicada pelo excesso de
possibilidades de formatos.
“As possibilidades de formas aumentaram muito, mas as formas
estão sendo usadas para esconder a falta de conteúdo. A tecnologia permite
fazer qualquer coisa, mas o fundamental é o conteúdo. As pessoas precisam saber
escrever melhor”, disse o publicitário, que contou ter aprendido a ler muito
cedo.
Falando para uma plateia formada principalmente por
estudantes de publicidade, Olivetto comentou ainda sobre a rotina de trabalho
nas agências. “Prefiro quem trabalha com tesão do que com tensão. Mas a cultura
da tensão se instaurou.”
Para ele, apesar de hoje haver “mais gente comendo pizza no
trabalho na sexta-feira à noite”, isso não resultou em uma publicidade melhor.
Ao contrário.
“Isso é em todas as empresas, não só na publicidade. Há uma
cultura de que o profissional não pode ter vida pessoal. Conviver com pessoas
de outras áreas e se realimentar com a vida são fundamentais.”
(argento) ... "politicamente correto" é Estratégia para Confundir as Relações entre os Homens (de Humanidade)
ResponderExcluir(argento) ... "politicamente correto" é o mesmo que Polícia do Pensamento, "thinkpol" em Novilíngua ... com o Desarmamento do Civil mais o aumento da criminalidade, a sociedade pede mis policiais, mais Polícia é igual a Maior Poder do Estado - Engenharia do Consentimento Consentido ... aos poucos, pelas beiradas, assim comoquem não quer nada, ... ZAP!!! (argento - Freud explica)
ResponderExcluir(argento) ... povo mantido ignorante, sob "stress" com a liberalização da maconha e sob efeito de "tarja preta", é um "prato cheio", ... nem precisa "correr a sacolinha"
ResponderExcluir(argento) ... é "Pule de Dez"
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