Do Estadão:
A ideia já tinha aparecido em redes sociais e até em
cartazes nas manifestações de rua de 2013. Agora, porém, foi assumida
formalmente pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta
Grossa, município paranaense de 334 mil habitantes, a quase cem quilômetros de
Curitiba. Em documento que está apresentando aos candidatos a cargos do
Legislativo, a entidade propõe o fim do voto para quem é beneficiário do Bolsa
Família.
O texto não cita o programa, que beneficia 13,8 milhões de
famílias no País. Mas é explícito, ao propor ao candidato a defesa do seguinte
ponto: “Suspensão do direito ao voto para beneficiados de qualquer programa de
transferência direta de renda, nas esferas municipal, estadual ou federal.”
O documento provocou reações. Foi criticado por ferir
direitos previstos na Constituição. Também é visto como uma forma de atingir o
Partido dos Trabalhadores (PT). Nesta eleição, de acordo com pesquisas de
intenção de voto, o apoio à presidente Dilma Rousseff entre beneficiários do
Bolsa Família é de 54%, enquanto no conjunto dos eleitores do País está situado
em 37%.
O presidente da entidade, Nilton Fior, disse ao Estado que
não se trata de uma solicitação de comprometimento dos candidatos.
“Simplesmente apresentamos a eles”, afirmou. “Nos colocamos à disposição para
discutir, com maior profundidade, cada uma das propostas”.
Em debates anteriores, pelas redes sociais, já foi observado
que uma proposta dessas poderia levar à cassação do voto de outros grupos
beneficiados pela transferência direta e temporária de recursos públicos. Os
pesquisadores científicos que recebem bolsas de estudo estariam entre eles.
O título do documento é Proposta da ACIPG – Associação
Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa para os Candidatos Locais à
Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo Fior, numa
etapa seguinte o texto será apresentado também aos candidatos a cargos no
Executivo, inclusive os que disputam a Presidência da República.
(argento) ... a lembrar: "Voto é Obrigação, não é Direito" (a inversão de valores não é "invencismo muderno"), o voto é Obrigatório, por Lei, o não votante sujeita-se às Penas ... é, faz sentido.
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